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Estado de Minas COVID-19

Testes positivos para COVID-19 revelam apreens�o nos vag�es do metr� de BH

Pandemia derrubou em at� 80% movimento nas esta��es, mas riscos ainda ficam evidentes em exames de trabalhadores do setor


24/07/2020 06:00 - atualizado 24/07/2020 16:02

Plataforma vazia: dados da ANPTrilhos apontam que movimento no trem metropolitano da capital despencou de 156 mil usuários por dia útil para cerca de 35 mil(foto: CBTU/Divulgação)
Plataforma vazia: dados da ANPTrilhos apontam que movimento no trem metropolitano da capital despencou de 156 mil usu�rios por dia �til para cerca de 35 mil (foto: CBTU/Divulga��o)


Nas esta��es de metr� e trens urbanos pelo pa�s afora, o barulho das composi��es deslizando sobre os trilhos continua o mesmo, mas muita coisa mudou drasticamente na rotina, tanto dos passageiros quanto dos funcion�rios do servi�o, passando pelos ambulantes das proximidades. A preocupa��o com o cont�gio pelo novo coronav�rus e as medidas de preven��o passaram a embarcar em cada viagem de um servi�o mais conhecido pela lota��o do que pelo conforto. Mas at� o sufoco mudou: a pandemia deixou vag�es mais vazios, mas os usu�rios que n�o podem prescindir do servi�o e os trabalhadores que precisam mant�-lo cheios de apreens�o.

Em nova reportagem da s�rie sobre os riscos do setor de transportes durante a pandemia, o Estado de Minas mostra que a m�dia de passageiros transportados pelo sistema, que era de 11 milh�es por dia �til antes da dissemina��o da COVID-19, caiu para cerca de 4 milh�es di�rios. Os dados s�o da Associa��o Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos). E, em Belo Horizonte, a entidade estima que a queda � de quase 80% no total de usu�rios/dia.

Assim como em outros meios de transporte coletivo, o sistema metrovi�rio tamb�m � um dos pontos cr�ticos para o risco de propaga��o do novo coronav�rus. A situa��o exige cuidados preventivos redobrados, diante das quase inevit�veis aglomera��es nas esta��es, por onde continuam passando milhares de pessoas diariamente, mesmo com a redu��o do movimento.

Glauber Bonfim, da Estação Minas Shopping, recebeu teste negativo como sinal de que não pode descuidar das medidas de prevenção que adota (foto: Edésio Ferreira/Em/D.a press )
Glauber Bonfim, da Esta��o Minas Shopping, recebeu teste negativo como sinal de que n�o pode descuidar das medidas de preven��o que adota (foto: Ed�sio Ferreira/Em/D.a press )


No caso de BH, de acordo com a ANPTrilhos, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) transportava cerca de 156 mil usu�rios por dia �til antes da pandemia, total que despencou para cerca de 35 mil passageiros di�rios. A queda expressiva, por�m, n�o � capaz de eliminar os riscos de cont�gio para usu�rios e trabalhadores de um transporte que continua sendo de massa.

Diante da exposi��o dos trabalhadores, o Sindicato dos Metrovi�rios de Minas Gerais (Sindimetro/MG) decidiu fazer exames para a COVID-19, por amostragem, entre seus associados na capital. De acordo com o diretor de Comunica��o da entidade, Pablo Henrique Ramos de Azevedo, a meta � testar 25% dos funcion�rios das esta��es e demais setores do transporte metrovi�rio na Grande BH. O trabalho j� come�ou. A detecta��o de resultados positivos, tamb�m.

“O objetivo � ter uma primeira avalia��o sobre como est� a contamina��o entre os trabalhadores”, afirma Pablo Azevedo. A entidade quer pressionar n�o somente a CBTU, mas tamb�m o governo a testar os funcion�rios do setor e a manter uma pol�tica de controle e mapeamento, a fim de impedir a prolifera��o do coronav�rus em trens e esta��es, tamb�m como forma de proteger a sa�de dos passageiros.

“Se o governo testar todos os metrovi�rios com uma pol�tica permanente, conseguiremos atuar para tirar os assintom�ticos dos locais de trabalho, evitando um poss�vel surto de coronav�rus no servi�o. Assim, teremos sempre o metr� funcionando para atender aos trabalhadores essenciais, como os profissionais da sa�de e o pessoal de �reas como farm�cias, supermercados e limpeza urbana”, argumenta Pablo.

