
Mesmo com a linha desativada h� tr�s d�cadas, o "trem" da preserva��o do patrim�nio apita forte na centen�ria esta��o ferrovi�ria de Caet�, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.
O pr�dio do ramal ferrovi�rio que ligava a capital a Santa B�rbara, Bar�o de Cocais e Nova Era, e come�ou a receber os passageiros em 1908, ser� restaurado para se tornar um centro cultural.
Os recursos, de R$ 942 mil, foram captados via lei Federal de Incentivo � Cultura, e o pr�ximo passo ser� a licita��o para in�cio das obras, informa o presidente da Funda��o Casa de Cultura/Prefeitura de Caet�, Darlan Corradi. O prazo de execu��o do projeto ser� de aproximadamente 12 meses.
Localizado do Centro, quase no limite com o bairro Bonsucesso, o bem hist�rico pertencente � Uni�o e cedido � prefeitura local se encontra muito degradado, em clima de abandono, e n�o se mostra nem a sombra da movimenta��o de tempos atr�s, pelo que se v� nas fotografias e se ouve nos relatos.
Segundo Corradi, h� cerca de 20 anos, o pr�dio tombado pelo munic�pio est� desocupado, tendo sediado, por �ltimo, a base da Pol�cia Militar, hoje instalada em outra �rea do Centro de Caet�.
Segundo Corradi, h� cerca de 20 anos, o pr�dio tombado pelo munic�pio est� desocupado, tendo sediado, por �ltimo, a base da Pol�cia Militar, hoje instalada em outra �rea do Centro de Caet�.
Os recursos, captados junto � empresa Anglogold Ashanti, ser�o usados para interven��es no telhado, pintura, estrutura e coloca��o de portas e janelas, al�m de outros servi�os.
"H� quatro c�modos na parte de baixo e um piso na superior. O objetivo � adequar os espa�os para oficinas e atividades culturais e tamb�m para o futuro memorial da esta��o ferrovi�ria, que receber� acervo existente em Caet�", informa Corradi.
"H� quatro c�modos na parte de baixo e um piso na superior. O objetivo � adequar os espa�os para oficinas e atividades culturais e tamb�m para o futuro memorial da esta��o ferrovi�ria, que receber� acervo existente em Caet�", informa Corradi.

VERSOS DA MEM�RIA
Propriet�rio da Farm�cia Ideal, que tem um museu, e pesquisador da hist�ria da terra natal, Ant�nio Maria Claret Chagas, de 74 anos, se lembra bem de outros tempos da esta��o ferrovi�ria e escreveu uma poesia que faz parte de um livro a ser lan�ado ainda este ano contando casos de Caet�.
Em Esta��o de Caet�, pois �, escreveu: “Quando te vejo de longe/Dos prim�rdios da minha vida/Toda esguia, imponente/Quanta vontade hoje eu sinto/De dar-te vida novamente”.
“Minha esta��o esquecida/Depredada, maltratada/Hoje somente tua torre/Pede clem�ncia “pros c�us”/Teu entorno polu�do/Favela de “c�u aberto”/Onde o errado que � certo/Desafia a quem quiser (...) E eu que sonhei contigo outro dia/Que estavas toda imponente/Toda sorriso pra gente/� espera do trem que n�o vem”.
LINHAS DO TEMPO
De acordo com pesquisa divulgada pela Prefeitura de Caet�, os documentos encontrados mostram que o ramal de S�o Jos� da Lagoa (atual Nova Era), que atenderia � esta��o de Caet�, foi constru�do por uma empresa particular de capital estrangeiro, a Companhia Estrada de Ferro Esp�rito Santo a Minas.
Naquele fim do s�culo 19, onze anos antes da inaugura��o de Belo Horizonte (1897), "a linha j� estava adiantada na regi�o de Sabar�, restando somente a finaliza��o da ponte sobre o Rio das Velhas para se ligar � Central do Brasil. Em 1908, a companhia j� se chamava Estrada de Ferro Sabar� a Santa B�rbara."
Naquele fim do s�culo 19, onze anos antes da inaugura��o de Belo Horizonte (1897), "a linha j� estava adiantada na regi�o de Sabar�, restando somente a finaliza��o da ponte sobre o Rio das Velhas para se ligar � Central do Brasil. Em 1908, a companhia j� se chamava Estrada de Ferro Sabar� a Santa B�rbara."
Com a chegada da linha f�rrea e das antigas locomotivas maria-fuma�a, o com�rcio existente no Centro de Caet� foi favorecido "pela entrada de uma diversificada mercadoria que chegava, e hospedarias e pens�es na cidade tamb�m se fizeram necess�rias � medida que passaram a receber visitantes".
Com a esta��o ferrovi�ria chegou a luz el�trica na cidade, em 1915, e "os postes de ilumina��o, inicialmente de madeira retorcida, foram espalhados no entorno da esta��o". Na d�cada de 1990, foram substitu�dos pelos de concreto.
Com a esta��o ferrovi�ria chegou a luz el�trica na cidade, em 1915, e "os postes de ilumina��o, inicialmente de madeira retorcida, foram espalhados no entorno da esta��o". Na d�cada de 1990, foram substitu�dos pelos de concreto.
Na constru��o do pr�dio para embarque/desembarque de carga e passageiros trabalhava o chefe da esta��o – o chefe tinha como fun��o gerenciar todo o funcionamento da esta��o, comandando uma equipe formada por auxiliares e encarregados das manobras.
A decad�ncia da esta��o e do transporte ferrovi�rio permitiram que os terrenos das imedia��es fossem invadidos e diversas edifica��es irregulares erguidas no entorno. O bem se tornou alvo de vandalismo, depreda��o e invas�o, situa��o que cresceu com a sa�da do posto da Pol�cia Militar do local.
"Ser� muito bom recuperar este pr�dio, que fica aberto, est� 'largado', e a tend�ncia, se n�o cuidarem, � s� piorar", disse ao Estado de Minas um jovem que passava de bicicleta perto da esta��o com dois amigos.
Atento � conversa, o outro, de 18 anos, comentou que o centro cultural ser� importante para a cidade, principalmente para dar oportunidade aos estudantes nas oficinas e demais atividades programadas. "Al�m de valorizar nosso patrim�nio", acrescentou.