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Cidades inteligentes: como o futuro passa por aqui

Qualidade de vida e desenvolvimento sustent�vel s�o li��es de Helsinque em bem-estar p�blico. Metas da ONU pautam projetos em BH


postado em 06/01/2020 06:00 / atualizado em 06/01/2020 08:12

(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Helsinque – Assim caminha (quase toda) a humanidade: celular na m�o e medo da viol�ncia urbana, m�sica na plataforma digital durante horas no engarrafamento e a espera do fim do m�s para pagar as contas. E a� vem a pergunta: h� sa�da? Em Helsinque, a capital finlandesa de 624 mil habitantes – o pa�s n�rdico tem 5,5 milh�es, pouco acima da popula��o da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte – a resposta � “sim”, com uma enormidade de exemplos pr�ticos sem perder o foco no alvo: qualidade de vida, redu��o de custos e desenvolvimento sustent�vel.

 

Considerada a cidade mais “inteligente” do mundo, com destaque em economia circular (ciclo produtivo sem gerar res�duos) e, principalmente, avan�os tecnol�gicos e formas de neutralizar as emiss�es de carbono, Helsinque se tornou refer�ncia em inova��o e preserva��o ambiental. Nos �ltimos anos, abre as portas ao mundo para mostrar seu valor e os frutos da parceria entre municipalidade, universidades, setor privado e popula��o. Em resumo: o futuro passa pelas cidades inteligentes (smart cities em ingl�s).

 

“Por que n�o dividir os espa�os de trabalho, no sistema coworking, ou ajudar a melhorar o transporte p�blico com iniciativas igualmente compartilhadas? E pagar menos pela energia el�trica, com solu��es econ�micas?”, questiona o especialista em comunica��o Juha J�ppinen, do Forum Virium Helsinki, que atua em 40 projetos, um deles no Bairro Kalasatama (antigo Porto dos Pescadores). Nesse local, j� est� em fase experimental o prot�tipo de um �nibus rob�, el�trico, sem motorista. “Helsinque se tornou cidade-laborat�rio, com v�rias frentes de trabalho e atraindo empresas com base em nossos programas-piloto”, resume o profissional da companhia que planeja “o futuro” da capital.

 

O conceito de propriedade est� caindo por terra quando se trata de servi�os p�blicos. “Em vez de comprar um carro, vamos pagar pelo deslocamento, usar o celular para chamar o motorista ou preferir carros el�tricos”, afirma o especialista com base em pesquisa que mostra a maioria da popula��o da capital totalmente favor�vel a resolver urg�ncias e outras demais pend�ncias pelo smartphone. “Temos muitas ilhas na Finl�ndia, ent�o, para se chegar a algumas delas, onde n�o h� servi�o de barco, vamos usar aplicativos digitais. � o Uber para barcos”, acrescenta J�ppinen.

Vida compartilhada

Bem longe do Mar B�ltico, que banha Helsinque, e do Oceano Atl�ntico, entre Brasil e Europa, Belo Horizonte se adapta aos novos tempos e adota pr�ticas da cidade inteligente. “Esse � o futuro”, define o subsecret�rio municipal de Moderniza��o de Gest�o e secret�rio adjunto de Planejamento, Or�amento e Gest�o da Prefeitura de Belo Horizonte, Jean Mattos Duarte. Na capital, moradores se posicionam sobre mobilidade, qualidade do ar e uso da tecnologia para melhor a vida da popula��o. O sentimento � de que h� muito para ser feito. “Se n�o melhorar o transporte p�blico, n�o h� futuro”, diz uma gerente de restaurante.

 

Com projetos financiados tamb�m pela Uni�o Europeia, Helsinque faz do conceito cidade inteligente uma bandeira para resolver as urg�ncias urbanas, em especial a mobilidade, “tornando a vida na cidade mais f�cil e deixando os servi�os em bom funcionamento”. As evid�ncias, algumas bem simples, est�o vis�veis ao visitante, como ocorreu recentemente quando um grupo de jornalistas latino-americanos participou de ciclo palestras sobre smart city em Helsinque, a convite do Minist�rio das Rela��es Exteriores. No espa�o ao lado da sala da primeira palestra, os rep�rteres se surpreenderam ao ver muitos beb�s, o que foi logo explicado: tratava-se de um pr�dio de m�ltiplas atividades, incluindo acolhimento das criancinhas enquanto os pais trabalham.


(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)
(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)

"H� muito para ser feito em BH, principalmente quanto ao transporte coletivo. Se n�o mudar, n�o h� como falar em futuro"

Simon� Rodrigues de Jesus, gerente de restaurante e moradora do Bairro Nova Cintra


 

Se a meta da Europa � neutralizar o carbono (di�xido de carbono) at� 2050, Helsinque quer acabar com as emiss�es consideradas vil�s do aquecimento global at� 2035. Por isso, todos os aspectos da cadeia produtiva s�o levadas a s�rio, especialmente no tocante ao transporte, qualidade do ar e energia. Dessa forma, s�o desenvolvidos sensores em edif�cios para reduzir o consumo de energia com mais efic�cia e, na sequ�ncia, baratear o custo. Os t�cnicos estimam que Kalasatama, hoje com 3 mil habitantes, ter� 25 mil em 2035, sendo necess�rias, portanto, a��es para frear a descarga de poluentes na atmosfera.

 

Como a capital finlandesa tem invernos rigorosos e apenas tr�s meses de sol por ano (com 20 horas de luz solar por dia, no ver�o), os pesquisadores estudam as formas de manter as baterias dos ve�culos el�tricos em funcionamento no frio e planejam esta��es para recarga dos �nibus rob�s, que t�m velocidade de 15km/h e circulam em car�ter experimental. O certo mesmo, adiantam os t�cnicos, � investir em solu��es para dar resultado e fazer a integra��o dos �nibus rob�s com o transporte p�blico, destaca Ulla Tikkanen, gerente de projetos do Forum.

