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Estado de Minas COVID 19

"Sou de carne e osso", diz prefeito mineiro que se exaltou em protesto

Chefe do Executivo enfrentou manifesta��o contra fechamento do com�rcio


06/03/2021 15:42 - atualizado 06/03/2021 17:36

Prefeito de Patos de Minas, Luis Eduardo Falcão defende restrições como forma de conter avanço da pandemia(foto: Arquivo pessoal)
Prefeito de Patos de Minas, Luis Eduardo Falc�o defende restri��es como forma de conter avan�o da pandemia (foto: Arquivo pessoal)
 

Enquanto a popula��o n�o for vacinada em massa contra a COVID-19, as medidas restritivas das atividades econ�micas e da circula��o de pessoas s�o a alternativa para impedir o avan�o da pandemia. A avalia��o � do prefeito de Patos de Minas, no Alto Parana�ba, o empres�rio Luis Eduardo Falc�o (Podemos).

Na �ltima quinta-feira (3/3), o prefeito ganhou notoriedade, ao se exaltar diante de um grupo de comerciantes que foram para a porta da prefeitura
protestar contra o fechamento de seus estabelecimentos (com�rcio n�o essencial) como parte das restri��es para impedir o avan�o do coronav�rus na cidade.

 

Com o aumento do n�mero de casos da doen�a, as vagas nos hospitais de Patos de Minas se esgotaram e o munic�pio entrou na onda roxa, na qual foram adotadas as medidas mais restritivas contra a COVID-19 no Plano Minas Consciente, do governo do estado.


 

 

“N�o s�o medidas perfeitas, n�o s�o medidas justas. Mas n�o existe outra maneira, a n�o ser essas restri��es, enquanto a gente n�o tiver uma vacina��o em massa”, afirma Falc�o, em entrevista ao Estado de Minas, ao avaliar a necessidade das restri��es como tentativa de frear a pandemia.

 

“Sou humano, de carne e osso. Ent�o eu 'fui eu mesmo'. A gente perde um pouco a paci�ncia”, afirmou o prefeito de Patos de Minas, ao responder porque se exaltou durante o protesto em frente � prefeitura, cujo v�deo viralizou na internet.

 

Ao ser chamado de “mentiroso” pelos manifestantes, ap�s mencionar n�meros do coronavirus na cidade, ele arrancou m�scara, jogou o papel com os dados no ch�o e abandonou o local. “N�o ofendi ningu�m, mas fiquei nervoso com a situa��o,  porque tem hora que n�o � poss�vel que as pessoas n�o entendem os n�meros e a realidade dos fatos”, argumentou Falc�o. 

Entrevista/Luis Eduardo Falc�o

Patos de Minas enfrenta um colapso na sa�de por causa do avan�o dos casos da COVID-19 Como est� a situa�ao do munic�pio hoje?

A situa��o do munic�pio est� numa fase de relativo controle � medida que o RT come�a a cair - estamos com 0,77. A m�dia de casos di�rios da ultima semana foi de 125 casos contra 165 casos di�rios da semana anterior. S� que n�o podemos nos iludir com esses n�meros. Os cuidados precisam continuar em alt�ssimo n�vel, porque a doen�a � sazonal e isso muda muito r�pido.

 

Como est� a quest�o da disponibilidade de leitos hospitalares na cidade para enfrentar o momento mais crucial da pandemia?

 

N�s temos uma situa��o aqui de amplia��o de leitos, a segunda que estamos fazendo. Entramos na administra��o e t�nhamos um hospital de campanha com nove leitos de UTI e 23 leitos cl�nicos para a COVID-19. Agora, vamos para 30 leitos de UTI e 35 leitos cl�nicos, totalizando 65 leitos (para pacientes de coronavirus em hospital de campanha). Um agravante foi em 2020: o munic�pio recebeu R$ 27 milh�es para o combate ao COVID-19 e neste ano n�o recebeu nada. Estamos fazendo um tremendo esfor�o de gest�o, de economia, para cobrir esse custeio da sa�de, com um processo emergencial de contrata��o de pessoal de sa�de. Mas, nesse momento, temos uma escassez de profissionais de sa�de no mercado.

 

Quais s�o as principais medidas adotadas pela prefeitura para conter a pandemia em Patos de Minas?

 

Tudo que � poss�vel estamos fazendo. Todos os hospitais particulares est�o superlotados h� alguns dias, com seus espa�os ocupados por pacientes da COVID-19. Os hospitais p�blicos tamb�m lotaram. Esta � a situa��o da regi�o como um todo. Temos adotado as medidas restritivas h� alguns dias. N�o que a gente goste dessas medidas ou n�o entenda o preju�zo que isso causa a muitas pessoas – e n�o s� financeiramente. O problema � que n�o existem outras ferramentas para serem usadas no combate � doen�a. � uma doen�a injusta mesmo. Ela prejudica alguns setores mais que outros. Infelizmente, n�o h� nada que a gente possa fazer para mudar essa realidade, al�m das medidas tomadas pela prefeitura e ampliar os leitos. Enquanto foi poss�vel conciliar as atividades econ�micas das pessoas com a sa�de – ou seja, a amplia��o de leitos -, fizemos isso. Agora, chegou em um ponto em que o n�mero de casos � t�o superior � capacidade de atendimento – � estrutura f�sica – que � preciso tomar atitudes mais dr�sticas.

  

Patos de Minas entrou na onda roxa e teve que adotar medidas mais restritivas como o fechamento do comercio n�o essencial. Para o senhor, como foi tomar essas medidas?

