
Em meio � solid�o causada pelo isolamento social e �s medidas de quarentena impostas para a popula��o, a m�sica traz alegria para os moradores do Bairro Gutierrez, Regi�o Oeste de Belo Horizonte. Isso porque os vizinhos Marlon Humphreys e Rodrigo Arantes resolveram se juntar, sem ao menos se conhecer, para levar melodia para as pessoas. Marlon, trompetista da Orquestra Filarm�nica de Minas Gerais, e Rodrigo, tenor, se apresentam todos os dias junto ao p�r do sol. Assistir � performance musical da dupla, pelas janelas e varandas dos pr�dios, mesmo que de longe, acabou se tornando compromisso para alguns moradores da regi�o.
Em conversa com o Estado de Minas, os m�sicos contam que a paix�o pela m�sica foi o que acabou motivando as apresenta��es. “Tenho a m�sica como minha maior terapia. Sou defensor da ideia de que por meio dela seja poss�vel trazer felicidade para as pessoas. Agora confinadas, essa � uma forma de tranquiliz�-las”, explica Rodrigo. “Os dias estavam tristes. A energia era pesada. Por isso que ao olhar um p�r do sol t�o bonito me ocorreu que tocar parecia certo”, conta Marlon.
Rodrigo Arantes � oficial do Minist�rio P�blico e usava seu dom para cantar em casamentos. Isolado por conta da pandemia de COVID-19, a ideia de cantar na varanda veio de um pedido da mulher, Juliana. “Eu estava me sentindo muito triste, abalada com toda a situa��o. Ent�o pedi para que ele cantasse Ave Maria, de Schubert. Ele canta e nosso cora��o explode de felicidade”, conta a mulher.
Vizinhos, um trompetista e um tenor resolveram se juntar, sem ao menos se conhecer, para levar melodia para as pessoas, durante este per�odo de isolamento social. V�deo de Alexandre Guzanshe. pic.twitter.com/S5Sp6SLDJj
— Estado de Minas (@em_com) April 17, 2020
Os 'concertos' Marlon Humphreys e Rodrigo Arantes ocorrem sempre ao fim da tarde, no bairro Gutierrez em Belo Horizonte, para a sorte dessa vizinhan�a. V�deo de Alexandre Guzanshe. pic.twitter.com/4Bk7s5xK3S
— Estado de Minas (@em_com) April 17, 2020
De acordo com o tenor, assim que terminou de cantar a m�sica solicitada pela esposa, ele escutou palmas vindas da vizinhan�a. Poucos minutos depois, Marlon Humphreys tamb�m foi at� a janela, acompanhado de seu trompete. “Foi natural. E acredito que quando a gente faz o melhor para as pessoas, a gente tamb�m recebe o bem. Acaba trazendo alegria para estes dias tristes”, conta o trompetista da Orquestra Filarm�nica de Minas Gerais.
As filhas de Rodrigo, Valentina e Catarina, de 7 e 1 ano, tamb�m adoram assistir ao pai. At� a mais nova j� aprendeu o nome do parceiro de m�sica do pai e sempre bate palmas na hora das apresenta��es. “A gente nunca tinha conversado. Conhecia o Marlon apenas de vista. Agora est� todo mundo mais unido. N�o s� eu, ele e nossas esposas, mas todo o condom�nio”, conta Rodrigo.

"Tenho a m�sica como minha maior terapia. Sou defensor da ideia de que por meio dela seja poss�vel trazer felicidade para as pessoas. Agora confinadas, essa � uma forma de tranquiliz�-las"
Rodrigo Arantes, tenor
Amigos
O grupo do WhatsApp do pr�dio, antes usado apenas para assuntos do condom�nio, acabou se transformando em um grupo de amigos. Com pedidos de m�sica e conversas sobre o dia a dia na quarentena, os moradores acabaram se aproximando e se conhecendo melhor. Agora, combinam um festival de m�sica para depois que a quarentena acabar.
Mas o que acabou chamando mais a aten��o nas conversas pelo WhatsApp foi uma senhora, dona Ermelinda, que n�o perde um show e sempre escreve poesias para agradecer aos m�sicos. “Dedica��o � habilidade/� capacidade/Praticar a cortesia/� harmonia/Ser alma, ser cora��o/� m�sica e can��o/� a celebra��o do viver/ � hora de renascer/Parab�ns, Rodrigo e Marlon.”
*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Kelen Cristina

Palavra de f�
Um hotel em Po�os de Caldas, Sul de Minas, manter� a palavra “F�” em sua fachada, escrita com as luzes dos apartamentos, enquanto durar a quarentena pela COVID-19. � o que afirma a gerente Elaine Martins, que teve a iniciativa em 23 de mar�o, ap�s ver a foto de um pr�dio, em outra cidade, que havia formado um cora��o com as luzes. “Preferimos escrever a palavra f� porque � tudo o que precisamos em um momento dif�cil como este”, diz. A gerente tirou uma foto externa do hotel e fez o desenho no celular para ver quais apartamentos deveriam ter as luzes acesas – foram usados 26 dos 120 quartos do edif�cio.twit