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Estado de Minas O CASO BACKER - A HIST�RIA COMO VOC� AINDA N�O OUVIU

Caso Backer: ''Isso n�o � de agora. � de bem antes'', diz paciente internado em fevereiro de 2019

Casos que relacionam consumo de cerveja a sintomas da s�ndrome nefroneural antes do per�odo investigado podem revelar hist�rico de contamina��o bem mais amplo. Este � o tema do �ltimo epis�dio de O caso Backer, s�rie especial em podcast do EM


postado em 14/02/2020 06:00 / atualizado em 30/04/2020 16:02


Embora a for�a-tarefa que apura a rela��o entre pessoas intoxicadas por dietilenoglicol e as cervejas da Backer investigue casos a partir de outubro de 2019, a extens�o da contamina��o pela subst�ncia t�xica pode ser bem anterior a esse per�odo. O Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) analisa situa��es de outros pacientes que apresentaram anteriormente quadro de insufici�ncia renal aguda e altera��es neurol�gicas e relatam ter consumido bebidas da marca. Essas pessoas ficaram sem diagn�stico preciso. A associa��o da intoxica��o por dietilenoglicol no in�cio de janeiro com mortes e interna��es desde o fim de 2018 � o tema do �ltimo epis�dio da s�rie especial em podcast O caso Backer, do Estado de Minas. As fam�lias tentam comprovar as similaridades dos quadros, mas encontram uma dificuldade. Pol�cia Civil e Secretaria de Estado de Sa�de (SES) trabalham, formalmente, com casos a partir de outubro de 2019. At� agora, s�o 34 os pacientes no inqu�rito policial, sendo seis mortos no per�odo.


 
De acordo com a assessoria de imprensa o Minist�rio P�blico estadual est� recebendo fam�lias de pacientes, entre eles de alguns que n�o resistiram aos sintomas. O processo corre em sigilo e os integrantes do MP n�o revelam qual ser� o desdobramento desses casos, que ainda n�o est�o no bojo das investiga��es.
 
“Junto com a promotoria, a gente vai relatar todas essas informa��es e rever casos anteriores, que seja de 2018. N�o se tem ideia de quando come�ou essa intoxica��o. Quando foi a primeira cerveja que saiu contaminada? Ningu�m sabe, ningu�m consegue dizer. N�s vamos dizer, pelo menos com os nossos dados cl�nicos, que isso n�o � de agora. � de bem antes disso”, afirma o engenheiro de redes Vanderlei de Paula Oliveira, de 37 anos, que ainda faz sess�es de hemodi�lise tr�s vezes por semana.

Vanderlei ficou internado de 15 de fevereiro a meados de julho de 2019, sendo tr�s meses no Centro de Terapia Intensiva (CTI), com sintomas como insufici�ncia renal, que avan�aram para paralisia. Ele estava consumido cerveja diariamente, conforme consta no prontu�rio m�dico.
 
BRUMADINHO A hist�ria dele come�a em janeiro de 2019, com a trag�dia de Brumadinho. “Presto servi�o para a Vale e tinha amigos que trabalhavam do meu lado e que faleceram l�. Desde a primeira not�cia, fiquei muito abalado, n�o tive muito controle emocional sobre isso e comecei a beber todos os dias, entre tr�s e quatro garrafas. A Belorizontina estava em promo��o e acabei comprando. Da� em diante, entre 26 de janeiro e 15 de fevereiro, estava bebendo todos os dias a Belorizontina”, relata.
 
O diagn�stico impreciso, de um tipo raro da doen�a autoimune Guillan-Barr�, foi revisto pelos m�dicos dele quando come�aram as investiga��es relacionadas �s cervejas contaminadas da Backer. O nefrologista de Vanderlei, F�brico Augusto Marques Barbosa, um dos que ajudaram a diagnosticar casos atuais da intoxica��o por dietilenoglicol, avisou � Sa�de estadual sobre quadro do paciente, compat�vel com a intoxica��o.

