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Estado de Minas INFLU�NCIA INCLUSIVA

Pessoas com defici�ncia usam redes sociais para combater preconceitos

Influenciadores digitais falam em v�deo sobre como � lutar contra o capacitismo. Veja relatos


19/10/2020 15:45 - atualizado 19/10/2020 17:01

Influenciadores digitais com algum tipo de defici�ncia f�sica t�m combatido o preconceito com humor e informa��o. V�deos que exp�em problemas di�rios enfrentado por pessoas com defici�ncias e que falam sobre reconhecimento e empoderamento conquistam milhares de seguidores no Brasil. Conversamos com quatro nomes que s�o refer�ncia nacional na redes sociais para falar sobre igualdade e como evitar a cultura do capacitismo.


O que � capacitismo?

Capacitismo � um termo usado para caracterizar o preconceito contra pessoas com defici�ncia. A palavra vem do ingl�s ableism, que significa, em tradu��o literal, "capacidade". Na pr�tica, uma pessoa capacitista discrimina pessoas com caracter�sticas f�sicas, sensoriais e intelectuais que fogem do que consideram um "padr�o normal" da sociedade. Esse preconceito pode ser aparente, mas tamb�m pode ser velado.

A legisla��o j� considera o capacitismo um crime. Institu�da em 2016, a Lei Brasileira de Inclus�o define, no art. 4, que "toda pessoa com defici�ncia tem direito � igualdade de oportunidades com as demais pessoas e n�o sofrer� nenhuma esp�cie de discrimina��o". Assim, uma pessoa capacitista pode ser presa ou pagar uma multa por esse preconceito.

Humor como aliado

Com a camisa escrita "Deficiente � o seu preconceito!", o influcenciador digital Ivan Baron, de 22 anos, contou ao Estado de Minas um pouco da sua trajet�ria na internet. "Essa palavra influenciador � muita responsabilidade, mas eu resolvi ocupar esse espa�o pois eu tinha uma necessidade de passar informa��es, novos conceitos sobre pessoas com defici�ncia que outros influenciadores n�o passavam".

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Toda pessoa tem um NOME, elas n�o s�o apenas a defici�ncia! %uD83D%uDE09

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Ivan t�m mais de 43 mil seguidores no Instagram e 122,8 mil no TikTok. Al�m disso, o influencer do Rio Grande do Norte � formado em direito e faz palestras sobre capacitismo.

Baron disse que era uma pessoa muito reservada antes da vida p�blica e que tinha medo da rea��o das pessoas. "Eu era uma pessoa muito t�mida, que tinha medo de me expor, com medo de as pessoas me julgarem por ser diferente, por pensar fora da caixinha. Ent�o, sempre guardava pra mim o que eu pensava. At� que um dia eu resolvi exp�r e percebi que tinham outras pessoas que pensavam como eu.”

Eu vejo muita gente discutir sobre racismo, LGBTQI fobia, feminismo, e essas s�o quest�es muito importantes, mas e o capacitismo, cad�? Ent�o porque n�o ocupar esse espa�o tamb�m?

Ivan Baron, influcenciador digital



Em suas redes, Ivan n�o se limita a falar apenas sobre as suas defici�ncias. "Sempre tento escutar outras pessoas com outras defici�ncias para falar com as pessoas sem defici�ncia", comentou. Assim, o influenciador brinca que seu trabalho "� um projeto individual com colaboradores".

Para quebrar tantos paradigmas, Ivan usa criatividade em seus v�deos e comenta que isso se tornou um grande diferencial na hora de passar a sua mensagem. Assim, o humor tornou-se um grande aliado. "Por que n�o passar informa��o de uma forma leve e distra�da? O humor acredito que seja uma das melhores formas para isso".

Segundo o jovem, "n�o � porque � com�dia que a gente n�o pode fazer nossas cr�ticas sociais". "Pelo contr�rio, � mais um motivo para passar com responsabilidade o que a gente acredita. E eu venho percebendo que as pessoas est�o amando", afirmou.

O influenciador comenta que � poss�vel ter uma sociedade menos capacista e mais inclusiva, mas que precisa de ajuda nessa conquista. "As marcas precisam entender que pessoas com defici�ncia conseguem influenciar outras pessoas", comentou.

O futuro � acess�vel mas o presente tem que ser inclusivo

Ivan Baron, influcenciador digital

Multitalentos

O trabalho com a internet veio naturalmente para a influenciadora digital Juliana Santos. Ela conta que come�ou para divulgar o seu trabalho como estilista. Aos poucos, Juliana desenvolveu dois projetos on-lines. 


"Quando comecei a criar, eu fazia roupas para mim. Ent�o, comecei a postar fotos no Orkut e as minhas amigas gostavam. Criei um blog para mostrar os meus looks e virei uma blogueira de moda. O Instagram come�ou pequeno. Fazia apenas short customizados e, depois, vestidos de noiva. Com isso, as redes deram um 'boom' e minha vida pessoal se tornou t�o interessante quanto meu trabalho como estilista", comentou.



Juliana separous projetos em dois perfis. "Primeiro, tinha uma foto da minha filha comendo papinha e depois duas noivas casando. Ent�o, tive de separar e fazer dois instagrams: o perfil do atelier, que tem muito engajamento, e o meu pessoal, onde eu falo o que eu gosto, o que eu acredito e defendo", explicou.



