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Estado de Minas ALTA

Caso Backer: depois de quase 6 meses no hospital, v�tima diz que nunca foi procurada pela cervejaria

Representante comercial ficou 82 dias na UTI e afirma que a Backer n�o entrou em contato com o advogado que o representa: ''Estou aguardando (assist�ncia) at� hoje''


postado em 15/06/2020 16:40 / atualizado em 15/06/2020 16:55

Na foto, Érico Eduardo Lucke deixando o hospital. Ele foi aplaudido pela equipe do hospital(foto: Juarez Rodrigues/E.M/D.A )
Na foto, �rico Eduardo Lucke deixando o hospital. Ele foi aplaudido pela equipe do hospital (foto: Juarez Rodrigues/E.M/D.A )
"O que eu sinto mais falta � dos meus amigos, da minha fam�lia e de poder praticar mountain bike". Isso foi o que disse o representante comercial �rico Luck, de 50 anos, uma das v�timas de envenenamento do Caso Backer, ao receber alta hospitalar nesta segunda-feira (15). Desde 30 de abril ele estava internado no Hospital Paulo de Tarso, no Bairro S�o Francisco, na Regi�o da Pampulha, para reabilita��o. No total, ficou 175 dias no hospital, sendo que 82 dias na Unidade Terapia Intensiva (CTI)


"Foi um per�odo de crescimento pessoal, de reavaliar a minha vida. E que, agora, tudo d� certo", disse �rico. Ele � morador do Bairro Buritis, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte. A fam�lia � do interior de S�o Paulo e ele mora sozinho na capital mineira. 

�rico tomou a cerveja Belorizontina em dezembro, sendo internado no Hospital da Unimed no dia 22. Ele bebeu sozinho, em casa. "Eu j� era consumidor da cerveja h� seis meses. Gostava muito dela, era a cerveja de prefer�ncia", contou. Por conta da intoxica��o, ele teve paralisia facial, dificuldade na fala, tr�s paradas cardiorrespirat�rias, perda neurol�gica, insufici�ncia respirat�ria e perda da for�a muscular.

�rico est� melhorando a parte motora, ficou com a creatinina alta, mas, com rem�dios, n�o est� precisando da hemodi�lise. Ele pontua que, antes de ingerir a cerveja contaminada, tinha um rim "perfeito", agora, tem o �rg�o debilitado. 

A v�tima continuar� o tratamento de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e com a cuidadora 24 horas em casa, servi�os n�o cobertos pelo plano de sa�de e custeados pela pr�pria fam�lia, j� que a Cervejaria Backer nunca arcou com o tratamento. "Estou aguardando (assist�ncia) at� hoje", disse. �rico afirma que a Backer n�o entrou nem em contato com o advogado que o representa.

O representante comercial clama por justi�a. "A Backer deveria se expressar melhor, e n�o ficar apenas atr�s dos autos, s� se defendendo. Ela precisa partir para cima das v�timas, assumir o erro que foi cometido. Espero que a justi�a seja feita", pontuou o representante comercial. "Minha fam�lia n�o � de Minas Gerais. Agora, preciso pagar apartamento, preciso pagar cuidador, al�m dos custos do m�dico", disse.

Na foto, o advogado André Couto(foto: Juarez Rodrigues/E.M/D.A )
Na foto, o advogado Andr� Couto (foto: Juarez Rodrigues/E.M/D.A )
O advogado do Erico � Andr� Couto. Ele tamb�m participou da coletiva na porta do hospital. "As medidas j� est�o sendo tomadas. Existe uma A��o Civil proposta pelo Minist�rio P�blico e j� temos uma ordem para a Backer pagar despesas de v�timas como o �rico", disse. Ele afirma que, de acordo com o levantameto feito por outras v�timas da intoxica��o, o custo fica em torno de R$12 mil a R$15 mil mensais. "O mais caro � o cuidador 24 horas", acrescentou.

O advogado classificou a postura da Backer como "lament�vel" e ele acredita que n�o � necess�ria a retomada das atividades da cervejaria para que a assist�ncia seja arcada: "sinceramente, eu n�o acho que a Backer tem que voltar ao mercado para ter o dinheiro de custo das v�timas. Trata-se de uma fam�lia com patrim�nio vasto com um grupo econ�mico empresarial". 

Resposta da Backer 

A Backer informou, por meio de nota, que o paciente em quest�o � uma das v�timas apontadas no inqu�rito da Pol�cia Civil que testaram positivo para contamina��o por dietilenoglicol. "O paciente tamb�m integra a a��o movida pelo Minist�rio P�blico. Contudo, ele ainda n�o apresentou no processo os documentos exigidos pela pr�pria Justi�a para receber ajuda da Backer (comprovante de despesas m�dicas n�o cobertas por plano de sa�de)", informou. 

A Backer reitera o interesse "pleno na resolu��o da situa��o, o mais r�pido poss�vel".

A empresa alega que todos os bens se encontram bloqueados pela Justi�a, que determinou regras para o reconhecimento e pagamento de aux�lio.

"Na �ltima segunda-feira, a empresa conseguiu um empr�stimo inicial no valor de R$ 200 mil e depositou em ju�zo. Cabe � Justi�a definir quando e como esse recurso ser� distribu�do. Por fim, a Backer reafirma que ir� honrar com todas as suas responsabilidades junto � Justi�a, �s v�timas e aos consumidores", concluiu.


Indiciamento

 


A Pol�cia Civil concluiu o inqu�rito na ter�a-feira (9), indiciado 11 funcion�rios da cervejaria Backer, ap�s a intoxica��o por dietilenoglicol em cervejas da marca. Entre os crimes, est�o les�o corporal, contamina��o de produto aliment�cio e homic�dio.

A Pol�cia Civil de Minas Gerais constatou que um vazamento em um tanque provocou a contamina��o das cervejas por mono e dietilenoglicol, subst�ncias t�xicas usadas no resfriamento do produto, contrariando as instru��es do pr�prio fabricante do equipamento.

Ao longo dos cinco meses de investiga��es, o n�mero de v�timas registradas no inqu�rito chegou a 42, mas 13 foram retiradas da lista – tr�s por se recusarem a fazer exames e 10 por fatores m�dicos ou de inconsist�ncia na apura��o para lig�-las ao caso –, explicou ontem o delegado Fl�vio Grossi. Assim, a Pol�cia Civil trabalha com 29 v�timas, sete das quais morreram. Al�m disso, ainda h� den�ncias envolvendo 30 supostas v�timas em an�lise.


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