Fam�lia de homem que morreu em Divin�polis nega COVID-19 como causa

A fam�lia de Wanderson Ara�jo, de 45 anos, que morreu no �ltimo s�bado (11) no Complexo de Sa�de S�o Jo�o de Deus, em Divin�polis, Regi�o Centro-Oeste, contesta que a morte tenha sido causada pela COVID-19. Com o laudo em m�os, o pai, Geraldo Magela Ara�jo, de 71 anos, afirma que o filho morreu de insufici�ncia respirat�ria aguda. O atestado de �bito aponta que ele era hipertenso e tinha diabetes.

A confirma��o da morte por coronav�rus a partir de atestado cl�nico foi divulgada no s�bado pela Secretaria Municipal de Sa�de (Semusa). Nesta segunda-feira (13), o munic�pio voltou atr�s, e o caso foi lan�ado no sistema como “suspeito”. O material para exame laboratorial do paciente n�o foi colhido e, at� o momento, a indica��o � de que nenhum procedimento confirmat�rio ser� realizado.

A causa da morte n�o � a �nica contesta��o da fam�lia. O pai do paciente disse que em nenhum momento os familiares procuraram o hospital relatando que ele havia apresentado sintomas para o v�rus. “A �nica coisa que ele teve de sintoma, antes de acontecer o problema de coronav�rus no mundo, � falta de ar. N�o teve nada. Nem dor de cabe�a, garganta inflamada, nem tosse, nem febre”, conta o pai.

Wanderson passou mal na noite de sexta-feira (10). “Ele ligou sozinho para a ambul�ncia porque a falta de ar estava aumentando”, relembra Geraldo. Diferentemente do informado pelo S�o Jo�o de Deus, ele morava com o pai e a irm� no Bairro S�o Roque. Quando a equipe do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) chegou, o paciente ainda estava consciente. “Ele foi andando sozinho at� a ambul�ncia”, conta. S� ap�s entrar no ve�culo, o estado de sa�de se agravou, segundo o pai. Geraldo acompanhou o filho, j� inconsciente, at� o hospital.

Enquanto Wanderson era atendido, ele preencheu os formul�rios e aguardou do lado externo da recep��o. “Eles me chamaram, vieram as enfermeiras, o m�dico e me falaram: infelizmente, ele n�o aguentou”, relata. A informa��o repassada a ele era de que o filho havia sofrido parada respirat�ria e que a press�o chegou a 20 por 4. “Eles me falaram que n�o tinha nada de coronav�rus”, afirma.

O corpo foi liberado para o Servi�o Municipal de Luto. Por volta das 10h do s�bado (11), o vel�rio foi iniciado na comunidade rural de Amadeu Lacerda. “Eles me deram o prazo de seis horas para velar, porque ele estava muito inchado”, disse. A fam�lia n�o recebeu nenhuma orienta��o para se precaver devido � suspeita de COVID-19. Mesmo assim, no local havia �lcool em gel.

Devido �s condi��es do corpo, a fam�lia resolveu realizar o sepultamento antes. O vel�rio, conta o pai, durou cerca de quatro horas. “S� quando est�vamos acabando de sepultar que chegou o pessoal para limpar o local”, diz. Segundo ele, o caix�o n�o foi lacrado totalmente. A janelinha da parte de cima ficou aberta durante todo o tempo e em nenhum momento houve interrup��o da cerim�nia de despedida.

Geraldo nega tamb�m que os dados das pessoas presentes tenham sido registrados por autoridades, como foi informado pela Semusa. Ele disse que foi chamado a voltar ao hospital ap�s o sepultamento e que l� ele foi orientado a ficar em isolamento por 14 dias por precau��o. “Com o laudo m�dico na m�o, tirei xerox. Falei o seguinte: 'voc�s est�o falando que � coronav�rus, mas voc�s v�o me dar outro laudo?'. A�, eles falaram que o que iria valer era o primeiro”.

Aos 71 anos, com problemas de press�o, Geraldo afirma que quer apenas uma declara��o confirmando a causa da morte. “Cada vers�o de not�cia que chega eu me sinto mal”, afirma. 

Sem exame

A Secretaria Municipal de Sa�de (Semusa) diz ter registrado o caso como suspeito porque o hospital n�o recolheu o material para exame. Indicou ainda que nenhum outro procedimento dever� ser realizado para indicar a causa, como necropsia.

A partir de agora, a orienta��o � para que todas unidades hospitalares realizem os testes dos pacientes que morrerem com a suspeita da doen�a.

A Semusa afirmou que o corpo foi para o Servi�o Municipal do Luto sem nenhuma observa��o de possibilidade para COVID-19. Somente algum tempo ap�s a libera��o � que houve o comunicado do hospital sobre a situa��o. A partir deste momento, o �rg�o afirma que o vel�rio foi suspenso e a rela��o de pessoas que passaram pelo local providenciada para fins de acompanhamento pela Semusa.

A assessoria de comunica��o do hospital mant�m sua posi��o. Segundo a unidade, os profissionais do Complexo de Sa�de foram informados pela fam�lia que o homem estava h� uma semana apresentando febre e falta de ar. As informa��es teriam sido fornecidas ap�s a libera��o do corpo. Com base nelas, houve a orienta��o para suspens�o do vel�rio. A equipe que teve contato com o paciente foi afastada temporariamente por medida de seguran�a. 

Ainda segunda a assessoria, o hospital far� novo contato com a fam�lia para esclarecimento das informa��es.

*Amanda Quintiliano especial para o EM

 

Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o coronav�rus � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

V�deo: coronav�rus, quando isso tudo deve acabar?