Pra�a da Liberdade aberta ao p�blico desde ontem: al�vio que come�ar� a ser estendido aos parques no pr�ximo dia 29 (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Belo Horizonte deu, ontem, mais um passo rumo � retomada das atividades econ�micas. O prefeito Alexandre Kalil (PSD) anunciou, em coletiva de imprensa, que o com�rcio poder� funcionar de segunda a sexta-feira. Os hor�rios – das 11h �s 19h para lojas de rua e das 12h �s 20h para shoppings – continuam valendo. Restaurantes, bares e sorveterias v�o abrir as portas durante os dias �teis (entre as 11h e as 15h nas ruas e das 12h �s 15h nas Pra�as de Alimenta��o) para servir almo�o. O consumo de bebidas alc�olicas est� proibido. Ainda ontem, o Executivo municipal retirou as grades que cercavam as principais pra�as p�blicas da cidade e a orla da Lagoa da Pampulha. Os espa�os j� est�o novamente liberados para o p�blico. Parques, por sua vez, ser�o reabertos a partir do dia 29.
Para retomar o atendimento ao p�blico, os restaurantes precisar�o seguir uma s�rie de normas, como a perman�ncia de apenas uma pessoa a cada sete metros quadrados, a aferi��o da temperatura corporal de clientes e funcion�rios na entrada dos estabelecimentos e acomoda��o dos fregueses, sobretudo, em �reas externas ou bem ventiladas. Mesas poder�o ser dispostas nas cal�adas, desde que ocupadas, simultaneamente, por apenas dois indiv�duos. Elas precisar�o ser separadas por 2,5 metros. O modelo self-service est� proibido, bem como a utiliza��o de espa�os de lazer e entretenimento no interior dos restaurantes. As equipes de trabalho dever�o vestir seus uniformes j� no local de expediente.
Apesar de flexibilizar a economia, Kalil admite que poder� decretar o fechamento das atividades se os indicadores do novo coronav�rus na cidade entrarem em estado cr�tico. “Est� na hora de os lojistas, comerciantes tomarem conta do seu neg�cio. N�s n�o temos a menor d�vida que, se os n�meros piorarem, vamos fechar totalmente a cidade. � uma probabilidade real e continua na nossa al�a de mira”, afirmou. “Continuamos em guerra”, refor�ou. A opera��o nos parques vai levar em conta o tamanho e as especificidades de cada um. “J� autorizei a retirada das grades das pra�as p�blicas. Os parques, por motivos de organiza��o, que � diferente das pra�as p�blicas, abrir�o gradativamente, pois precisam de protocolo, agendamento e porteiros”, completou o prefeito. Segundo a prefeitura, sete parques devem ser abertos primeiramente. As diretrizes estabelecem o funcionamento de espa�os, como os parques das Mangabeiras e Municipal, entre quinta-feira e domingo, das 8h �s 17h. Para entrar, ser� preciso agendar a visita pela internet e retirar senha.
PBH prega cautela
Mesmo com a reabertura, Kalil pediu que a popula��o mantenha os cuidados durante os momentos fora de casa. “Sofremos demais. Se estamos fazendo isso � porque ningu�m morreu nessa cidade por falta de assist�ncia m�dica. Queremos preservar vidas, porque a crise econ�mica vamos resolver, sem d�vida nenhuma, a partir do ano que vem”, garantiu. “Quem sair para passear estar� dificultando a reabertura da pr�xima fase. Volto a dizer: essa reabertura gradual, com calma, depende do esfor�o de todos voc�s”, lembrou.
Quem tamb�m ressaltou a import�ncia das medidas preventivas foi o secret�rio municipal de Sa�de, Jackson Machado Pinto. Caminhadas e corridas em grupo, por exemplo, devem ser evitadas. Esportes coletivos, como o futebol, podem ser praticados apenas por atletas profissionais. “� muito importante que, ao ir a uma pra�a da cidade, as pessoas sejam respons�veis. Sei que � muito dif�cil correr de m�scara, mas � poss�vel correr utilizando um protetor facial de acr�lico, que � preso na testa e cobre nariz e boca. � extremamente importante que as pessoas se conscientizem da necessidade fazer isso. Pode ir a uma pra�a? Pode, mas tomando todos os cuidados para evitar que tenhamos que fechar a cidade de novo”, salientou.
Aulas sem data
Ainda ontem, Kalil voltou a dizer que a volta �s aulas na capital s� ocorrer� quando houver condi��es sanit�rias para tal. Ele mencionou estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, para sustentar a decis�o. O levantamento diz que crian�as t�m alta carga viral da COVID-19, sobretudo nos dois primeiros dias da infec��o, o que pode impulsionar a dissemina��o da doen�a. “Se descobriu que a crian�a � o grande transmissor do v�rus, apesar de, gra�as a Deus, serem assintom�ticas (na maioria dos casos). Temos que mant�-las em casa, isoladas, com cautela”, defendeu o prefeito.
Jackson Machado Pinto, por sua vez, indicou a reabertura das institui��es apenas com o aval dos indicadores que ditam as decis�es do Comit� de Enfrentamento � epidemia. Os crit�rios levados em conta s�o o �ndice de transmiss�o por infectado e a ocupa��o dos leitos de UTI e enfermaria. “As escolas v�o reabrir quando tivermos um indicador confi�vel, que nos permita dizer que � seguro, para as crian�as e para os pais, a volta �s aulas. Hoje, n�o temos esse indicador ainda”, salientou. At� o ontem, BH havia confirmado 30.305 casos de COVID-19, com 873 �bitos. Estavam em acompanhamento 3.936 pacientes e outros 26.396 j� se recuperaram.
