postado em 08/06/2020 06:00 / atualizado em 08/06/2020 07:34
Para a reabertura do com�rcio de BH, a prefeitura exigiu regras de higieniza��o nas lojas e, em alguns casos, aferi��o de temperatura, al�m da divulga��o de medidas de prote��o (foto: Gladyston Rodriges/EM/D.A Press)
Tr�s meses depois de o Minist�rio da Sa�de confirmar o primeiro caso de COVID-19 em Minas Gerais, – uma mulher moradora de Divin�polis, na Regi�o Centro-Oeste –, o estado assiste a mais uma fase de flexibiliza��o do com�rcio em Belo Horizonte, epicentro do novo coronav�rus, e v�rios outros munic�pios. Enquanto o n�mero de mortes e registros de contamina��o ainda coloca Minas fora da rota mais afetada pela pandemia no Brasil – ontem o balan�o da Secretaria de Estado de Sa�de (SES) informou 15.703 diagn�sticos e 376 mortes pela doen�a respirat�ria –, o afrouxamento do isolamento escancara um desafio para as autoridades sanit�rias: qual seria o limite entre a retomada econ�mica e as medidas para frear o v�rus?
Aliado a isso, a enfermidade ainda n�o chegou ao seu temido pico, agora projetado pelo governo estadual para 19 de julho. S�o 513 cidades de Minas com casos confirmados da COVID-19, quer dizer, 60,1% das 853 munic�pios do estado. Na mesma toada, 126 prefeituras j� registraram ao menos uma vida perdida para a pandemia.
Minas rompeu ontem a marca de 15 mil casos confirmados de infec��o pelo novo coronav�rus: s�o 15.703 pessoas infectadas. Na compara��o com levantamento divulgado no s�bado, houve aumento de 764 diagn�sticos. J� o balan�o de mortes cresceu em oito: de 368 para 376. A taxa de letalidade em Minas (porcentagem dos doentes que morrem) � de 2,4%. Dos que perderam a vida, 86% apresentavam ao menos uma comorbidade, sendo hipertens�o (147 pacientes), doen�a cardiovascular (121) e diabetes (104) as mais comuns. A m�dia de idade dos �bitos confirmados � de 68 anos.
Com a maior circula��o de pessoas na capital, risco maior est� nas aglomera��es, como nos pontos de �nibus (foto: Gladyston Rodriges/EM/D.A Press)
Em Belo Horizonte, a SES computa 59 mortes e 2.438 diagn�sticos da doen�a. Hoje, a cidade se prepara para mais uma etapa de reabertura do com�rcio, que, segundo o secret�rio municipal de Sa�de, Jackson Machado Pinto, engloba 92% dos empregos ativos na cidade. Poder�o funcionar diversos estabelecimentos varejistas e atacadistas, entre lojas de cal�ados, de artigos de viagem, joalherias, de instrumentos musicais, tabacarias, floriculturas e de decora��o. Os hor�rios s�o de 5h �s 17h para o atacado e das 11h �s 19h para o varejo.
“O nosso maior desafio � sair com seguran�a: contar com ades�o da popula��o �s medidas de preven��o e uso de m�scara, manter o isolamento social e evitar aglomera��o de pessoas em lojas e ruas”, afirma o infectologista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Una� Tupinamb�s. Ele � membro do comit� montado pela prefeitura para frear o novo coronav�rus.
Leitos A decis�o da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) foi tomada um dia depois de a cidade registrar suas maiores taxas de ocupa��o dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) e enfermaria dedicados � COVID-19 desde o in�cio da pandemia. Boletim do pr�prio Executivo municipal indicou que 64% das unidades de terapia intensiva estavam em uso na quinta-feira. O recorde anterior havia sido alcan�ado um dia antes, de 63%.
Recorde tamb�m foi observado na ocupa��o dos leitos de enfermaria voltados aos pacientes menos graves infectados pelo novo coronav�rus. Na quinta-feira, 49% deles estavam ocupados, um ponto percentual a mais que o �ndice da v�spera.
O que � o coronav�rus?
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
Para efeito de compara��o, quando a prefeitura anunciou a primeira flexibiliza��o da quarentena, em 22 de maio, a cidade tinha 40% dos seus leitos de UTI ocupados: houve crescimento de 14 pontos percentuais desde ent�o. No caso da taxa relativa �s enfermarias, o aumento foi de 12 pontos percentuais: de 37% para 49%.
Apesar de o crescimento preocupar, o secret�rio de Sa�de, Jackson Machado Pinto, garantiu que a cidade trabalha para aumentar a oferta de leitos de UTI. Segundo ele, caso haja essa melhoria, a taxa de ocupa��o cairia para 41% na cidade.
