(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas DIMENS�O DA PANDEMIA

Antes tranquilas, pequenas cidades endurecem medidas contra o v�rus

Pequenas cidades do Centro-Oeste, Bom Despacho e Serra da Saudade adotam isolamento e barreiras, enquanto riscos crescem no Sul de Minas e polos regionais sofrem com a press�o dos munic�pios do entorno


postado em 03/07/2020 06:00 / atualizado em 03/07/2020 07:50

A pacata Serra da Saudade suspendeu as aulas nas escolas e criou bloqueio com aferição de temperatura(foto: Divulgação)
A pacata Serra da Saudade suspendeu as aulas nas escolas e criou bloqueio com aferi��o de temperatura (foto: Divulga��o)

 

Numa �nica regi�o, duas situa��es s�o enfrentadas por munic�pios pequenos, mas assustados com o avan�o do coronav�rus. O n�mero de mortos no Brasil j� ultrapassa o universo da popula��o de Bom Despacho e Serra da Saudade, no Centro-Oeste de Minas. Com seus 781 habitantes e considerada uma das menores economias do estado, Serra da Saudade tem conseguido se manter a salvo da a��o do v�rus, sem nenhum registro de contamina��o at� ontem. Por sua vez, Bom Despacho, com 50,6 mil habitantes, confirmou 72 casos de contamina��o, tem registros de 56 pacientes recuperados, um �bito e um paciente permanece hospitalizado com a COVID-19.

 

H� 325 notifica��es suspeitas na cidade, sendo que 38 pacientes est�o em isolamento domiciliar e tr�s internados. Outros 284 j� deixaram o confinamento. Ainda que com cerca de 79% dos pacientes recuperados, os n�meros preocupam, segundo o m�dico pneumologista e presidente do Comit� de Enfrentamento ao Coronav�rus de Bom Despacho, Humberto de Paula e Silva. Dos leitos dispon�veis no Centro de Terapia Intensiva (CTI) local, 40% est�o ocupados.

 

Em Serra da Saudade, que tem apenas dois supermercados, uma padaria e uma loja, houve um �nico susto, quando quatro notifica��es suspeitas de infec��o surgiram em mar�o passado, mas todas foram descartadas. Para o secret�rio municipal de Sa�de, Amarildo Fernandes, o fato de se tratar de um munic�pio pequeno ajuda no controle de contamina��o. “N�o temos aqui as aglomera��es que ocorrem em grandes centros”, afirma.

 

Medidas de preven��o foram adotadas. As aulas est�o suspensas e uma barreira sanit�ria com aferi��o de temperatura foi criada. Contudo, a prefeitura municipal confia � na conscientiza��o dos moradores. “N�o temos como controlar tudo, o que temos feito � orientado a popula��o”, afirma. M�scaras de prote��o e kits com �lcool em gel foram distribu�dos. “O com�rcio est� funcionando normalmente. Se eu fechar e o pessoal sair daqui colocaremos o munic�pio em maior risco”, comenta.

 

Monitoramento


Em Bom Despacho, a situa��o � mais complexa. A cidade recebe pessoas de outras seis localidades. “Por sermos polo de microrregi�o, a responsabilidade � grande e assim a aten��o e cuidados devem ser redobrados, pois acompanhamos a evolu��o da pandemia na cidade, mas tamb�m da micro e macrorregi�o de sa�de”, conta o m�dico Humberto Silva. � como se a popula��o alcan�asse 107,4 mil pessoas, considerando-se as cidades do entorno.

 

Para o pneumologista, o risco de contamina��o ainda � alto, tendo em vista que cada munic�pio tem a sua din�mica de funcionamento, de fluxo de pessoas e atividades econ�micas. “O cont�nuo monitoramento epidemiol�gico, com a identifica��o dos casos e ado��o das medidas para evitar a propaga��o do v�rus, evita que haja sobrecarga do sistema de sa�de”, destaca Silva.

 

O pico da doen�a � esperado para meados deste m�s e, at� in�cio de agosto, o m�dico acredita que a cidade viver� per�odo mais complicado. “Estamos acompanhando com extrema cautela os n�meros na nossa micro e macrorregi�o, pois temos de estar preparados para os momentos mais cr�ticos”, afirma. Por enquanto, a capacidade do setor hospitalar � suficiente para atender � demanda.

 

“Mas se houver sinaliza��o de aumento dos casos ou de taxa de ocupa��o de leitos, medidas restritivas ter�o que ser tomadas”, afirma. Bom Despacho adotou protocolos preconizados pelo Minist�rio da Sa�de e Secretaria Estadual de Sa�de. Duas equipes de monitoramento foram estruturadas, uma para casos suspeitos/confirmados e outra para o controle deles. Nas situa��es em que houve descumprimento do isolamento social, a equipe comunicou ao Minist�rio P�blico para que tome as medidas legais. At� o momento, 12 registros foram repassados ao �rg�o.  (Amanda Quintiliano/Especial para o EM)

 

Crescem as restri��es no Sul


O n�mero total de mortos pelo coronav�rus no Brasil � superior � popula��o de cada uma das 50 cidades, de um total de 53, que fazem parte da Regional de Sa�de de Pouso Alegre, no Sul de Minas Gerais. Apenas Po�os de Caldas, Pouso Alegre e Itajub� t�m mais habitantes. Ao todo, a regional tem 1.629 casos confirmados do novo coronav�rus, com 44 �bitos j� notificados pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG).