Expominas descartado
O chefe da sa�de municipal aproveitou, ainda, para explicar as raz�es que fizeram a Prefeitura de Belo Horizonte recusar proposta do governo estadual de ceder o hospital de campanha do Expominas � gest�o Kalil. Inaugurado em abril, o espa�o segue sem receber pacientes.
“Temos 49,2% de ocupa��o dos nossos leitos de enfermaria. Vou receber 700 (740, na verdade) leitos de enfermaria para qu�? Para livr�-los (governo de Minas) do pepino que criaram? N�o tem o menor sentido. N�o precisamos de 700 leitos de baixa complexidade. � simples assim. ‘Quem pariu Mateus que o embale’. Se querem ficar livres do problema, eles que resolvam. N�o seremos n�s que vamos resolver o problema que eles criaram”, sentenciou, em alus�o a um conhecido ditado popular.
Expectativa de ajustes
A Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) fez cr�ticas �s restri��es para a abertura dos restaurantes. “Belo Horizonte � a �nica capital brasileira que n�o retomou as atividades de bares e restaurantes. A forma como a quest�o est� sendo tratada � rasa, sem transpar�ncia. N�o somos os vil�es e n�o aceitaremos ser bode expiat�rio da crise. Essa concess�o de abrir na hora do almo�o n�o resolve a quest�o, � como colocar um esparadrapo numa hemorragia”, disse o presidente da entidade, Paulo Solmucci.
J� Paulo Pedrosa, presidente do Sindicato de Hot�is, Restaurantes, Bares e Similares de BH e Regi�o Metropolitana (Sindhorb) espera que o protocolo tenha ajustes nas pr�ximas semanas: “� uma vit�ria do Sindhorb, que sempre pediu o di�logo e ach�vamos que judicializar o processo n�o era a resposta. Agora vamos obedecer e seguir o protocolo para uma retomada com seguran�a. A expectativa � recuperar um pouco dessa perda de cinco meses completos com as portas fechadas. Agora vamos retomando 30% a 40% das vendas e vamos aguardar para as pr�ximas semanas a reabertura dos bares e restaurantes � noite tamb�m”.
(foto: Arte/Paulinho Miranda)
Al�vio na volta �s pra�as
H� cinco anos, o educador f�sico Doriva Souza coordena um grupo de atividades f�sicas funcionais ao ar livre que se re�ne, desde 2015, semanalmente na Pra�a da Assembleia. Desde mar�o, tudo estava suspenso. Com grupos divididos entre manh�, tarde e noite, antes da pandemia cada turma era de 12 a 15 pessoas – agora, o n�mero foi reduzido para at� seis integrantes, respeitando os protocolos sobre o coronav�rus.
O educador f�sico Doriva Souza comemora a reabertura da Pra�a da Assembleia: %u201C� um presente e tanto%u201D (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Doriva comemora a retirada, ontem, das grades que impediam o acesso a essa e outras pra�as. “Com a pandemia, introduzimos os treinos on-line, mas com o tempo ningu�m conseguia mais ficar em casa. Come�amos a sair para pr�tica de corrida e percursos de bicicleta, e voltar para a pra�a agora � maravilhoso. � um presente e tanto. Est�vamos aguardando essa not�cia. Al�m de proporcionar qualidade de vida e bem-estar, a atividade f�sica aumenta a imunidade e � o melhor rem�dio para a doen�a”, comenta.
Casados h� 8 anos, o neurocirurgi�o Lucas Lima, de 34, e a funcion�ria p�blica Rosa Loss, de 36, s�o vizinhos da Pra�a da Liberdade e frequentam o local desde a �poca do namoro. Assim que souberam da not�cia sobre a reabertura, foram passear na pra�a ontem, com a pequena, Sofia, de 2. Lucas diz que, principalmente com crian�as, ficar confinado � um desafio. “Para a Sofia � muito bom poder brincar e voltar a ter esse contato com a natureza. Ficamos muito felizes com essa volta. E tudo foi feito com responsabilidade e de forma cuidadosa, seguindo estat�sticas e estudos espec�ficos, para abrir com seguran�a”, comemora o pai da menina.
Lucas, Rosa e a pequena Sofia: hora de respirar, sem deixar de lado os cuidados exigidos pela pandemia (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A orla da Lagoa da Pampulha tamb�m ser� reaberta. Outras �reas, como o Parque Municipal, voltar�o � ativa nos pr�ximos dias. Segundo Kalil, a retomada n�o ser� imediata, uma vez que os locais precisam de log�stica que envolve a convoca��o de funcion�rios, como porteiros e ajudantes. O processo vai levar em conta o tamanho dos parques e a complexidade da opera��o de cada um deles.
A estudante de medicina Renata Bittencourt tamb�m ficou feliz em voltar � Pra�a da Liberdade. “Achei muito bom porque � um lugar onde todo mundo faz atividade f�sica, vai tamb�m para relaxar e estava fazendo falta. Aproveitei para sair de casa um pouco, curtir a natureza e isso ajuda. Acho que a reabertura das pra�as � uma coisa bem tranquila, desde que n�o gere aglomera��o. Vai da conscientiza��o de cada um, as pessoas t�m que entender que n�o � para encher a pra�a porque nesse caso, v�o fechar novamente.
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.