A cidade hist�rica de Ouro Preto viveu neste ano uma Semana Santa totalmente at�pica, sem a presen�a de turistas e sem as tradicionais celebra��es religiosas que costumam lotar suas ruas. A pandemia da COVID-19 fez com que a cidade enfrentasse uma realidade totalmente diferente, com suas ladeiras totalmente vazias.
Apesar da import�ncia das medidas de isolamento social, que tem por foco frear a dissemina��o do coronav�rus, o resultado para os comerciantes e demais trabalhadores que vivem da explora��o do turismo e da cultura � preocupante.
Como tentativa de minimizar os preju�zos financeiros e visando � retomada do turismo cultural e religioso ao fim da pandemia, o secret�rio municipal de Cultura e Patrim�nio, Zaqueu Astoni, planeja a��es para atrair novamente os turistas ap�s fim da pandemia.
“Fizemos uma campanha para que as pessoas visitem Ouro Preto depois de passada a pandemia e n�o cancelem os pacotes. Como uma forma de retomada do nosso turismo cultural. O desafio ser�, al�m da manuten��o da seguran�a da popula��o de Ouro Preto, que eu destaco aqui o hospital de campanha, a retomada da atividade econ�mica ligada � cultura, turismo e patrim�nio”, afirmou o secret�rio em entrevista ao Estado de Minas.
A reportagem conversou com vendedores de artigos de artesanato no centro de Ouro Preto, que revelaram que costumavam vender at� R$15 mil durante a Semana Santa. Neste ano, com as lojas fechadas, o preju�zo � inevit�vel, considerando que v�rios t�m despesas com e alugu�is que giram em torno de R$ 7mil, al�m do sal�rio dos funcion�rios.
Eventos grandiosos
Ouro Preto foi declarada patrim�nio cultural da humanidade em 1980 pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco). Al�m da comemora��o dos 40 anos desse t�tulo, o munic�pio prepara outros eventos relevantes.
“Temos diversos eventos alinhavados. Um evento grandioso que ser� feito em parceria com a Funarte, alusivo aos 40 anos do t�tulo de patrim�nio mundial concedido a Ouro Preto pela Unesco. Primeira e �nica cidade do Brasil que tem o conjunto classificado como “cidade hist�rica” e n�o s� o “centro hist�rico”. Teremos tamb�m os 250 anos da Casa da �pera, 300 anos da sedi��o de Vila Rica e aos 300 anos de Minas Gerais”, projeta Zaqueu.
Ainda segundo o secret�rio, atividades econ�micas ligadas ao turismo, � cultura e � educa��o empregam mais pessoas atualmente em Ouro Preto do que a minera��o. Entretanto, Zaqueu afirma que, no momento, o foco s�o as a��es voltadas para a sa�de da popula��o.
“Nada mais correto que os gestores tenham a preocupa��o da retomada do fluxo tur�stico e cultural da cidade p�s-pandemia. Por�m, hoje o foco � a salvaguarda da vida humana. Toda aten��o est� voltada para isso. Para a preserva��o do nosso conjunto, mas primando pela preserva��o da vida humana”, disse.
Apreens�o e tristeza
Zaqueu tem forte liga��o com a cidade hist�rica. Antes de assumir o cargo de secret�rio se graduou em direito pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e conhece bem as ruas e ladeiras do munic�pio.
Ele revela o sentimento de ang�stia com o fato de ver a cidade vazia durante um momento importante, mas entende que a medida � necess�ria para a preserva��o do bem estar dos moradores.
“Para n�s, gestores, o momento � de muita apreens�o e tristeza. Estamos acostumados com a Semana Santa de Ouro Preto, que � uma das principais do mundo. O jornal The Guardian, da Inglaterra, no ano passado colocou a Semana Santa de Ouro Preto como uma das dez mais importantes do mundo. � um per�odo de muita beleza, emo��o, f� e movimenta��o ligada ao turismo religioso e cultural. A cidade fica lotada, restaurantes, hot�is. � muito triste estarmos passando por isso, mas nossa preocupa��o hoje � com a vida humana e a seguran�a de toda a popula��o”, refor�a.