Santos conta que sempre tenta ensinar alguma coisa, mesmo que em brincadeira.  "Acho que quando a gente come�a a explicar e falar para as pessoas que o que elas fazem � errado, mas n�o de uma forma agressiva ou querendo militar, faz a pessoa refletir e n�o querer que eu esteja naquela situa��o", afirmou.

Juliana disse que muitas pessoas com corpos "normais" a agradecem por ajud�-las a quebrar esse preconceito. "Vi pessoas falando que eram capacitistas e n�o sabiam. Vi outras falando que aprenderam a contratar pessoas com defici�ncia e outros contando que param de ver as pessoas com defici�ncia como apenas exemplo de supera��o", comentou.



Juliana explica que a com�dia � a forma "abordar assuntos mais s�rios". Mas, ela conta que a essa estrat�gia come�ou de uma forma diferente dentro do seu trabalho. "Comecei a postar os v�deos mais engra�ados no TikTok e repost�-los no Instagram. Ent�o, o meu conte�do come�ou a ficar muito mesclado. As pessoas n�o querem mais ver aquela vida de princesa da Disney". Mas, Juliana explica que a proposta n�o � atrair o p�blico  apenas pela risada. "Eu n�o quero ser a palhacinha do circo sem m�o. Se voc� me segue s� pela com�dia e n�o por quem eu sou, talvez voc� esteja me seguindo pelo motivo errado", afirmou.

 

Fazendo Hist�ria

Cacai Bauer vem fazendo hist�ria como a primeira digital influencer com s�ndrome de down. Aos 26 anos, a modelo j� conquistou mais de 118 mil seguidores. A trajet�ria on-line de Cacai come�ou em 2016, quando ela criou um canal no YouTube. "Minha irm�, Luiza, queria muito criar um canal de cover e acabou desistindo. Aproveitei a empolga��o dela e criei o meu canal. Antes disso eu j� postava as minhas apresenta��es de teatro e alguns v�deos caseiros", contou.


Cacai disse que n�o via outras pessoas com defici�ncias trabalhando como influencers quando come�ou a carreira. "N�s fizemos v�rias buscas na internet e n�o encontramos ningu�m que fizesse o trabalho que eu estava desenvolvendo. Um site para o qual dei entrevista tamb�m fez a mesma pesquisa e n�o encontrou."

Para a modelo, a forma de produzir o conte�do influencia na recep��o do p�blico. Para ela, a informa��o � mais absorvida por meio da com�dia. "Sempre tento fazer o meu conte�do de forma leve e divertida", explicou.

As produ��es para as redes sociais de Cacai envolvem toda a fam�lia Bauer. "A minha equipe � a minha fam�lia. Minha m�e cuida da produ��o, minha irm� faz as grava��es, fotos e edi��es, meu irm�o atua comigo e meu pai faz a minha assessoria de imprensa e meu m�dia kit", comentou.

Apesar dos desafios do in�cio de carreira, hoje a modelo se mostra muito esperan�osa sobre o futuro dos influenciadores digitais com defici�ncia. "Eles devem ir trabalhar na grande m�dia."

N�o � uma vida triste

"Ent�o, n�o � uma vida sofrida. Eu consigo falar de diversos assuntos", afirmou a influenciadora digital mineira Stephanie Marques. Desde 2019, Stephanie vem crescendo no Instagram com conte�dos relacionados ao universo feminino.


Apesar de ter mais de um ano de carreira, ela contou que somente no in�cio deste ano que ela come�ou a falar sobre a sua defici�ncia. "J� que eu sou uma pessoa com defici�ncia, resolvi abrir mais esse assunto no meu perfil". A mineira tem mais de 5 mil seguidores no Instagram e continua expandindo sua presen�a na plataforma.

Com essa atitude de falar sobre a sua defici�ncia, Stephanie notou como ela consegue atingir a sociedade. "Acho que o meu conte�do mostra a representatividade. No meu caso, com baixa estatura, mostra eu levo a vida de uma forma extremamente normal, assim como qualquer outra pessoa deveria levar", explicou.

"N�o sou nenhum exemplo de supera��o ou que eu sou guerreira. Eu sou apenas uma mulher adulta de baixa estatura vivendo a minha vida. As pessoas t�m esse olhar inicial de que uma pessoa com defici�ncia � uma pessoa coitadinha e sofrida. E quando elas olham o meu conte�do e tudo o que eu mostro e represento, essa vis�o muda."

A influencer completa que o seu gosto para moda tamb�m ajudou a quebrar esse preconceito. "Tenho um consumo de moda consciente e meu estilo � muito minimalista, ent�o as pessoas tamb�m se identificam com essa vis�o. E eu sei que isso tamb�m quebra os preconceitos pois eu passo essas ideias de uma forma muito tranquila. Ent�o n�o � uma vida sofrida, eu consigo falar de v�rios assuntos."

Al�m da moda, Stephanie conta que o humor ajuda bastante a cativar o p�blico. "A gente consegue dar um serm�o. E � uma estrat�gia que eu me identifico super".
Cacai Bauer, Juliana Santos, Ivan Baron e Stephanie Marques conquistam as redes com humor e leveza na luta contra preconceitos
Cacai Bauer, Juliana Santos, Ivan Baron e Stephanie Marques conquistam as redes com humor e leveza na luta contra preconceitos (foto: Reprodu��o Instagram)

*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Rafael Alves


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