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Estado de Minas

Cava de mina � op��o para reacomodar rejeitos lan�ados em ribeir�o no desastre de Brumadinho

Alternativa � apontada em estudo da Vale sobre o destino a ser dado ao material que vazou no rompimento de barragem h� 11 meses. Ideia � usar �rea de escava��o na Mina C�rrego do Feij�o, que est� desativada


postado em 26/12/2019 06:00 / atualizado em 26/12/2019 07:22

Máquinas trabalham na área do rompimento da barragem, que lançou 7 milhões de metros cúbicos no Ribeiro Ferro-Carvão e às suas margens há 11 meses(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
M�quinas trabalham na �rea do rompimento da barragem, que lan�ou 7 milh�es de metros c�bicos no Ribeiro Ferro-Carv�o e �s suas margens h� 11 meses (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Um drama que representou mais de 4 anos de atrasos e at� hoje n�o tem uma solu��o adequada desde o rompimento da Barragem do Fund�o, em Mariana, em novembro de 2015, � saber exatamente o destino dos cerca de 40 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de min�rio de ferro que vazaram na trag�dia e inundaram o Vale do Rio Doce. Desafio similar pode ter desfecho menos problem�tico no caso da ruptura da Barragem B1, da Vale, na Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho. Estudos realizados pela mineradora mostram que uma das op��es preferidas seria recolher os cerca de 7 milh�es de metros c�bicos de rejeitos espalhados pelos 9,6 quil�metros de extens�o do Ribeir�o Ferro-Carv�o e  injet�-los na antiga cava da Mina C�rrego do Feij�o, uma depress�o rochosa aberta na serra com capacidade para receber at� 27 milh�es de metros c�bicos de material e que fica dentro do pr�prio complexo miner�rio. Esse destino confinado poderia representar menores impactos e mais seguran�a. Ontem, missa e homenagens �s v�timas marcaram o Natal e os 11 meses do desastre. 

Atualmente, os rejeitos removidos do vale do manancial atingido precisam ser vistoriados e liberados pelas equipes de bombeiros que ainda realizam buscas pelos corpos de 13 desaparecidos de um total de 270 v�timas do rompimento. Depois de vistoriados, os rejeitos s�o transportados por uma estrada de terra de 3,6 quil�metros que foi criada a partir da antiga estrada de ferro operada no complexo. “Descomissionamos a linha de ferro para ter acesso exclusivo para a passagem do rejeito. Foi uma forma que encontramos para n�o impactar a comunidade e uma via municipal pr�xima com o tr�fego intenso de caminh�es, gera��o de res�duos, entre outros problemas”, afirma o gerente-executivo das obras de repara��o da Vale em Brumadinho, Rog�rio Bueno Galv�o. As primeiras casas do Bairro Parque do Lago, de Brumadinho, ficam a apenas a 130 metros dessa via. A estrada de liga��o com o Bairro C�rrego do Feij�o fica a menos de 100 metros.

Os caminh�es que saem da zona quente de buscas por v�timas carregados com rejeitos removidos da �rea atingida sobem toda a estrada, passando pelas antigas estruturas de beneficiamento, que foram destru�das e desmobilizadas. O destino dos restos da extra��o de min�rio de ferro � a pilha de est�ril de 65 metros de altura que fica entre a cava da Mina C�rrego do Feij�o, afastada a 250 metros da barragem B6, que foi esvaziada e refor�ada, e a 650 metros do que sobrou da ombreira mais pr�xima da barragem B1, que se rompeu. O rejeito precisa passar por desidrata��o para ser disposto na pilha.

A utiliza��o das antigas cavas abertas durante a extra��o de min�rio para acomodar rejeito n�o seria nada novo. A pr�pria Samarco tem projeto de voltar a minerar no Complexo de Germano, em Mariana, e para isso prepara a cava da Mina de Alegria Sul para receber os rejeitos oriundos de suas atividades. O volume que pode ser acomodado chega a 10 milh�es de metros c�bicos. Com a obten��o da Licen�a de Opera��o Corretiva (LOC), em outubro, a Samarco tem todos os documentos ambientais desse tipo necess�rios para reiniciar suas opera��es, o que dever� ocorrer apenas ap�s a implanta��o do sistema de filtragem, que permitir� o empilhamento de rejeitos a seco, em meados do ano que vem.

DESAFIO

J� os detritos acumulados pela explora��o de min�rio de ferro e que desceram da Barragem do Fund�o ainda representam um grande desafio. Dos 10 milh�es de metros c�bicos acumulados no fundo da Barragem de Candonga, entre Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado, 3 milh�es deveriam ser removidos e ficar numa barragem, mas uma s�rie de problemas com a constru��o desse barramento impediu essa manobra. Outros 10 milh�es de metros c�bicos est�o na �rea da mineradora, inclusive dentro de tr�s diques e de um barramento. N�o h� sequer aprova��o do Conselho Interfederativo, que define os rumos das repara��es do desastre, para as t�cnicas utilizadas na remo��o de rejeitos de sete das 17 �reas demarcadas no desastre. Segundo o Minist�rio P�blico Federal (MPF), at� o momento, 1.161.591 metros c�bicos foram removidos da Bacia Hidrogr�fica do Rio Doce, o que representa 2,6% do total desprendido de Fund�o.

