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Estado de Minas PERSPECTIVAS

Vacina e aprendizado acumulado sustentam otimismo para 2021

Ci�ncia, arte, trabalho e f� lan�am luz sobre as expectativas para o ano que come�a nesta sexta-feira, depois das agruras de 2020


01/01/2021 04:00 - atualizado 04/01/2021 15:15

Frase bordada por Natália Foscarini para o EM resume os desejos de todos para o ano que começa hoje(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Frase bordada por Nat�lia Foscarini para o EM resume os desejos de todos para o ano que come�a hoje (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A esperan�a no ano realmente novo, seguro, menos incerto, est� nas m�os da ci�ncia, na arte que transforma a vida em beleza, no conhecimento disseminado presencial ou virtualmente. Vem tamb�m da determina��o de quem transporta alimentos, dos que acreditam no fim da tempestade, da legi�o de otimistas, da aten��o dos realistas.

Neste primeiro dia de janeiro, os olhos da humanidade se voltam confiantes na dire��o de uma vacina eficaz para imuniza��o em massa contra a COVID-19, a assombrosa pandemia que se tornou o centro das aten��es e preocupa��es nos �ltimos 10 meses. Por que devemos esperar um 2021 diferente?

A resposta ganha sentido e dire��o nas palavras do m�dico especialista em epidemiologia, da enfermeira que se tornou bordadeira, da atriz, escritora e cantora, do professor, do caminhoneiro que roda o pa�s, da empres�ria de turismo, um dos setores mais atingidos pela crise sanit�ria.

Em cada cora��o, o desejo de ver a luz no fim da trilha inesperada que levou � pandemia, ao distanciamento social e ao vazio das arquibancadas nos est�dios de futebol, das plateias dos teatros, da mesa de jantar nas confraterniza��es familiares.


Seis vis�es sobre os novos tempos

"O ano de 2021 dever� ser diferente, sim. Para o in�cio, janeiro e fevereiro, mais turbulento em fun��o das festas de fim de ano, esperamos um aumento no n�mero de casos, que j� est� alto. Mas assim que come�ar a vacina��o, deveremos ter, progressivamente, uma queda no n�mero de casos, de �bitos e mais estabilidade em rela��o ao n�mero de interna��es hospitalares ao longo do ano", diz o m�dico infectologista e epidemiologista Carlos Starling, diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, consultor cient�fico da Sociedade Brasileira de Infectologia e membro do Comit� de Infectologia da Prefeitura de Belo Horizonte para Enfrentamento da COVID-19.

(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)
"Assim que come�ar a  vacina��o, deveremos ter, progressivamente, uma queda no n�mero de casos, de �bitos e mais estabilidade em rela��o ao n�mero de interna��es hospitalares"
Carlos Starling, 
m�dico infectologista e epidemiologista 

As precau��es v�o continuar, ressalta o especialista, como o uso de m�scaras, distanciamento e medidas de higiene "que, se pudessem continuar, mesmo depois disso tudo, seriam muito importantes, principalmente higieniza��o das m�os, cuidados quando uma pessoa estiver gripada para n�o passar para outra e respeito ao pr�ximo. Espero que de fato isso ocorra al�m de 2021".

Outro ponto destacado por Starling se refere a novos tratamentos que devem surgir, com pesquisas bem conduzidas, novas drogas que possam ajudar na preven��o e no tratamento da COVID-19. "Isso certamente dever� ser uma contribui��o enorme da ci�ncia para o controle desse problema. Em 2021, vamos consolidar o aprendizado que tivemos em 2020 quanto a t�cnicas de diagn�stico mais r�pido, f�cil e barato, deveremos ter a preven��o com m�ltiplas vacinas e tratamentos adequados."

