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Estado de Minas COVID-19: 1 ANO

Sequelas da COVID-19 prolongam esfor�o e temor ap�s o diagn�stico de cura

Depois de enfrentarem a doen�a e o tratamento isolados, profissionais ouvidos pelo EM alertam que � preciso conhecer a enfermidade e suas consequ�ncias


01/03/2021 06:00 - atualizado 01/03/2021 07:38

(foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS - 14/1/21)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS - 14/1/21)



“N�o desejo para ningu�m”

(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)

Isabella Ribeiro Fonseca de Souza, 22 anos, gerente de marketing digital, que teve a doen�a respirat�ria, assim como a filha de um ano e 6 meses, uma irm� e uma sobrinha

“Desconfiei de que estava contaminada devido aos sintomas que surgiram. Tive muita tosse, dores de cabe�a intensas, dor de barriga, sonol�ncia e cansa�o. O resultado do teste foi positivo para COVID-19, e os sintomas come�aram a progredir para falta de ar e perda de olfato e paladar. Al�m de mim, minha filha, de apenas um ano e seis meses, minha sobrinha e minha irm�, que moram comigo, tamb�m se infectaram. Nesse per�odo, o meu maior medo foi pela vida das minhas pequenas, pois n�o sabia como seria a rea��o da doen�a nelas. Ainda bem que, no fim de tudo, elas ficaram bem e n�o tiveram sintomas al�m da tosse. Por outro lado, mesmo curada, fiquei sem olfato e paladar por cerca de um m�s. Agora, est� tudo bem e estou aliviada por ter passado por esse pesadelo. Por�m, ainda tenho medo, pois a pandemia n�o chegou ao fim e as vacinas est�o sendo distribu�das aos poucos. N�o desejo esse v�rus para ningu�m.”

“Quase 2 meses depois, sinto cansa�o”

(foto: João Paulo Oliver/Divulgação)
(foto: Jo�o Paulo Oliver/Divulga��o)

Edson Lima, 33 anos, empreendedor. Contaminado pelo v�rus, ele sentiu dores pelo corpo, perdeu o paladar e o olfato durante 40 dias e, mesmo curado, sente cansa�o f�sico

“Descobri que havia me infectado em meados de novembro do ano passado. Comecei a sentir dores no corpo e um cansa�o bem caracter�stico da dengue. Lembro-me que era uma quarta-feira. Ao longo dos dias, os sintomas se intensificaram e esperei at� o s�bado para n�o correr o risco de ter um resultado falso negativo. No s�bado seguinte, ent�o, fiz o exame e deu positivo. Novos sintomas surgiram: passei a ter dor nas costas bem limitante. E era bem oscilante, pois acordava me sentindo muito bem, como se estivesse curado, mas ao longo do dia meu corpo come�ava a doer, me sentia cansado e apresentava febre. Por volta do s�timo dia de infec��o, perdi o olfato e o paladar. Era horr�vel, n�o sentia gosto de nada e nem sabia diferenciar doce de salgado. Fiquei 15 dias nesse vai e volta de sintomas e depois disso tive sequelas. At� meados de janeiro, meu paladar e olfato n�o tinham retornado. Foram cerca de 40 dias sem sentir gosto ou cheiro. Hoje, mesmo depois de quase dois meses, ainda sinto um pouco de cansa�o.”

“Direcionei minhas aten��es para a vida”

(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)

Aline do Esp�rito Santo, 43 anos, jornalista, integrante de gripo de risco frente a doen�a. Ap�s se contaminar e ficar curada, teve sequela e permanece em isolamento

“Recebi o resultado positivo para a COVID-19 em 23 de abril de 2020, quando completei um ano sem recidiva de um c�ncer que descobri em 2018. Naquele momento, acho que o meu marido ficou ainda mais assustado do que eu, porque quando vi o resultado, apesar de n�o acreditar no que estava acontecendo, falei para mim mesma: ‘eu me curei de um c�ncer, tem um ano que estou curada e vou pegar esse lim�o e fazer outra limonada da minha vida. Vou levar com leveza, assim como tentei fazer quando tive c�ncer’. Na �poca, estava com a imunidade muito baixa e repondo vitaminas. Por isso, estava em isolamento antes mesmo de ter sido infectada. Por�m, comecei a sentir dores fortes de cabe�a e no corpo, apresentei quadro de coriza e tive perda de olfato e paladar. Tentei ficar o mais tranquila poss�vel, mas algumas pessoas insistiam em me fazer medo, e o p�nico se instalava, em alguns momentos, ao pensar na morte. Ent�o, direcionei minhas aten��es para a vida e foquei meu pensamento em coisas boas. Contei com a ajuda, mesmo de longe, de amigos que deixavam comida na minha casa, pois s� ficavamos juntos eu e meu marido. N�s tivemos que dormir em quartos separados, usando e fazendo tudo separado, sempre de m�scara, 24 horas por dia. As sequelas foram fortes: pneumonia e conjuntivite. Fiquei sete meses com conjuntivite. Apenas em fevereiro deste ano recebi o diagn�stico de que n�o tinha mais nada, mas ainda estou com uma s�ndrome no olho que exige usar l�grima artificial para ter lubrifica��o. Ao mesmo tempo que me sinto aliviada por ter passado por esse momento, sinto medo de me contaminar novamente, pois estou curada, mas n�o produzi anticorpos suficientes. Sigo em isolamento e, �s vezes, a perda de olfato e paladar e o cansa�o voltam.”

