
A homofobia j� foi criminalizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas ainda h� quem n�o tema as consequ�ncias do preconceito. O caso da vez, como j� se tornou costumeiro, envolve um motorista de aplicativo, acusado de cometer o crime contra a cantora de funk Amanda Versus, de 31 anos, e a companheira dela, Ludmila Legnani, de 20.
Segundo Amanda, as duas passavam pela Avenida Afonso Pena, na altura do cruzamento com a Rua Esp�rito Santo, no Hipercentro de BH, quando o caso aconteceu. “A Ludmila me disse que estava com uma dor nas costas e eu me dirigi a ela de maneira carinhosa. Nesse momento, ele disse que 'aquilo n�o poderia acontecer dentro do carro dele' e que 'n�o aceitava aquele tipo de situa��o'”, conta a cantora.
De acordo com Amanda, assim que o crime aconteceu as duas desceram do carro, um Volkswagen Fox, e disseram ao motorista que a viagem n�o seria paga. “Ele arrancou o carro e foi embora. Depois, fomos � delegacia e registramos o boletim de ocorr�ncia. Os policiais nos deram todo apoio e ficaram inconformados com a situa��o”, afirma.
Ainda segundo Amanda, caso o motorista n�o pague criminalmente pelas ofensas ela e a companheira pensam em judicializar a situa��o. “Foi a primeira vez que sofri esse tipo de preconceito de maneira vis�vel, expl�cita mesmo. A gente percebe um olhar diferente das pessoas de vez em quando, mas dessa maneira nunca tinha acontecido”, lamenta a v�tima.
“Isso tem que servir de exemplo. Se a gente n�o mostrar como n�s somos, a gente nunca vai conseguir mudar nada. S� reagindo a gente vai conseguir mudar o mundo. Se eu ficasse calada e diminu�sse essa situa��o, como ficaria?”, ressalta Amanda Versus.
O motorista de 53 anos tem quase 6 mil viagens pelo aplicativo Uber. Ele pode ser enquadrado na lei do racismo. A pena, no caso dele, no qual n�o houve divulga��o ampla da homofobia, fica entre 1 e 3 anos de pris�o, al�m de multa.
A empresa chegou a fazer uma campanha publicit�ria contra a LGBTfobia praticada por seus motoristas recentemente.
“Se voc� comete ass�dio, racismo, LGBTfobia ou qualquer tipo de viol�ncia em viagens feitas por meio de nossa plataforma, a Uber n�o � pra voc�”, diz o c�digo de conduta da empresa lan�ado neste ano.
No entanto, a falta de seguran�a dos aplicativos e a recorr�ncia de casos como esse, justamente pela falta de rigor na aceita��o de novos colaboradores, � uma das mais frequentes reclama��es dos usu�rios.
Outro lado
Em nota, a Uber informou que “n�o tolera qualquer forma de discrimina��o em viagens realizadas em sua plataforma” e que “defende o respeito � diversidade e reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e justi�a para todas as pessoas LGBTQIA+”.