A Mina C�rrego do Feij�o ainda estava em opera��o em dezembro de 2018, antes do rompimento da barragem B1, em 25 de janeiro. Um projeto de integra��o com as opera��es da mina vizinha, de Jangada, estava em andamento, aguardando autoriza��o dos �rg�os ambientais. Mesmo com a cava contendo min�rio de ferro n�o explorado, a Vale se comprometeu a n�o mais ativar as atividades no local, o que deixaria o espa�o aberto para a destina��o de rejeitos se assim for aprovado pelos �rg�os ambientais. A usina de tratamento do complexo miner�rio tamb�m est� desativada, mas ainda n�o se sabe se h� planos para seu aproveitamento futuro.

Barreira instalada na região do desastre para conter o avanço dos rejeitos (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Barreira instalada na regi�o do desastre para conter o avan�o dos rejeitos (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

�gua filtrada

A �gua do Ribeir�o Ferro-Carv�o passa por filtragem na Esta��o de Tratamento de �gua Fluvial (Etaf) Iracema para remover rejeitos de min�rio. Eles s�o depositados em bols�es geot�xteis e a �gua devolvida pura no processo segue para o C�rrego Casa Branca, um afluente do Rio Paraopeba que des�gua a menos de 200 metros do  Ferro-Carv�o. Outra parte do rejeito � dragada do Rio Paraopeba, num trecho de dois quil�metros ap�s a foz do ribeir�o. J� foram removidos 38 mil metros c�bicos de material nesse trecho, mobilizando 45 empresas, 584 equipamentos e 2,8 mil trabalhadores, quase a metade de Brumadinho e regi�o. Os investimentos beiram os R$ 500 milh�es e devem somar R$ 1,8 bilh�o at� o fim do processo.

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


''� s� tristeza que n�o acaba''

Geraldo Resende, pai de Juliana, uma das 13 pessoas ainda desaparecidas


Homenagens e trabalho


Marcelo da Fonseca  e Gabriel Ronan

Missa, homenagem �s v�timas e trabalho incessante dos bombeiros marcaram a manh� de Natal em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de BH, quando se completaram 11 meses do rompimento da Barragem 1 da Mina do C�rrego do Feij�o. No Santu�rio de Nossa Senhora do Ros�rio, amigos e familiares das pessoas que morreram celebraram a mem�ria de seus entes queridos. Depois, partiram para o letreiro localizado logo na entrada do munic�pio, onde exatamente �s 12h28, hor�rio do desastre ocorrido em janeiro, reverenciaram os 257 mortos j� confirmados e 13 desaparecidos.

“N�o teve Natal na minha casa. N�o vai ter ano-novo. N�o tem nenhuma festa. � s� tristeza que n�o acaba.” O desabafo � de Geraldo Resende, pai de Juliana Resende, ex-funcion�ria da Vale na Mina do C�rrego do Feij�o, uma das v�timas que ainda n�o foram encontradas.

As recorda��es daqueles que perderam a vida na lama que vazou da barragem permearam as conversas no Natal, dia em que tradicionalmente as fam�lias trocam presentes e se re�nem em almo�o. “Est�vamos juntas no Natal passado. Lembro-me da minha irm� fazendo planos para este ano. Nesta �poca das festas, parece que a falta d�i ainda mais”, diz Joana Melo, que perdeu a irm� Eliane, prestadora de servi�o � mineradora.

“Este � um momento de nos ressignificar. Ontem (ter�a-feira), fizemos uma ceia e relembramos os momentos com o Bruno”, disse Andresa Rodrigues, que perdeu o filho Bruno Rodrigues, diante de um varal de fotos das v�timas. “Precisamos nos apoiar uns nos outros. A uni�o das fam�lias � nosso alento. As nossas joias est�o sendo honradas”, afirmou Andresa. Houve  tamb�m protestos contra a Vale, propriet�ria do complexo miner�rio onde a barragem se rompeu.

 Para Geraldo Resende, a busca pelo corpo de sua filha virou miss�o de vida. Ele participou, na semana passada, de reuni�o com representantes do Corpo de Bombeiros para pedir que as buscas n�o fossem interrompidas durante as festas de fim de ano. Medida que foi aceita pelos bombeiros.

Ontem, por exemplo, 85 bombeiros militares se dedicaram a 12 frentes de trabalho na �rea. Eles usaram 128 m�quinas e um drone para tentar encontrar os desaparecidos. A �ltima pessoa a entrar na lista das mortes confirmadas foi localizada pelo Corpo de Bombeiros em 2 de dezembro.


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