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
"� com a ci�ncia, a f� e a esperan�a que vamos vencer a COVID e ter um ano diferente. Sou otimista ao extremo, sempre tenho certeza que tudo vai dar certo"
Nat�lia Foscarini, enfermeira e bordadeira 

E mais: "Al�m disso, deveremos voltar com as aulas nas escolas presenciais; usar cada vez mais a telemedicina; e consolidar o trabalho em casa, para muitas profiss�es, como algo que veio para ficar, gerando economia para muitas empresas". O m�dico acredita num ano mais promissor do ponto de vista econ�mico, "� medida que a epidemia for sendo controlada".

F� E OTIMISMO 

Se depender da enfermeira Nat�lia Foscarini, que trabalhou mais de 15 anos em bloco cir�rgico de v�rios hospitais de Belo Horizonte, a esperan�a vai triunfar em 2021. "Acredito que tudo vai melhorar, que a ci�ncia descobrir� uma vacina contra a COVID-19 para imunizar todo mundo ou um tratamento para as pessoas viverem melhor ap�s contra�rem a doen�a."

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

"Vivemos num tempo em que � fundamental manter os p�s no ch�o, encarar a realidade. S�o meses duros, nada f�ceis, que, tenho certeza,  significam uma passagem. Mas, se eu vivo neste tempo,� porque aguento"
Elisa Santana, atriz, escritora e cantora

"Sou otimista ao extremo, sempre tenho certeza que tudo vai dar certo, n�o importa o momento. A f� � muito importante nesses momentos", afirma Nat�lia. Casada, tr�s filhos e moradora do Bairro Sion, na Regi�o Centro-Sul da capital, ela tem no bordado uma atividade de renda e prazer, que a transporta para o universo de cores, texturas e linhas que prendem a aten��o e d�o asas � imagina��o.

Com aten��o, cuidado e arte, Nat�lia transforma o tecido branco, preso no bastidor, numa singela homenagem ao tempo e de votos sinceros aos leitores desta primeira edi��o do Estado de Minas. No trabalho na t�cnica do matiz, ela bordou um Sol para clarear os caminhos e o Feliz 2021. "� com a ci�ncia, a f� e a esperan�a que vamos vencer a COVID-19 e ter um ano diferente."

(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)
"Penso que estava me preparandopara um novo tempo. O ensino caminha para ser h�brido, dividido entre a sala de aula e a tela do computador, smartphone ou tablet"
Henrique Neves Coelho, professor de ingl�s

P�S NO CH�O 

Se a sa�de sustenta o corpo e a esperan�a alimenta a alma, a arte traz o encantamento necess�rio para a humanidade levar adiante seus projetos, dar seus passos e buscar o futuro com firmeza. Nas quatro d�cadas dedicadas ao teatro, � poesia e � m�sica, a tamb�m professora de teatro Elisa Santana aprendeu que nem tudo � sonho, fantasia, imagina��o. "Vivemos num tempo em que � fundamental manter os p�s no ch�o, encarar a realidade sem del�rios. S�o meses duros, nada f�ceis, que, tenho certeza, significam uma passagem. Mas, se eu vivo neste tempo, � porque aguento", diz Elisa, residente no Bairro Cora��o de Jesus, na Regi�o Centro-Sul da capital e m�e de Joana, de 25 anos, estudante de biologia.

Para Elisa, outro ponto importante � lutar o bom combate, cuidar da sa�de e transmutar a realidade. Mesmo com tantos anos de teatro e consci�ncia do seu corpo, ela passou a cuidar mais dele, a se preocupar como nunca com a sa�de, "pois precisamos nos fortalecer". Sempre atenta � cena art�stica - e como sem a magia do imagin�rio n�o se vive -, a atriz gostaria de estar na pele do cantor Emicida no filme AmarElo. "Em 2021, faria o papel da guru hindu M�t� Amritananda May? Devi, mais conhecida como Amma, que j� abra�ou 34 milh�es de pessoas na �ndia. Aqui, abra�aria 209 milh�es de pessoas na rua."