 

Um dos pontos importantes est� na popula��o, que responde positivamente �s iniciativas “inteligentes”, inclusive na destina��o do lixo dom�stico: apenas 1% dos res�duos descartados em Helsinque n�o s�o reciclados. Guardadas as devidas propor��es (popula��o, volume de lixo etc.), vale a compara��o: em BH, apenas 35% do lixo dom�stico recolhido tem potencial de reciclagem, e, desse total, 18% s�o reciclados, sendo 3% por parte da prefeitura e 15% a cargo de empresas particulares, associa��o de catadores e outros.

Momento crucial de mudan�a

Certa de que o conceito de cidade inteligente significa assunto novo para grande parte do planeta, Helena Sar�n, respons�vel pelo setor de Energia Inteligente da Business Finland, ag�ncia vinculada ao governo do pa�s para financiamento de pesquisas, explica que o mundo se encontra num momento crucial, no qual a energia � “a pedra angular”.

Para o especialista em economia circular e neutraliza��o de carbono Ernesto Hartikainen, da funda��o finlandesa de inova��o Sitra, se a fase � de transi��o, torna-se imprescind�vel a reeduca��o das pessoas. Lembrando que as inova��es geram emprego e, pensando na coletividade, Hartikainen lembra que, com os avan�os tecnol�gicos, ningu�m deve querer ser dono de tudo, como de ve�culos, mas compartilhar. “O transporte p�blico tem que ser um direito humano.”

(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)
(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)

"N�o h� como falar em meio ambiente, sem pensar nos filhos e se preocupar com eles. A gente ainda aguenta, pois est� mais velho, mas as crian�as..."

S�rgio Henrique Lopes de Oliveira, a mulher, Franciele, e os filhos Guilherme e Gabriel



Em Espoo, com 285 mil habitantes e distante 20 minutos da capital, 94% dos servi�os s�o digitais, do fornecimento de energia � seguran�a p�blica. Nessa cidade, fica a sede da Nokia, que vem investindo em tecnologia para seguran�a p�blica. Numa mesma antena (prot�tipo), por exemplo, h� sensores para monitorar o meio ambiente, seguran�a e tr�nsito dentro do projeto LuxTurrim5G, espec�fico para smart city. Com moradores de mais de 50 nacionalidades, o ingl�s virou a l�ngua oficial, diz a gerente de desenvolvimento da prefeitura local, Valia Wistuba.

“As mudan�as no pa�s ocorreram principalmente a partir da Rio-92, com o cumprimento das determina��es”, diz a arquiteta e especialista em ecocidades Carmen Antu�a Rozado, para quem todos os aspectos devem ser considerados numa cidade inteligente, entre eles o patrim�nio cultural edificado, pois muitas t�m estrutura dos s�culos 18 e 19 e problemas do 21. 

Li��es postas em pr�tica em BH

A capital mineira est� comprometida com os marcos globais de desenvolvimento e promove o monitoramento dos indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustent�vel (ODS), da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), explica o subsecret�rio municipal de Moderniza��o de Gest�o e secret�rio adjunto de Planejamento, Or�amento e Gest�o da Prefeitura de Belo Horizonte, Jean Mattos Duarte. “A cidade inteligente � o futuro. O objetivo � reunir a sociedade para constru��o de uma cidade moderna e inclusiva”, afirma.

 

Em BH, o programa, em conson�ncia com os indicadores da ONU, est� dividido em cinco eixos: governan�a e servi�os ao cidad�o; desenvolvimento econ�mico e urbanismo; cultura tecnol�gica e inclus�o digital; mobilidade e seguran�a; e meio ambiente, sustentabilidade e cidadania.


(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)
(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS)

"Acho fundamental que a inova��o tecnol�gica seja para melhorar a vida do ser humano"

Iago Ara�jo, 20 anos, estudante de administra��o e morador do Bairro Gutierrez


 

O secret�rio d� alguns exemplos da cidade inteligente: mais de 180 mil l�mpadas de ilumina��o p�blica sendo substitu�das pelas de LED, incluindo 26 mil com telegest�o; instala��o de mais de 1 mil pontos de acesso gratuito � internet sem fio (hotspots) at� 2020; 1,5 mil c�meras de videomonitoramento; biof�brica, em que s�o criadas joaninhas para auxiliar no controle de pragas; e Sonho Delas, com curso gratuito de programa��o para mulheres a fim de qualific�-las para o mercado da tecnologia da informa��o, que foi finalista de um pr�mio internacional na categoria Cidades Inclusivas e Compartilhadoras, em Barcelona, na Espanha.

 

E mais: cria��o do PBH APP, que conta com mais de 40 servi�os para os cidad�os, implanta��o de plataforma chatbot e outros processos de moderniza��o dos canais de atendimento do munic�pio, cria��o do estacionamento rotativo digital (inclusive com a tecnologia Blockchain, algo in�dito no Brasil), e aumento de 7% da quantidade de faixas fiscalizadas eletronicamente (31 equipamentos com 72 faixas), implanta��o das primeiras agroflorestas urbanas da capital mineira �s margens do Ribeir�o do On�a, no Bairro Ribeiro de Abreu, na Regi�o Nordeste, e o Centro Integrado de Opera��es, com compartilhamento de imagens para o monitoramento dos espa�os urbanos. Duarte destaca que o sistema de fechamento da Avenida Vilarinho, quando h� inunda��o, tamb�m faz parte de a��es da cidade inteligente. *O rep�rter viajou a convite do governo finland�s, via Minist�rio das Rela��es Exteriores/Departamento de Comunica��o


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