 


Adotar essas medidas que foram impostas pelo estado,  a gente faz com dor no cora��o. N�o quer�amos fazer isso, mas est� sendo necess�rio. As atividades das pessoas s�o todas essenciais a meu ver – � medida que voc� leva o p�o para sua casa, para toda a fam�lia. Recebemos essa determina��o com um sentimento de frustra��o, mas n�o h� outra maneira de enfrentar a pandemia. Conversamos com os prefeitos da regi�o e todos resolveram que, nesse momento, o mais prudente a fazer � realmente seguir essas determina��es.

 

 

O senhor enfrentou um protesto dos comerciantes da cidade na tarde de quinta-feira e chegou a se exaltar diante da manifesta��o. Como foi enfrentar a manifesta��o?

 

Sobre o protesto, eu j� vinha conversando com essas pessoas h� muito tempo, desde o in�cio do meu mandato, em 1º de janeiro, uma vez que os comerciantes e v�rias pessoas do setor produtivo j� v�m sofrendo restri��es desde mar�o do ano passado. Em primeiro lugar, gostaria de dizer que n�o levo nada para o lado pessoal. Entendo perfeitamente que as pessoas est�o exaltadas, j� sem paci�ncia, muitas vezes at� desesperadas. Eu, como empreendedor – tenho com�rcio na cidade, que tamb�m est� sendo afetado pela pandemia -, sei como est� sendo dif�cil. Fui presidente da Associa��o Comercial da cidade. Ver todas aquelas pessoas reunidas para manifestar, entendi que era minha obriga��o sair do gabinete, descer e conversar com elas. Fui eleito de uma maneira bem diferente do habitual. E tenho que exercer o mandato dessa maneira tamb�m. N�o me cabe agora ser politico profissional, que fica preso dentro do gabinete, sem poder conversar com as pessoas. Ent�o, desci com muita calma para mostrar o cen�rio epidemiol�gico e os n�meros para as pessoas. Em 2020, tivemos uma m�dia de 18 casos da COVID-19, sendo que o com�rcio foi fechado ainda quando n�o tinha nenhum caso na cidade. O munic�pio tinha recursos em caixa e poderia ter ampliado os leitos de UTI. Mas, este ano, a situa��o � bem diferente. Recentemente, chegamos a 300 casos em um �nico dia. Foram feitas as amplia��es que poder�amos fazer. Na hora que chega a 300 casos (di�rios), com o esgotamento do sistema hospitalar da regi�o inteira, a gente passa a n�o ter outra alternativa (a n�o ser adotar as restri��es). N�o s�o medidas perfeitas, n�o s�o medidas justas. Mas n�o existe outra maneira, a n�o ser essas restri��es, enquanto a gente n�o tiver uma vacina��o em massa.

 

Porque o senhor se exaltou durante o protesto?

 

Naquele momento, eu comecei a argumentar com muita calma, a mostrar os n�meros, a debater. S� que comecei a ser muito ofendido, a ser agredido. E eu sou humano, de carne e osso. Ent�o “fui eu mesmo”. A gente perde um pouco a paci�ncia. N�o ofendi ningu�m, mas fiquei nervoso com a situa��o,  porque tem hora que n�o � poss�vel que as pessoas n�o entendem os n�meros e a realidade dos fatos.

 

Um comerciante chegou a dizer que o lockdown n�o funciona. Como o senhor avalia isso?

Essa quest�o � muito pol�mica: o que podemos chamar de lockdown? Em tese, seria fechar tudo, tudo mesmo. Restringir a circula��o de pessoas e evitar aglomera��es. Isso me parece �bvio que funciona. Se voc� conseguir uma maneira de n�o ter aglomera��es, de n�o ter festas clandestinas e de reduzir o contato das pessoas, reduzir o per�odo de exposi��o ao v�rus, � �bvio que isso funciona e ajuda a frear os casos. O problema � que muitas vezes as pessoas n�o obedecem as restri��es que s�o colocadas. Eu tenho vis�o liberal e n�o gostaria de intrometer nas atividades das pessoas, no que elas podem fazer, (consumir) bebidas alco�licas. S� que n�o temos alternativa. � uma situa��o dram�tica. Resumindo: se o lockdown for feito e a popula��o contribuir, � obvio que isso vai causar menos casos e vamos conseguir frear o avan�o (da pandemia). Um ano de pandemia, as pessoas est�o cansadas. Existe um relaxamento natural. Tem muitas pessoas que n�o querem mais cumprir o protocolo sanit�rio. Se ele (o lockdopwn) n�o tiver a contribui��o da popula��o, fica muito dif�cil de funcionar mesmo. Numa situa��o de relativo controle (da pandemia), acho que n�o deve ficar fechando e abrindo as coisas (o com�rcio) a todo momento. Mas, aqui, vivemos uma situa��o de extrema gravidade. N�o tivemos outra alternativa.

 

Qual apelo o senhor faz �s pessoas do com�rcio e aos moradores da cidade diante do agravamento da pandemia em sua cidade?

 

O apelo que a gente faz ao com�rcio � para entender a gravidade da situa��o. Enquanto n�o tem a vacina��o em massa, temos que adotar o distanciamento, os cuidados, a higieniza��o das m�os, o uso de m�scaras e evitar aglomera��es. Somente dessa maneira vamos conseguir chegar � reta final at� come�ar a vacina��o em massa.

 

O que � o coronav�rus


Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 � transmitida? 

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?


Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 

 


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