
O esquema de flexibiliza��o parcial semanal do com�rcio, adotado desde a semana passada em Belo Horizonte, come�ou com registro dos maiores picos de movimento de tr�nsito desde o in�cio da pandemia, nos dias da semana em que os estabelecimentos ficaram abertos, que foram quinta-feira (6), sexta-feira (7) e s�bado (8). Contudo, um comportamento pode demonstrar que o belo-horizontino est� mais consciente, pois nos dias seguintes, o domingo (9) e a segunda-feira (10), os picos foram mais baixos do que os recordes registrados em junho, �poca da segunda flexibiliza��o de atividades, em que ocorreu a disparada do cont�gio pelo novo coronav�rus (Sars-Cov-2). Na quarta-feira desta semana, quando foi iniciada uma nova fase da reabertura – agora desse dia a sexta-feira –, mais uma vez grandes volumes de carros e pessoas foram vistos nas ruas da cidade, sobretudo na Regi�o Central.
Os dados foram obtidos pela reportagem do Estado de Minas junto � Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o aplicativo de tr�nsito Waze, do grupo Google, que monitora os n�veis de concentra��o de carros na capital mineira durante os dias da pandemia da COVID-19 e os compara com o m�s de mar�o, antes de a infec��o chegar a BH.
Logo na reabertura dos shoppings, dia 6, com�rcios populares e demais atividades, o aplicativo de tr�nsito registrou um movimento que representa 71,5% do volume de uma quinta-feira regular antes da chegada do v�rus, a maior concentra��o deste dia da semana desde mar�o. Para se ter uma ideia, o segundo maior pico numa quinta-feira foi em 9 de julho, com 62,93% do movimento normal. A m�dia desse dia da semana em julho vinha sendo a mais alta, com 54,4%.
E essa tend�ncia se seguiu nos demais dias de reabertura, com os maiores picos na sexta-feira, que registrou 83,4% do volume de uma jornada normal, e chegando ao �pice no s�bado, quando o movimento de ve�culos e o congestionamento provocado superaram os �ndices de tr�fego que se tinha antes do afastamento social com a pandemia. O aplicativo Waze registrou um �ndice 2,07 pontos percentuais maior do que num dia de mar�o antes da COVID-19. Antes disso, o �pice tinha sido registrado em 13 de junho, com 1,3 ponto percentual acima do volume anterior � circula��o do v�rus, em plena segunda fase de reabertura, quando foi preciso recuar e permitir apenas as atividades essenciais para barrar a dissemina��o do novo coronav�rus.
Devido a esse movimento intenso de quinta-feira a s�bado nas ruas e avenidas, e que tamb�m se refletiu nos passeios e lojas, agosto j� � o m�s com maior m�dia de tr�fego desde o in�cio do isolamento, em mar�o. A m�dia de tr�nsito de ve�culos fechou em 83,4% do que era esperado nos dias pr�-pand�micos, superando o m�s anterior, julho, que detinha o �pice desse levantamento, com 61,9% do regular. Na sequ�ncia, os mais movimentados foram junho (57,8%), maio (34,7%), mar�o (29,3%) e abril (24,8%).
No meio do tr�nsito intenso e das compras do primeiro dia do novo ciclo, muita gente querendo resolver problemas do pr�prio isolamento, como o estudante David D'Avila, de 14 anos, que foi ao Minas Shopping, no Bairro Ipiranga, Regi�o Nordeste de BH. “Vim para comprar uma pe�a que estragou do meu videogame. Precisei vir aqui, aproveitei que hoje � meu anivers�rio para consertar o videogame”, disse, podendo agora enfrentar mais dias de isolamento com seus jogos favoritos.
