
O barbeiro Wander Coelho, de 65 anos, retirava nesta quarta-feira, 15, garrafas da cerveja Belorizontina do freezer que mant�m em seu local de trabalho. Ele tem uma "barbejaria" em Belo Horizonte, barbearia que oferece cerveja aos clientes, e revendia exclusivamente produtos da Backer, investigada por suspeita de contamina��o. "Um cliente chegou, viu e perguntou: 'Ainda est� vendendo dessas?' Via que as pessoas chegavam na barbearia e levavam um susto."
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Coelho j� n�o vendia os produtos Backer desde segunda-feira, quando o Minist�rio da Agricultura determinou que a empresa recolhesse bebidas de todas os r�tulos fabricados a partir de outubro. Iniciou a retirada na quarta porque telefonou ao representante da Backer e pediu que recolhessem as garrafas. S�o cerca de 300, que deram lugar a unidades de outra empresa. Ap�s a determina��o do minist�rio, a Backer pediu na Justi�a mais tempo para fazer o recall dos produtos.
Um bar do tradicional Mercado Central que tamb�m revendia produtos Backer fechou. Uma lona preta foi colocada em toda a fachada, escondendo o letreiro em que se lia o nome da marca. Em um dos bares do Mercado Central, o aposentado Carlos Alberto Carrusca, de 62 anos, disse que � consumidor da Belorizontina e bebeu uma garrafa da marca em novembro. "O povo fica com medo. Agora n�o d� para beber mais dessa."
O jornal O Estado de S. Paulo percorreu lojas de tr�s grandes redes de supermercados de Belo Horizonte, incluindo o que, segundo as investiga��es da Pol�cia Civil, vendeu unidades da Belorizontina que pertenciam a pelo menos um dos seis lotes contaminados com dietilenoglicol. Em nenhum deles havia r�tulo da Backer nas prateleiras ou geladeiras. Nos tr�s locais, funcion�rios informaram que a retirada ocorreu no fim de semana.
Um consumidor, que pediu para n�o se identificar, relatou receio por ter consumido a Belorizontina. Enquanto procurava outras marcas de cerveja artesanal nas prateleiras, afirmou que pode at� voltar a beber Backer. "Mas s� se ficar comprovado que foi sabotagem", emendou. Desde o in�cio das apura��es, a pol�cia afirma n�o descartar nenhuma linha de investiga��o.
Direitos
O coordenador do Procon de Minas, Amauri Artimos da Matta, afirmou na quarta que todas os consumidores que adquiriram a cerveja Belorizontina dos lotes que tiveram contamina��o comprovada podem acionar a Justi�a contra a fabricante. O Procon de S�o Paulo notificou a empresa para que preste esclarecimentos sobre a comercializa��o no Estado. E o Minist�rio P�blico de Minas estuda entrar com a��o civil p�blica contra a empresa.