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

"Sou um homem de f�, aguardo a vacina para ter mais tranquilidade e continuar abastecendo o pa�s. Caminhoneiros s�o como a orquestra do Titanic: o navio afundando e os m�sicos continuando a tocar. N�s continuamos a rodar".
Milton Antonio Librelon, o Toninho Cabrob�, caminhoneiro

ENSINO H�BRIDO 

Nos �ltimos 10 anos, o professor de ingl�s Henrique Neves Coelho, de 33, correu o mundo, trabalhando em S�o Paulo, China, Alemanha, Estados Unidos, Panam�, Emirados �rabes e outros pa�ses que, se garantiram experi�ncia profissional e aperfei�oamento no idioma, abriram tamb�m as portas da percep��o. "Penso que, involuntariamente, estava me preparando, na d�cada passada, para um novo tempo", afirma o belo-horizontino residente no Bairro Santa M�nica, na Regi�o da Pampulha.

Professor no modo virtual, com alunos brasileiros e estrangeiros, e aguardando o in�cio das aulas presenciais, pois ensina em uma escola no Barreiro, em BH, Henrique est� certo de que a educa��o escolar caminha para ser h�brida, dividida entre a sala de aula e a tela do computador, smartphone ou tablet. "Penso que ser� assim de agora at� 2030. Os alunos na faixa et�ria de 12 a 17 anos estar�o mais preparados para esse tipo de ensino do que os do infantil e fundamental 1, de 3 a 9 de idade", prev�.

Ent�o, o "diferente" se refere ao tempo compartilhado entre sala de aula e o modo virtual, sem maiores deslocamentos pela cidade", diz o professor que, depois da gradua��o em com�rcio exterior e trabalho nessa �rea, com a flu�ncia em ingl�s e certificados de profici�ncia, cursou letras e trabalhou em escola p�blica.

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)
"Esse � o diferente, viagem no Brasil mesmo, no m�ximo Canc�n, no M�xico. A garantia de uma viagem tranquila estar� na vacina, pois � uma quest�o de sa�de, de seguran�a".
In�s Gontijo, empres�ria do setor de turismo

OFERTA DE TRABALHO 

Para o caminhoneiro Milton Antonio Librelon, conhecido como Toninho Cabrob�, residente em Montes Claros, no Norte de Minas, a palavra "diferente" precisa significar mais trabalho. "Sobrevivemos, ent�o estamos no lucro, � o que importa. J� disseram que n�s, caminhoneiros, podemos parar o pa�s, mas, na verdade, tamb�m podemos acelerar o pa�s como ocorreu nesses quase 10 meses", orgulha-se o condutor do bitrem que cruza o Brasil de Norte a Sul, de Leste a Oeste, transportando gr�os e outras cargas.

Logo no in�cio da pandemia, Toninho Cabrob� foi contaminado pelo novo coronav�rus e, passado o per�odo de isolamento, voltou � estrada. "Sou um homem de f�, aguardo a vacina para ter mais tranquilidade e continuar abastecendo o pa�s. Caminhoneiros s�o como a orquestra do Titanic: o navio afundando e os continuavam a tocar. N�s continuamos a rodar". Para Toninho, a safra agr�cola recorde, neste ano, mostra que o campo oferece muito trabalho e oportunidade.

VIAGENS ADIADAS 

N�o � de hoje que muitos brasileiros sonham com uns dias na praia, umas comprinhas em Nova York, um passeio rom�ntico em Paris ou um giro pelo Sul do Brasil, a exemplo de Gramado, onde a ilumina��o de fim de ano sempre atraiu gente de todo canto. Mas a indica��o da empres�ria do setor de turismo, In�s Gontijo, � para viagens mais pr�ximas: "Esse � o diferente, viagem no Brasil mesmo, no m�ximo Canc�n, no M�xico".

A garantia de uma viagem tranquila estar� na vacina, "pois � uma quest�o de sa�de, de seguran�a". Mesmo com o setor de turismo sofrendo grande perda econ�mica, In�s diz que o momento � de aten��o: "Ainda estamos dentro de uma nuvem. � preciso esperar que ela se dissipe para tudo entrar nos eixos. Depois, boas viagens!"


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