
Isso denuncia a realidade de quem precisa sair para trabalhar durante a pandemia e enfrenta dificuldades com o transporte p�blico. Conforme o Estado de Minas mostrou em 17 de mar�o, o m�s de mar�o j� concentra a maior m�dia de passageiros de �nibus em Belo Horizonte desde o in�cio da pandemia do novo coronav�rus. Ao mesmo tempo, foi o quarto m�s com mais viagens realizadas.
Esse � um dos fatores que pode explicar o aumento no uso de aplicativos por parte da popula��o. “Em Belo Horizonte, o crescimento de viagens feitas pela parcela mais pobre mostra a preocupa��o em evitar aglomera��o por parte dos que precisam sair de casa, como no caso dos profissionais que atuam em fun��es que n�o permitem o trabalho remoto, como caixas de supermercados, diaristas, porteiros, equipes de sa�de", explica L�via Pozzi, diretora de Opera��es da 99.
Na capital mineira, os passageiros de aplicativos que ganham at� dois sal�rios m�nimos cresceram 4,5 pontos percentuais. A empresa n�o divulgou os n�meros absolutos da pesquisa.
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"J� os mais ricos puderam permanecer em casa, seja fazendo home office ou utilizando alguma reserva financeira que conseguiram economizar. Al�m disso, ao sair de casa, as pessoas com maior poder aquisitivo, muitas vezes, possuem carro pr�prio, o que n�o � a realidade presente para os mais pobres”, acrescentou L�via.
Segundo o levantamento, o n�mero de passageiros de aplicativos que ganham mais de 5,5 sal�rios m�nimos registrou queda de quase nove pontos.
Transporte p�blico
De acordo com dados da empresa de transporte e tr�nsito de Belo Horizonte, BHTrans, neste m�s, a m�dia de passageiros transportados pelos �nibus foi de 715.519 pessoas, n�mero que representa 56,2% dos 1.271.757 que seriam transportados normalmente, antes da chegada do v�rus. As viagens ca�ram 33,6% nesse per�odo.
Contudo, quando passaram a vigorar mais restri��es a atividades para recuperar a capacidade hospitalar da cidade, o que se viu foram pontos de �nibus, esta��es, avenidas, ruas e pra�as vazias. Enquanto mais pessoas ingressaram no transporte p�blico, as viagens n�o aumentaram, seguindo a mesma concentra��o de usu�rios.
De acordo com dados da BHTrans, a m�dia de viagens realizadas pelos �nibus da capital foi de 16.431, uma quantidade que representa 66,4% do normalmente realizado antes da pandemia, que era de 24.743 partidas e chegadas. � o quarto mais intenso volume de viagens, atr�s dos meses de novembro (69,2%), dezembro (67,8%) e outubro (67,5%), quando o volume de passageiros m�dios era menor.
Em 20 de mar�o, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) ainda informou que 43 linhas de coletivos para viagens intermunicipais da Grande BH j� foram autorizadas a operar com circula��o reduzida. O protocolo emergencial foi decretado em acordo com as empresas concession�rias do transporte coletivo metropolitano ap�s o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), determinar, por 15 dias, Onda Roxa (mais restritiva) para os 853 munic�pios do estado.
No Brasil
Em todo o pa�s, os dados da 99 mostram que a parcela mais pobre da popula��o passou a pegar 36% mais viagens por aplicativo, enquanto os mais favorecidos utilizam 41% menos a modalidade.Nacionalmente, a frequ�ncia de uso entre os de menor renda cresceu sete pontos percentuais no aplicativo, ao passo que os de maior poder aquisitivo registram atualmente uma queda de 13,5 pontos percentuais em viagens por app. Esses dados v�m justamente ao encontro dos n�meros registrados em outra pesquisa da 99, divulgada em 2020. Feita nas periferias das grandes cidades, 19% dos entrevistados afirmaram que n�o puderam fazer o isolamento e precisaram trabalhar todos os dias. 32% fizeram apenas de 1 a 3 meses de isolamento.
"Al�m disso, durante a pandemia, a seguran�a em rela��o � COVID-19 tamb�m aparece com grande relev�ncia com rela��o aos fatores de decis�o para a escolha do transporte quando for sair de casa. 43% dos entrevistados levam em considera��o o risco de cont�gio do coronav�rus no transporte", informou a pesquisa.
(Com informa��es de Mateus Parreiras)