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Estado de Minas DIF�CIL DE RESPIRAR

Serra do Cip�: fuma�a de inc�ndios � risco para a sa�de da popula��o

Queimadas no parque nacional agravam problemas respirat�rios entre os moradores; exposi��o cont�nua � fuma�a piora crises em quem j� tem comorbidades e afeta tamb�m pessoas que n�o apresentavam doen�as


02/10/2020 09:56 - atualizado 02/10/2020 11:54

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

"A Serra do Cip� grita por socorro". A frase estampada em um cartaz com pedido de ajuda a brigadistas que combatem inc�ndio na regi�o h� seis dias demonstra a grave situa��o por que passa um dos principais cart�es postais de Minas Gerais. Desde o �ltimo domingo, as chamas consomem as matas do parque, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.

A natureza agoniza, e o perigo chega cada vez mais perto da popula��o. O fogo se aproxima das casas e do com�rcio no entorno. N�o apenas as equipes do Corpo de Bombeiros, mas os pr�prios moradores tentam afastar as chamas. Mas baldes, bacias e mangueiras est�o longe de serem ferramentas adequadas.

A estimativa do momento � que aproximadamente 10 mil hectares de vegeta��o da unidade de conserva��o, que vai da Grande BH at� cidades da Regi�o Central do estado, j� tenham sido destru�dos. Al�m do desgaste f�sico de quem est� na linha de frente no enfrentamento aos inc�ndios (mais que o perigo em si, bombeiros t�m que lidar com situa��es extremas, como temperaturas que chegam a ultrapassar 75ºC), a fuma�a e a fuligem que tomam conta dos arredores s�o prejudiciais � sa�de como um todo.

Os efeitos nocivos das queimadas s�o an�logos ao que acontece no caso da polui��o atmosf�rica originada de ve�culos, quando h� combust�o de material org�nico, que acaba ficando suspenso no ar em forma particulada. Estudos que comprovam essa rela��o foram feitos, por exemplo, observando a queima de cana de a��car em propriedades no interior de S�o Paulo.

� o que explica o pneumologista do Hospital Alem�o Oswaldo Cruz, Elie Fiss. O produto das queimadas s�o in�meras subst�ncias, muitas t�xicas. "Quando h� um n�vel elevado de contato com a fuma�a, ou aumento da polui��o, naturalmente crescem em 20%, em pouco tempo, a procura em prontos-socorros por pessoas com sintomas respirat�rios", diz o m�dico.

Para quem j� apresenta comorbidades, a exposi��o � fuma�a agrava problemas como asma, doen�a pulmonar obstrutiva cr�nica (DPOC), enfizema, bronquite cr�nica, fibrose pulmonar, al�m de problemas card�acos, como arritmia e infarto do mioc�rdio, e neurol�gicos, como o acidente vascular cerebral (AVC). "Pessoas que j� t�m esses problemas podem rapidamente entrar em crise. Quem n�o tem, pode desenvolver", alerta.

A paneumonia por hipersensibilidade, por exemplo, � um tipo de pneumonia diferente da de origem bacteriana, que acontece quando os pulm�es s�o inflamados pela inala��o de subst�ncias estranhas, como poeira, fungo e fuma�a, entre outros. "O tempo para que as doen�as se manifestem, quando h� a exposi��o, depende de cada organismo. A forma de evitar trantornos � sair de perto da fuma�a. N�o tem outro jeito", orienta o especialista.

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

Edna Aparecida Pereira, 43, mora h� seis anos no vilarejo Lapinha do Jo�o Congo, parte do munic�pio de Jaboticatubas. Ela conta que, em um primeiro momento, o marido, Julio C�sar, percebeu um foco de inc�ndio na manh� da �ltima segunda-feira, em uma �rea a cerca de seis quil�metros de onde vivem, em uma regi�o de dif�cil acesso. Por tr�s dias, J�lio C�sar e um amigo se embrenharam na mata para tentar conter o fogo usando baldes e canecos, sem nenhum equipamento de seguran�a. Ainda sem o apoio do Corpo de Bombeiros, percorreram quase 10 quil�metros para enfrentrar as chamas, que chegavam cada vez mais perto da vizinhan�a.

A fuma�a e as cinzas no ar t�m sido um grande inc�modo. "Est� insuport�vel para respirar. O calor � muito grande. Tive queda de press�o e h� pessoas que est�o sangrando pelo nariz. De t�o quente, at� nossos cavalos n�o est�o conseguindo se alimentar", lamenta Edna. A pod�loga lembra que a situa��o � ainda pior para os idosos, que s�o maioria no vilarejo. "N�o temos que combater o fogo, temos que prevenir. Todo ano isso acontece. Pedimos atitude das autoridades", cobra.


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