54% � a participa��o de brasileiros entre os profissionais infectados pela COVID-19 no continente americano, segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e o Minist�rio da Sa�de



“Quem teve, sabe que n�o � brincadeira”

(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)

Guilherme Paculdino, de 59 anos, empres�rio, que adquiriu arritmia card�aca como resultado da contamina��o pelo v�rus e n�o sabe por quanto tempo depender� de medicamentos.


“Em novembro do ano passado, contra� o v�rus. N�o sei como, talvez de algu�m infectado, o que � mais prov�vel, passeando, em meio a gente conhecida. Passei uma semana isolado e n�o precisei de interna��o. Tive 15% do pulm�o com aquela ocorr�ncia do “vidro fosco”, mas ap�s os 15 dias de isolamento, senti alguma coisa diferente no meu corpo. E por incr�vel que pare�a foi a� que me deu um pouquinho de p�nico. Acreditava que alguma coisa foi alterada; fui pesquisar, estive em uma cl�nica especializada em Belo Horizonte, e, depois de uma s�rie de exames, parece que o v�rus desencadeou arritmia card�aca, consequ�ncia da inflama��o que tive pela COVID-19. Isso assusta. A gente se sente limitado. As coisas come�am a melhorar, mas, desde o in�cio de dezembro, convivo com esse susto e a arritmia. Agora, com o rem�dio que a m�dica receitou tenho a possibilidade de voltar � vida normal. Pode ser que necessite desse rem�dio por mais um longo tempo ou, nem sei ainda, se pela vida inteira. Mas a COVID-19 assusta sim. Temos de nos ajoelhar, ter medo, pedir a Deus para nos orientar, porque d� medo, ela assusta e quem teve sabe que n�o � uma brincadeira. Parece que o �ndice de pessoas que procura entender as consequ�ncias da COVID-19 � relativamente pequeno, mas ela tem sequelas sim, e � um percentual relativamente alto de pessoas nessa situa��o.”

“Entendi o impacto da doen�a no corpo”

(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)

Rafaello Vizioli, 30 anos, assessor de comunica��o, que enfrentou sintomas de sinusite, gripe muito forte, mal-estar, cansa�o durante 15 dias, inclusive depois de curado

“Tive COVID-19 em outubro de 2020. Os sintomas come�araram com uma crise de sinusite, que sempre tenho. Depois, surgiram dores de cabe�a e no rosto. Foram cinco dias com mal-estar, gripe forte, mas sem febre, e um pouco de cansa�o. Morava com meus pais. Minha namorada e eu ficamos isolados no segundo andar de casa. A cada lance de escada que subia sentia muito cansa�o. Fiz consulta m�dica digital, quando recebi receita de medicamentos. Fiz o tratamento e j� no fim de semana seguinte estava melhor. Contudo, o cansa�o permaneceu por 15 dias, assim como a falta de ar. Minha namorada tamb�m teve problemas de cansa�o e perda de olfato. Estamos em fevereiro e ela ainda n�o est� bem totalmente. N�o tive perda de olfato, nem paladar. Sabendo que tenho anticorpos, sinto relativa tranquiliade, mas em rela��o �s outras pessoas, principalmente meus pais, familiares mais velhos, entendi o impacto da doen�a no corpo. Desde que a pandemia come�ou, em mar�o de 2020, como j� tinha hist�rico de alguns problemas respirat�rios, fiquei muito assustado. Fui entender e pesquisar sobre a doen�a. Com o tempo, a gente acaba relaxando, se permite sair de casa. Quando tive a COVID-19 j� havia voltado ao trabalho presencial. Na primeira semana, foram dias dif�ceis. N�o tive sequelas.”

“Continuo tomando os cuidados”

(foto: Arquivo pessoal)
(foto: Arquivo pessoal)

Adilson Martins, 57 anos, empres�rio, que contraiu o v�rus e ap�s ter se curado precisou fazer exerc�cios e tomar rem�dio para recuperar os sentidos do olfato e do paladar

“Tive COVID-19 no in�cio de julho do ano passado. Quando come�ou a pandemia, fiquei muito preocupado com a sa�de e tamb�m com as condi��es financeiras. Havia acabado de abrir minha segunda empresa, que n�o resistiu � pandemia. Em abril, respeitando as recomenda��es sanit�rias, ficamos um m�s parados. Como nosso servi�o � na �rea de sa�de (essencial), retornamos em maio. Trabalhamos dois meses at� aparecer o primeiro caso de COVID-19 na empresa, o que foi suficiente para contaminar todos os funcion�rios. Fechamos as portas durante mais um m�s. Na �ltima semana de julho retomamos os trabalhos com cuidados redobrados. Para aumentar a prote��o das funcion�rias e usu�rios adequei os espa�os com divis�rias de acr�lico e seguimos trabalhando assim. Descobri que estava doente em julho, quando tive febre de 38,5 graus. Alguns dias antes eu senti dores de cabe�a, coisa rar�ssima. No dia em que percebemos que poderia ser a doen�a respirat�ria, tive muita �nsia de v�mito. Cheguei a acreditar que pararia nisso, at� perder completamente o olfato e paladar, que recuperei h� pouco tempo; claro, depois de alguns exerc�cios para estimular o c�rebro e tamb�m de tomar rem�dio indicado por m�dico especialista. Hoje, depois de ter passado pelo que acredito ter sido o momento pior da doen�a, estou um pouco mais relaxado, mas continuo tomando os cuidados, como uso de m�scara e �lcool em gel.”

O que � o coronav�rus


Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 � transmitida? 

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?


Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 


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