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Estado de Minas

Volta �s aulas no Col�gio Militar de BH: 'Escola que age assim forma ditadores', diz m�dico

Diretor da Sociedade Mineira de Infectologia diz que, ao retomar atividades presenciais, escola 'ignorou princ�pios de civilidade' e arrisca processo de flexibiliza��o da capital


21/09/2020 10:35 - atualizado 21/09/2020 14:40

(foto: Ítalo Lopes/Divulgação)
(foto: �talo Lopes/Divulga��o)
Para o diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, Carlos Starling, a retomada das aulas presenciais no Col�gio Militar de Belo Horizonte, iniciada nesta segunda-feira (21), � perigosa e “desrespeita princ�pios b�sicos de civilidade”. 

"Muito me admira que um col�gio p�blico, mantido com dinheiro p�blico, negue a ci�ncia, passe por cima de uma decis�o judicial e desrespeite princ�pios t�o b�sicos de civilidade. Que tipo de alunos essa institui��o vai formar? Escola que age assim, para mim, forma ditadores", avalia o m�dico.



Segundo o infectologista, para que o retorno seja considerado razoavelmente seguro, a cidade precisa atender ao par�metro t�cnico de at� 20 infectados pela COVID-19 por 100 mil habitantes durante 14 dias. O crit�rio � da ag�ncia americana Centers for Disease Control and Prevention (CDC), adotado em pa�ses como Estados Unidos e Holanda. A capital mineira, de acordo com Starling, atualmente, apresenta 160 casos da doen�a por 100 mil habitantes, m�dia classificada como de alto risco. 

“Pa�ses como a Coreia do Sul estabeleceram padr�es ainda mais r�gidos, de 5 casos por milh�o de habitantes. Essa escola se esquece de que, antes de ser um ente federal, est� inserida em uma comunidade. Se houver um surto de COVID-19 ali, todo o processo de flexibiliza��o de BH pode ser derrubado e o sistema de sa�de, seriamente comprometido”, alerta.

O infectologista afirma que os protocolos sanit�rios anunciados pela escola - tais como n�mero m�ximo de 15 alunos por sala e distanciamento de 1,5 metro entre as carteiras - n�o protegem os jovens e profissionais da institui��o no atual cen�rio da pandemia. Ele explica que as medidas s� s�o eficientes dentro do contexto de baixo risco de transmiss�o. 

“Outra quest�o s�ria � que as crian�as infectadas pela COVID-19 comumente desenvolvem a s�ndrome inflamat�ria, quadro tratado com imunoglobulinas (medicamento que cont�m cont�m anticorpos). E n�s sequer temos estoque suficiente desse medicamento para o dia a dia, para tratar outras doen�as inflamat�rias n�o relacionadas � COVID. Como � que vamos tratar as crian�as infectadas?”, questiona Starling. 

Retorno

Fechado desde 11 de mar�o, o Col�gio Militar de Belo Horizonte retomou as aulas presenciais na manh� desta segunda-feira (21), com revezamento de turmas. Estudantes do ensino m�dio frequentam a escola �s segundas, quartas e sextas, em de forma alternada. Os do ensino fundamental - 8º e 9º ano - �s ter�as e quintas.

Na noite de sexta-feira (18), a Justi�a Federal barrou o retorno dos 620 alunos do col�gio. A decis�o atende ao requerimento do Sindicato dos Trabalhadores Ativos, Aposentados e Pensionistas no Servi�o P�blico Federal em Minas Gerais (Sindsep-MG). 

Em comunicado emitido aos pais no domingo (20), a escola argumentou que a retomada estaria amparada em parecer de for�a execut�ria da Procuradoria-Geral da Uni�o (PGU) e da Advocacia-Geral da Uni�o (AGU). Juristas consultados pela reportagem, no entanto, argumentam que uma decis�o judicial s� pode ser sobreposta por outra.

O Estado de Minas procurou o Ex�rcito Brasileiro, respons�vel pelo Col�gio Militar de BH (14 em todo o Brasil), para comentar o impasse, mas n�o obteve resposta. 


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