Muitas pessoas aproveitaram os dias de abertura da semana passada e voltaram �s ruas nesta tamb�m. Como o motorista de mineradora Robson Miranda Silva, que veio de Ouro Preto ao Centro de BH para trocar produtos comprados no primeiro dia de reabertura do com�rcio. “As filas assustam um pouco. Na sexta-feira passada, chegamos a ficar mais de 40 minutos, quase uma hora, para entrar no shopping. Mas, como precisava trocar o produto defeituoso, n�o tinha muita escolha, pois moro no interior. A gente tem muito receio, mas procurei tomar os cuidados de distanciamento, uso de m�scara e passar �lcool em gel”, disse.
Maior queda foi em abril
A s�rie de monitoramento dos ve�culos pelo aplicativo Waze e a Fiocruz se iniciou em 16 de mar�o, data em que o primeiro caso de COVID-19 foi confirmado em BH. As aulas foram suspensas no dia 18 e o movimento de ve�culos caiu dramaticamente, despencando 69,85% na sexta-feira, 20 de mar�o, quando o decreto de situa��o de calamidade p�blica estadual (Decreto 47.891/20) foi publicado. O m�s de abril registrou as menores concentra��es de ve�culos nas ruas durante a semana. Contudo, como mostra a reportagem do Estado de Minas desde 31 de maio, aos s�bados, esse volume volta a crescer e atinge a concentra��o mais significativa aos domingos.
O dia menos movimentado em mar�o, no in�cio do isolamento, era a sexta-feira, com 22% da intensidade de engarrafamentos pr�-pandemia. Em abril, a m�dia das ter�as-feiras conseguiu atingir a menor concentra��o de todos os dias da semana, com 15,5% do usual. J� em maio, esse dia, que se manteve como o de mais fraco movimento, come�ou a ter o seu fluxo ampliado, chegando a 23,25% e progredindo ainda mais em junho, chegando ao patamar de 39,7% do que se registrava antes da COVID-19.
A paci�ncia dos belo-horizontinos com o distanciamento social parece se esvair nos fins de semana, quando o movimento recebe um incremento expressivo. Os s�bados, que com a pandemia em mar�o tinham 28% do movimento regular, subiram para 28,5% em abril, avan�aram para 41,2% em maio, bateram 74,1% em junho, recuaram para 72% em julho e dispararam para 94,5% em agosto. O domingo � o dia em que menos se respeita o isolamento social. Em mar�o, ap�s o afastamento, a concentra��o m�dia de carros caiu para 42% do normal. J� em abril, escalou para 45,25%, saltou para 58,4% em maio, e em junho j� representa apenas 89% do que normalmente seria um dia comum, ou seja, praticamente retornando a patamares antes da COVID-19.
O menor movimento foi registrado em 10 de abril, uma sexta-feira, com 9,91% do movimento normal da cidade, justamente um dia depois de come�ar a vigorar o decreto municipal que suspendeu o alvar� de funcionamento de estabelecimentos considerados n�o essenciais, como boates, casas de festas e eventos, feiras, exposi��es, congressos e semin�rios, shoppings, cinemas, teatros, clubes, academias, parques, bares, restaurantes e lanchonetes.
Mortes somam 808
Belo Horizonte chegou a 808 mortes causadas pelo novo coronav�rus ontem Houve um saldo de 50 �bitos em 24 horas – o segundo maior em toda a pandemia da COVID-19. Os n�meros s�o do boletim epidemiol�gico e assistencial da prefeitura. De acordo com levantamento, a cidade registra 27.953 diagn�sticos: 3.156 em acompanhamento, 23.989 recuperados, al�m dos �bitos. Houve um crescimento de 468 casos na compara��o com o balan�o de quinta. A regi�o com maior registro de �bitos � Venda Nova (109). Em seguida est�o: Nordeste (104), Noroeste (99), Oeste (93), Barreiro (92), Leste (87), Centro-Sul (83), Norte (73) e, por �ltimo, Pampulha (68). A ocupa��o dos leitos de UTI para COVID-19 caiu para 64,6% nas unidades de terapia intensiva e 48% nas enfermarias.