
Denio Pontelo, de 50 anos, o pai do fisiculturista Allan Pontelo, de 25 anos, que foi espancado e assassinado no interior da boate Hangar 677, no Bairro Olhos D’�gua, na Regi�o do Barreiro, em Belo Horizonte, revelou ter ficado “satisfeito” com a condena��o dos envolvidos na morte do filho, em 2017. Mas, segundo ele, os condenados “poderiam ter pegado 50 anos ou pena m�xima”. Para ele, “a justi�a come�ou a ser feita”.
“Eu queria que tivesse dado era de 30 a 50 anos, ou uma pena m�xima de cadeia. Mas, s� de ter conseguido derrubar o �rcio Quaresma (advogado) e o pessoal da casa de shows, al�m de ter provado que a droga encontrada n�o era do meu filho, eu fico satisfeito. A justi�a come�ou a ser feita”, declarou ao Estado de Minas.
William da Cruz Leal e Carlos Felipe Soares, foram condenados a 16 anos de pris�o pelo crime cometido em setembro de 2017. A decis�o da condena��o � de primeira inst�ncia e ainda cabe recurso.
Os homens trabalhavam como seguran�as na boate Hangar 677, quando fizeram uma abordagem que terminou com a morte do rapaz.
Os dois responsabilizados pela morte de Allan, Os homens trabalhavam como seguran�as na boate Hangar 677, quando fizeram uma abordagem que terminou com a morte do rapaz.
Na �poca, Denio afirmou que o filho pagou para entrar na boate e morreu sem nenhum motivo. “Ainda tentaram inventar uma hist�ria de que ele estava vendendo p�lulas de ecstasy, o que era mentira.”
Ainda segundo o t�cnico em eletr�nica, a sua maior indigna��o era ver que os irm�os mais novos de Allan iam crescer sabendo que o fisiculturista tinha sido morto como um traficante. “A minha luta maior era pela honra do meu filho. Gra�as a Deus, esse peso ele n�o vai carregar, vai embora com o nome limpo”, reiterou.
Assassinato
Allan foi assassinado em 2 de setembro de 2017. Segundo a den�ncia apresentada pelo MP � Justi�a, na �poca do ocorrido, os denunciados, agindo intencionalmente, tiraram a vida da v�tima por asfixia.
O jovem havia seguido at� o banheiro da boate e l� foi abordado pelos seguran�as Carlos Felipe Soares e William da Cruz Leal, que o levaram contra a vontade para uma �rea restrita, onde ele passou por uma revista. Como Allan resistiu, a dupla passou a espancar a v�tima violentamente, com empurr�es, socos e chutes, imobilizando e estrangulando o jovemat� a morte.
O laudo de necropsia apontou como causa da morte “asfixia mec�nica por constri��o extr�nseca do pesco�o”. No relato do juiz que aceitou a den�ncia contra os acusados, consta que a dupla de seguran�as agiu com o apoio de Paulo Henrique Pardim de Oliveira e Fabiano de Ara�jo Leite, que asseguraram a continuidade da agress�o e impediram que terceiros se aproximassem para socorrer a v�tima. Os dois estariam a servi�o de retirar dinheiro dos caixas da boate.
Al�m dos quatro, tamb�m foi denunciado Delmir Ara�jo Dutra, que seria coordenador da seguran�a, mas os relatos da pol�cia que foram anexados ao processo d�o conta de que ele chegou ao local das agress�es junto com os socorristas e sua conduta precisa ser mais bem explicitada na instru��o do processo.
Julgamento
O julgamento dos r�us come�ou nessa segunda-feira (24) no F�rum Lafayette, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, presidido pela ju�za Fabiana Cardoso Gomes Ferreira, do 3º Tribunal do J�ri. O Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) foi representado pelo promotor Cristian L�cio da Silva, com o advogado Geraldo Magela de Lima como assistente de acusa��o. Leal e Soares foram defendidos pelo advogado �rcio Quaresma. A sess�o foi retomada ontem e terminou na madrugada desta quarta-feira (26). Foram mais de 24 horas de j�ri popular.
“O Conselho de Senten�a entendeu que os dois foram respons�veis pela morte ao conduzir a v�tima para a uma �rea restrita na boate para uma ‘revista’ � procura de drogas”, informou a assessoria de imprensa do F�rum.
No primeiro dia de julgamento, 14 testemunhas arroladas pela acusa��o e defesa foram ouvidas. “No interrogat�rio realizado na ter�a, os dois r�us deram vers�es semelhantes, ressaltando que apenas davam suporte aos seguran�as, policiais militares a servi�o da boate, e que coibiam o uso e venda de entorpecentes na casa noturna”, explica o F�rum Lafayette.
“Disseram que abordaram o fisiculturista no banheiro e o deixaram � disposi��o dos seguran�as. Falaram tamb�m que imobilizaram a v�tima, ap�s o r�u Paulo Henrique Pardim de Oliveira dar voz de pris�o a ele por causa das drogas escondidas pelo corpo. A vers�o, no entanto, n�o foi aceita pelos jurados”, afirma o Judici�rio.
*Estagi�rio sob supervis�o da editora Liliane Corr�a