POSITIVOS At� ontem, foram feitos testes em cerca de 180 funcion�rios, de uma previs�o de 225. Um mapeamento definitivo deve ser divulgado na segunda-feira, mas os resultados preliminares de seis dos examinados deram positivo para contato com o novo coronav�rus, embora nenhum tenha desenvolvido sintomas.

“Na verdade, os seis n�o t�m mais nenhuma carga viral e j� desenvolveram anticorpos. Mas tiveram a doen�a e nem ficaram sabendo”, afirma Pablo Azevedo. Segundo ele, os funcion�rios continuam trabalhando normalmente.

O diretor do sindicato salienta que, mesmo que o risco de cont�gio seja inerente ao servi�o de transporte metrovi�rio, a entidade vem fazendo gest�es para que a CBTU adote a��es que amenizem as chances de contamina��o. Uma das provid�ncias sugeridas � a implanta��o de intervalo de meia hora entre os turnos dos setores que funcionam 24 horas por dia, para evitar contato entre as turmas.

“O fluxo de pessoas nas esta��es � muito grande. Ao mesmo tempo em que um funcion�rio pode contaminar um passageiro, outras pessoas assintom�ticas podem contaminar outros usu�rios e os pr�prios trabalhadores”, alerta Pablo.

Funcion�ria teve a doen�a sem saber


O risco de se contaminar e acabar sendo foco involunt�rio de difus�o do novo v�rus fica evidente em hist�rias como a de D.M.F., 33 anos, funcion�ria da parte administrativa de uma esta��o do metr� de Belo Horizonte. Ela descobriu por acaso que estava doente, ao passar por uma barreira sanit�ria em uma das avenidas da capital, no fim de junho. Como apresentava febre, foi orientada a ficar em isolamento e a fazer o exame para a COVID-19. Mas, como o teste r�pido deu negativo, voltou a trabalhar normalmente.

Na segunda-feira, novo exame mostrou que ela teve a COVID-19 e desenvolveu anticorpos para o coronav�rus. “Desde o in�cio da pandemia, sempre tomei cuidados preventivos. Mesmo assim, peguei o v�rus sem saber. Espero n�o ter transmitido a doen�a para mais ningu�m”, afirma a trabalhadora do metr�.

Dist�ncia do p�blico e at� dos corrim�os


Em um ambiente no qual a cada dia de trabalho o medo de cont�gio se renova, a sensa��o � de al�vio entre trabalhadores submetidos ao exame e que recebem o primeiro resultado negativo. Glauber Nascimento Bonfim, de 35 anos, 13 deles como chefe de esta��o e atualmente no terminal do metr� do Minas Shopping, em BH, recebeu o resultado como sinal de que n�o pode descuidar das medidas de prote��o que tem adotado.

Mesmo que elas tenham mudado completamente sua rotina. “Sempre tenho que usar a m�scara ao sair. Evito tocar em corrim�os, mantenho dist�ncia das demais pessoas sempre que poss�vel, uso �lcool em gel e sempre fa�o a higieniza��o das m�os quando chego em casa”, informa ele, casado e pai de dois filhos, de 13 e 5 anos.

Ainda sem passar pelo exame, Nathalia Dias Gomes, de 21 anos, que trabalha na bilheteria do metr�, diz que redobrou os cuidados, tanto em casa quanto no local de trabalho. “Mantenho o m�ximo de dist�ncia poss�vel do usu�rio. Limpo a bancada da bilheteria quando chego, e de novo a cada hora de servi�o. Uso �lcool em gel constantemente”, afirma.

Marco Ant�nio Pedrosa, de 43, outro chefe de esta��o no metr� de BH, conta que n�o foi s� sua rotina que mudou depois da pandemia, mas at� o endere�o. “Para prote��o dos meus pais, antecipei a mudan�a para outro apartamento, juntamente com minha noiva”, revela. “O metr� � um transporte de massa. H� o receio de uma exposi��o maior ao v�rus e, assim, de transmiti-lo aos familiares”, constata.

MEDIDAS PREVENTIVAS A superintend�ncia da CBTU em Belo Horizonte informou que segue as determina��es de preven��o, controle e mitiga��o dos riscos de transmiss�o da COVID-19 no metr�, inclusive disponibilizando testes e orientando o afastamento de funcion�rios com sintomas da doen�a. Afirma orientar, tamb�m, que haja monitoramento e testagem de todos os trabalhadores que eventualmente tenham tido contato com um colega com suspeita de cont�gio.