 

Quando a primeira cerveja saiu contaminada? Ningu�m sabe. N�s vamos dizer, pelo menos com os nossos dados cl�nicos, que isso n�o � de agora. � de bem antes

Vanderlei de Paula Oliveira, engenheiro de redes, internado no ano passado com quadro compat�vel com o da contamina��o


 
O aposentado Cl�vis Artur Reis, de 69, deu entrada no hospital em 23 de maio de 2019 e s� saiu em 14 de janeiro de 2020, com insufici�ncia renal. Foi imediatamente encaminhado ao CTI e logo desenvolveu tamb�m sintomas neurol�gicos, com quadro de paralisia que chegou a todo o corpo. Hoje, aos poucos, recupera as fun��es motoras e reaprende a falar. Como a fun��o dos rins segue comprometida, ele faz di�lises semanais.
O aposentado Clóvis Artur Reis consumiu cerveja e ficou internado de maio de 2019 até o mês passado, mas polícia só investiga casos suspeitos a partir de outubro de 2019 (foto: arquivo pessoal/Reprodução)
O aposentado Cl�vis Artur Reis consumiu cerveja e ficou internado de maio de 2019 at� o m�s passado, mas pol�cia s� investiga casos suspeitos a partir de outubro de 2019 (foto: arquivo pessoal/Reprodu��o)
Depois de oito meses de interna��o, ele estava com o processo de alta em andamento quando viu, pela televis�o, not�cias que pareciam ajudar a completar um quebra-cabe�a que ele, a fam�lia e os m�dicos tentaram montar por oito meses. As not�cias sobre a contamina��o fizeram com que ele se lembrasse da cerveja Backer que consumiu em seu s�tio logo antes de ser internado.
 
“Meu diagn�stico n�o foi fechado e vou agora pedir uma revis�o dos prontu�rios. Minha casa virou um hospital, porque estou em situa��o de cuidados dom�sticos, e preciso fazer ainda a hemodi�lise. Agora tenho de aprender a ficar sem o respirador e recuperar os movimentos”, conta.

ANG�STIA O EM conversou tamb�m com a fam�lia de um homem de 62 anos, que faleceu em abril no ano passado, cujos parentes procuraram a Pol�cia Civil prestar depoimento sobre a morte, que relaciona consumo de cerveja e sintomas da s�ndrome nefroneural. A falta de assist�ncia aumenta a ang�stia. “Liguei na Vigil�ncia Sanit�ria, fui � Pol�cia Civil prestar depoimento, mas n�o obtive apoio, por se tratar de caso antigo”, comenta a mulher da v�tima, que prefere n�o se identificar enquanto os laudos m�dicos n�o s�o conclu�dos. “O nefrologista que o acompanhou no hospital, com o respons�vel pelo Instituto de Nefropatologia, compararam a bi�psia do meu marido com a dos atuais intoxicados e conclu�ram que ele tamb�m foi intoxicado, e que podemos tamb�m fechar o diagn�stico”, conta.

Pol�cia promete ampliar apura��o

De acordo com a Pol�cia Civil, a corpora��o atua de forma coordenada com a Secretaria de Estado de Sa�de (SES), que orienta a notifica��o a partir de outubro 2019. At� o momento, nenhum caso anterior a este m�s est� sendo investigado. Apesar disso, a institui��o informa, em nota, que “o cidad�o que tenha consumido o produto e se sinta prejudicado com a ingest�o da bebida pode registrar um boletim de ocorr�ncia”. E tamb�m ressalta que esse registro ser� apurado durante a investiga��o. Entretanto, n�o esclarece quantos s�o os casos em an�lise que se enquadram nessa situa��o.
 
Segundo a presidente da Sociedade Mineira de Nefrologia, Lilian Pires de Freitas do Carmo, m�dicos est�o relatando casos antigos sem diagn�stico, compat�veis com a intoxica��o por dietilenoglicol. Como a nota t�cnica da secretaria para a intoxica��o por dietilenoglicol se refere a casos at� outubro de 2019, os especialistas foram orientados a n�o usar a ficha da notifica��o. “A gente envia um relat�rio detalhando o caso”, explica. A m�dica avisou a secretaria sobre um caso de novembro de 2018.
 
A Sa�de estadual aponta que, at� o momento, a notifica��o vale para pessoas que ingeriram cerveja da Backer a partir de outubro de 2019 e tiveram sintomas gastrointestinais, associados a altera��es das fun��es renais e problemas neurol�gicos em 72 horas. A pasta ressalta, entretanto, que a defini��o de caso suspeito pode ser revista. “Os casos notificados para a secretaria com sinais e sintomas semelhantes ao quadro de intoxica��o por dietilenoglicol e com relato de exposi��o em data anterior a outubro de 2019 est�o em monitoramento”, informa. Segundo a pasta, para serem considerados casos suspeitos de intoxica��o por dietilenoglicol, � necess�rio confirma��o da exposi��o e exclus�o de outras causas para o quadro cl�nico apresentado.





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