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Estado de Minas

H� raz�o para temer o coronav�rus?

Apesar de apresentar taxa de mortalidade inferior a outras pandemias, especialistas alertam que a doen�a � perigosa e que n�o se trata de histeria. Cont�gio f�cil e r�pido dificulta controle da infec��o


postado em 16/03/2020 06:00 / atualizado em 16/03/2020 09:01

Exames para diagnosticar casos de COVID-19 estão sendo feitos na Fundação Ezequiel Dias (Funed) e resultados saem em 72 horas(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Exames para diagnosticar casos de COVID-19 est�o sendo feitos na Funda��o Ezequiel Dias (Funed) e resultados saem em 72 horas (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

A pandemia do COVID-19 inaugura uma forma diferente de doen�as de propor��es globais com uma superdifus�o de informa��es, tanto das que ajudam quanto as que desinformam. Ainda que menos letal do que antecessoras, como a s�ndrome respirat�ria aguda severa (SARS), que tem taxa de mortalidade de 15%, e a gripe A (H1N1), inicialmente conhecida como gripe su�na, que leva a �bito uma m�dia de 5% dos infectados, a doen�a provocada pelo novo coronav�rus ecoou com um alerta nunca antes visto pelo mundo.

 

S� para se ter uma ideia, em 2009, a gripe A matou 100 vezes mais pessoas. Mas os especialistas alertam que n�o � apenas histeria e que a nova doen�a �, sim, perigosa, principalmente por ser de cont�gio f�cil e r�pido. “A doen�a afeta mais idosos (acima dos 80 anos, a mortalidade � acima de 15%) e pessoas com problemas imunol�gicos. Tem poupado jovens e crian�as. Contudo, essas faixas et�rias est�o disseminando rapidamente a doen�a onde h� transmiss�o local, como na China e na Europa”, afirma o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estev�o Urbano Silva.

 

O especialista avalia que o sistema de sa�de est� estruturado e que, ao contr�rio da pandemia de gripe A, houve tempo para preparo da infraestrutura de sa�de do Brasil, uma vez que a doen�a come�ou no fim do ano passado na China, h� quase quatro meses. “N�o se sabe exatamente a abrang�ncia do que vai chegar, pois a doen�a est� no in�cio no Brasil. O problema s�o os casos graves, que v�o demandar quartos de isolamento e leitos de CTI. Se for do n�vel do v�rus H1N1 (gripe A), em 2009, a estrutura que temos pode dar conta. Mas se tivermos 6 mil casos graves, por exemplo, demandando interna��es, o sistema n�o consegue absorver”, alerta o infectologista.

 

Um dos aspectos a se observar, segundo autoridades sanit�rias, � que, como o cont�gio se d� pela proximidade dos infectados com as pessoas, locais com grande concentra��o populacional podem sofrer com mais doentes, como a Grande BH, que supera 5,5 milh�es de habitantes. “S�o locais onde o povoamento muito denso facilita o cont�gio, que se d� de pessoa para pessoa. Por outro lado, s�o os locais onde h� uma estrutura de sa�de com maior capacidade e estrutura��o. Estamos no in�cio e a doen�a n�o circula ainda, mas � quase imposs�vel que n�o se torne uma infec��o comunit�ria”, compara Estev�o Urbano.

 

Outro aspecto que preocupa � a possibilidade de surtos isolados em �reas mais afastadas do estado, como o de febre amarela, que ocorreu em 2017 nos vales dos rios Jequitinhonha e Mucuri, demandando envio de aux�lio estadual e nacional, inclusive com o refor�o da For�a Nacional do Sistema �nico de Sa�de. “Temos a For�a Nacional do SUS, a possibilidade de montagem de hospitais de campanha militares. O sistema de sa�de est� suficientemente estruturado para absorver esses casos, se tiv�ssemos epidemia de propor��es superando a oferta de leitos. At� o fechamento de hospitais para tratar especificamente de casos de COVID-19 seria poss�vel. O cancelamento de cirurgias eletivas para utilizar as instala��es hospitalares para infectados. Esperamos que n�o chegue a esse ponto, mas j� h� previs�o para o combate em v�rios n�veis”, afirma o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia.

 

A Secretaria Estadual de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) informou que conta com cerca de 2.800 leitos de interna��o para tratamento intensivo pelo SUS, entre unidades de adultos, neonatais e pedi�trica, refor�ados por setores de queimados e coronarianos. Al�m disso, a rede particular conta com outras 1.590 vagas que podem ser acionadas em caso de emerg�ncia. leitos complementares tamb�m podem ser convertidos para a interna��o de casos mais graves, sendo 369 da rede SUS e 139 privados. A Secretaria Municipal de Sa�de de Belo Horizonte (SMSA) mant�m 20 leitos de retaguarda para pacientes que necessitarem de interna��o, sendo 10 leitos de CTI na Santa Casa e 10 leitos cl�nicos no Hospital Metropolitano Dr. C�lio de Castro.