A companhia garante ainda ter adotado todos os protocolos de afastamento e trabalho remoto de empregados com outras doen�as que componham o chamado grupo de risco, al�m de refor�ar os equipamentos de prote��o individual e informar sobre normas de preven��o.

Quatro meses depois das primeiras medidas de afastamento social em Belo Horizonte, informa que prepara processo licitat�rio para implanta��o de sistema de monitoramento t�rmico para usu�rios e empregados, assim como a aquisi��o de kits para testagem da COVID-19 em todos os funcion�rios. Por�m, admite que n�o h� prazos para realiza��o dos testes.

Perda de R$ 4 bilh�es pode pesar na tarifa


Considerado a medida mais eficaz contra a transmiss�o da COVID-19, o isolamento social trouxe um baque pesado para o movimento das esta��es de metr� do pa�s, tamb�m afetado pelo aumento do desemprego decorrente da pandemia. No auge da crise sanit�ria, houve redu��o de passageiros do setor metrovi�rio da ordem de 80%, o que representou, desde mar�o, um acumulado de 650 milh�es de passageiros a menos e uma quebra de R$ 4 bilh�es no faturamento do setor.

As informa��es s�o do presidente da Associa��o Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Flores. Ele lembra que o setor emprega 40 mil pessoas em todo o Brasil. O pa�s tem sistemas de transporte de passageiros sobre trilhos em Minas, no Distrito Federal e outros nove estados: S�o Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia, Cear�, Rio Grande do Norte, Para�ba, Alagoas e Pernambuco.

Flores ressalta que o setor foi tamb�m afetado pelo trabalho em home office, e prev� que essa tend�ncia se mantenha para muitos usu�rios, mesmo ap�s o fim da pandemia. O que deve implicar perda permanente de demanda. “A curva de crescimento n�o ser� r�pida. Acho que isso trar� tamb�m uma oportunidade para que o poder p�blico tente sair disso com a mobilidade mais bem estruturada, organizada e otimizada”, afirma o presidente da ANPTrilhos.

Ele lembra que a diminui��o do numero de passageiros transportados poder� acarretar v�rias consequ�ncias, incluindo aumento de tarifas. Por isso, ter�o que ser buscadas alternativas de financiamento do transporte e outros mecanismos de melhoria do transporte p�blico e da mobilidade urbana.

MOBILIDADE “O home office, que j� era uma tend�ncia, se intensificou nesta pandemia e trouxe impactos para a mobilidade das cidades. Percebe-se uma redu��o dos ve�culos em tr�nsito. Al�m disso, para aqueles que realmente precisam sair para trabalhar ou em busca de algum produto ou servi�o, os deslocamentos est�o mais r�pidos e menos congestionados”, observa a urbanista Ana Luisa Correa Pires Veloso, especialista em engenharia de tr�fego e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

Para o professor Guilherme Guimar�es Oliveira, do curso de engenharia civil da Unimontes, caso o home office se consolide no p�s-pandemia, as consequ�ncias ser�o sentidas em todas as formas de mobilidade: “O impacto no tr�nsito ser� direto. A redu��o de fluxo de autom�veis de passeio tende a ser mais significativa. Em rela��o ao transporte coletivo, tamb�m devem ocorrer redu��es, por�m menores”.


Com o medo no retrovisor


Os riscos que a pandemia trouxe ao setor de transportes s�o tema de reportagens que o Estado de Minas publica desde a segunda-feira. A s�rie revelou em sua estreia o cotidiano de caminhoneiros que, para manter a roda da economia girando, frequentam �reas em que s�o mais altos os �ndices de cont�gio pelo novo coronav�rus. Na cabine, levam o medo de transportar a doen�a, inclusive para as pr�prias casas. A disparada nos roubos de cargas que coincide com a dissemina��o da COVID-19 foi o segundo tema das reportagens, que na sequ�ncia abordaram a apreens�o no dia a dia dos condutores de ambul�ncias. Em sua edi��o de ontem, o EM revelou a condi��o prec�ria dos mototaxistas, trabalhadores informais que encaram a amea�a de contamina��o como a �nica forma de continuar sobrevivendo e mantendo suas fam�lias.

O que � o coronav�rus


Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 � transmitida? 

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?


Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 



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