 

Alguns munic�pios t�m adotado a��es desde o in�cio da pandemia para n�o deixar o v�rus entrar ou n�o se espalhar rapidamente. Albertina, com 3.007 moradores, e Gon�alves, de 4.350 habitantes, ainda n�o registraram casos da COVID-19. Outras sete cidades da regional t�m se mantido longe das contamina��es.

 

Santa Rita do Sapuca�, de 43.260 moradores, importante polo tecnol�gico de Minas Gerais, apesar de registrar 24 casos da doen�a e uma morte tem lan�ado m�o de medidas r�gidas para manter um n�vel considerado baixo de cont�gio.

 

Desde 24 de mar�o, a Prefeitura de Santa Rita do Sapuca� implantou barreira sanit�ria na entrada principal da cidade e todas as pessoas t�m sua temperatura checada. A secret�ria municipal de Sa�de, Maria Elizabete Rezende, conta que a popula��o � conscientizada sobre a pandemia por meio de mensagem disparada de um carro de som nas ruas, entrevistas nas r�dios, redes sociais e mobiliza��o das equipes de sa�de da fam�lia.

 

O retorno do funcionamento de bares, restaurantes e academias foi permitido, mas com regras de higieniza��o, tempo de uso e limite de pessoas. Todos os estabelecimentos tiveram que assinar termo de compromisso. “N�o � s� o poder p�blico que � respons�vel, todo mundo � respons�vel. Creio que isso tem feito com que o n�mero de casos n�o seja t�o alto se comparado com outras cidades de mesmo porte ou at� menores”, diz a secret�ria. (Magson Gomes/ Especial para o EM)

 

Polos regionais sob press�o


Em Juiz de Fora, cidade-polo da Zona da Mata, ocupação de leitos de UTI chega a 83%(foto: Marcos Alfreto/Especial para o EM)
Em Juiz de Fora, cidade-polo da Zona da Mata, ocupa��o de leitos de UTI chega a 83% (foto: Marcos Alfreto/Especial para o EM)
Em 10 dias, aumentaram em 39% os registros de contamina��o pelo coronav�rus em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. De acordo com a Secretaria de Sa�de do munic�pio, de 489,8 mil habitantes, o n�mero de pessoas infectadas cresceu de 1.287 para 1.786. J� s�o 53 ´ï¿½bitos desde o in�cio da pandemia. Como outras cidades que funcionam como refer�ncia para uma s�rie de munic�pios menores em seu entorno, Juiz de Fora enfrenta o peso de  ser uma grande prestadora  de servi�os de sa�de.

 

Segundo a prefeitura, a taxa de ocupa��o de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) alcan�ou 82,61% nos 10 hospitais p�blicos e privados da cidade. Ao todo, Juiz de Fora tem 170 pacientes hospitalizados por COVID-19, sendo 66 em leitos de UTI e 104 em leitos de enfermagem. J� a taxa de isolamento registra 50,57% nos �ltimos 7 dias.

 

Em coletiva de imprensa pela internet, na semana passada, o prefeito Ant�nio Almas (PSDB) afirmou que a parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) para realiza��o de testes e o relaxamento no isolamento social contribu�ram para o aumento de casos confirmados por COVID-19. Ainda durante o pronunciamento, Almas destacou o aumento dos casos e, mais uma vez, alertou para a necessidade de conscientiza��o por parte da popula��o em manter o isolamento social.

 

A cidade j� poderia ter atingido o colapso em seu sistema de sa�de caso as medidas n�o tivessem sido adotadas de forma preventiva em mar�o, segundo o prefeito. “Isolamento social � a �nica solu��o no momento, mas se relaxarmos agora, pode piorar no futuro. Depois que um parente ficar na porta do hospital esperando vaga em UTI, n�o culpe a prefeitura, pois foi voc� quem saiu sem m�scara, � responsabilidade de cada um. Fa�a sua parte. Se cada um fizer a sua parte, a� sim, pode cobrar da pre- feitura. A popula��o s� deve sair de casa se estiver trabalhando em alguma atividade essencial ou para buscar itens necess�rios para sobreviv�ncia”, alertou Almas.

 

A prefeitura encontra dificuldades para contrata��o de profissionais e tamb�m para comprar aparelhos e insumos de enfrentamento ao novo coronav�rus. Dessa forma, diminuindo o isolamento social, mesmo com aumento de leitos de UTI – que passaram de 108 para 161 –, a popula��o corre risco de n�o ter atendimento por falta de aparelhos e de profissionais capacitados. 

O que � o coronav�rus


Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 � transmitida? 

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?


Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)