“Estamos arriscando no momento adequado, em um momento em que a gente tem uma estrutura hospitalar ainda robusta, que pode acolher essas pessoas que v�o precisar de um CTI ou de enfermaria. Nosso SUS (Sistema �nico de Sa�de) tem uma equipe m�dica muito completa. � um dos melhores do Brasil”, pontua Una� Tupinamb�s. “Caso a gente observe um aumento de casos, podemos voltar atr�s, at� mesmo determinar o lockdown (fechamento total) da cidade”, completa.
Voltam hoje em BH 11 setores
Come�a hoje em Belo Horizonte nova etapa de reabertura do com�rcio. Com a chamada Fase 2 – que tem in�cio �s 5h para o com�rcio atacadista e �s 11h para o varejista – a prefeitura (PBH) vai contemplar 5.323 empresas e 8.137 microempreendedores individuais (MEIs). Essas atividades representam cerca de 15 mil empregos formais no munic�pio.
Poder�o abrir as portas lojas de artigos usados (desde que j� permitidos pela prefeitura); artigos esportivos, de camping e afins; artigos de uso pessoal (cal�ado, joalheria, relojoaria, souvenir, bijuteria, artesanato e de viagem); plantas, flores e artigos para animais (exceto com�rcio de animais vivos); bebidas (sem consumo no local da venda); instrumentos musicais e acess�rios; objetos de arte e decora��o e tabacaria (sem consumo no local da venda), armamentos e lubrificantes.
No varejo, o funcionamento ser� das 11h �s 19h das segundas �s sextas-feiras, e das 9h �s 19h nos fins de semana e feriados. No atacado, a abertura ser� das 5h �s 17h diariamente. Com a inclus�o desses estabelecimentos na flexibiliza��o da quarentena, somada aos que j� estavam em funcionamento nas fases 1 e de controle, cerca de 89,6% das atividades privadas em Belo Horizonte estar�o autorizadas a funcionar, representando a retomada de 91,9% dos empregos, ainda de acordo com a PBH.
Na Fase 1, iniciada em 25 de maio, voltaram a funcionar sal�es de beleza (exceto cl�nicas de est�tica), shoppings populares e com�rcio varejista. A despeito da reabertura, o secret�rio municipal de Sa�de, Jackson Machado Pinto, refor�ou que continua sendo essencial manter os cuidados para evitar a propaga��o do coronav�rus e seguir as regras de isolamento e distanciamento social.
(foto: Arte EM)
S�ndrome respirat�ria preocupa em Minas
Minas Gerais e Belo Horizonte se destacam pela letalidade da COVID-19 abaixo da m�dia nacional, mas os n�meros de s�ndrome respirat�ria aguda grave (SRAG) no estado e na capital mineira s�o preocupantes. Dados do Minist�rio da Sa�de mostram que BH � a terceira capital com mais �bitos atribu�dos a SRAG no pa�s, perdendo apenas para Campo Grande e Curitiba.
S�o nove mortes por SRAG para cada �bito computado de COVID-19 em Minas. As observa��es foram feitas pelo bi�logo e pesquisador Atila Iamarino no Twitter. Dados da SES confirmam as observa��es do cientista: houve incremento de 676% das hospitaliza��es por s�ndrome respirat�ria aguda grave em Minas neste ano – em compara��o aos dados de 2019. Na �ltima semana epidemiol�gica (entre 24 e 30 de maio), foram 1.050 interna��es: 150 por dia e 6,25 por hora no estado.
O aumento substancial em rela��o ao ano passado ocorreu justo a partir de mar�o, quando a pandemia do novo coronav�rus chegou ao Brasil. S�o 11 semanas epidemiol�gicas consecutivas com mais de 1 mil hospitaliza��es por casos de SRAG. Foram 13.103 interna��es no per�odo, o que representa 92% do total do ano: 14.243.
O governo de Minas tem sustentado que a eleva��o dos registros de SRAG se justifica devido ao fato de maior n�mero de pessoas que enfrentam esses casos estar procurando o sistema de sa�de por medo da COVID-19. O estado afasta a tese de subnotifica��o.
“Existem v�rias suposi��es do que levou � eleva��o de casos de SRAG notificados em 2020. A principal delas � que, atualmente, os trabalhadores e profissionais da sa�de est�o hipersensibilizados na notifica��o de casos de s�ndromes respirat�rias”, informou a pasta em documento divulgado em maio. (GR)
O que � o coronav�rus?
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