 

 

Diagn�stico


Desde a �ltima quinta-feira os exames para diagnosticar casos de COVID-19 passaram a ser feitos em Belo Horizonte, na Funda��o Ezequiel Dias (Funed), em vez de na Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Contudo, o tempo de resposta, por enquanto, � o mesmo registrado no processo interestadual, de 72 horas. Um dos receios que se tem � de que o grande volume de exames de dengue, zika e chikungunya feitos na unidade mineira possa atrasar uma necess�ria intensifica��o de diagn�sticos da nova doen�a. Para se ter uma ideia, o estado j� registra 25 mil casos de dengue, o maior �ndice do pa�s.

 

 

Segundo a SES-MG, o exame para pesquisa do novo coronav�rus � feito por meio de biologia molecular e a rotina de dengue � realizada com a pesquisa sorol�gica. “O exame � realizado em outro laborat�rio, por uma outra equipe. Dessa forma, esclarecemos que n�o haver� comprometimento na realiza��o de exames. A Funed recebe atualmente, em m�dia, 150 amostras por dia para investiga��o de arbov�rus (dengue, chikungunya e zika). Al�m do Laborat�rio Central de Sa�de P�blica da Funed, existe uma Rede de Laborat�rios de Sa�de P�blica que faz o exame de dengue (Relsp-MG) em 12 munic�pios, o que tem permitido a libera��o dos exames de dengue no prazo”, informou a secretaria.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

 

Comparativo

Caracter�sticas das gripes que se espalharam recentemente

 

S�ndrome Respirat�ria Aguda Severa – SARS

 

  • V�rus: coronav�rus SARS-CoV
  • Ano: 2002 a 2004
  • Onde come�ou: China
  • Mortos pelo mundo: 800
  • Taxa de mortalidade: 15%
  • Mortos em Minas Gerais: 0
  • Mortos no Brasil: 0
  • Combate: Doen�a foi extinta

 

 Gripe A

 

  • V�rus: H1N1
  • Ano: 2009
  • Onde come�ou: M�xico
  • Mortos pelo mundo: mais de 500 mil
  • Taxa de mortalidade: 5%
  • Mortos em Minas Gerais: 183
  • Mortos no Brasil: 2.101
  • Combate: Existe vacina e h� tratamento com antivirais

 

 

COVID-19

 

  • V�rus: Sars-CoV-2
  • Ano: 2019-2020
  • Onde come�ou: China
  • Mortos pelo mundo: mais de 5 mil
  • Taxa de mortalidade: 3,5%
  • Mortos em Minas Gerais: 0
  • Mortos no Brasil: 0
  • Combate: N�o h� vacina ou tratamento

Fontes: OMS e Minist�rio da Sa�de

 

Caso suspeito deve seguir protocolo

 

Conforme o Protocolo Infec��o Humana pelo novo coronav�rus, os quadros suspeitos s�o de pessoas que desenvolveram febre e pelo menos um sinal ou sintoma respirat�rio (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) com hist�rico, nos 14 dias anteriores, de viagem para �rea com transmiss�o ou contato pr�ximo com caso suspeito ou confirmado. A transmiss�o ocorre por contato pr�ximo, de pessoa a pessoa, a partir de secre��es respirat�rias de pacientes infectados, como tamb�m pela tosse.

 

Os casos suspeitos dever�o buscar a Unidade B�sica de Sa�de mais pr�xima. Ao chegar ao local, dever� ser fornecido imediatamente ao paciente uma m�scara cir�rgica e o mesmo dever� ser conduzido a uma sala isolada. Os profissionais de sa�de que ir�o prestar atendimento devem utilizar prote��o para aeross�is e precau��es de contato (m�scara respirat�ria do tipo N95, prote��o ocular, luvas, gorro, capote descart�vel). O profissional dever� realizar notifica��o compuls�ria imediata (conforme Protocolo mencionado) e se inicia o processo de coleta de amostra de secre��o conforme kit da unidade

 

A coleta domiciliar, no SUS-MG, poder� ocorrer em caso de necessidade e conforme organiza��o de cada munic�pio quanto �s equipes de Sa�de de Aten��o Prim�ria e ou Servi�o de Atendimento Domiciliar (SAD).

 

Quando o caso confirmado for considerado caso leve, sem sinais de gravidade, deve-se, preferencialmente, realizar isolamento domiciliar do paciente. H� duas possibilidades para os casos mais graves. Se h� indica��o de interna��o em Terapia Intensiva, o paciente deve ser internado em hospitais com leito de isolamento. Quando h� indica��o de interna��o em Terapia Intensiva, o paciente deve ser internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de prefer�ncia em hospitais com leito de isolamento.


(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

 


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