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Estado de Minas COVID-19

Com vacina��o a conta-gotas, Brasil tem morte acelerada entre jovens

A faixa et�ria que vai dos 30 aos 39 anos viu o aumento do n�mero de �bitos crescer 56%


15/05/2021 04:00 - atualizado 15/05/2021 08:12

Paciente é transportado por equipe de saúde de BH em abril: mês só perdeu para março em número de mortes por COVID-19 desde o início da pandemia Brasil (foto: Edésio Ferreira/EM/D.a Press - 8/4/21)
Paciente � transportado por equipe de sa�de de BH em abril: m�s s� perdeu para mar�o em n�mero de mortes por COVID-19 desde o in�cio da pandemia Brasil (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.a Press - 8/4/21)

Mortes por COVID-19 dispararam entre brasileiros n�o vacinados em abril, chegando a alta de 57% entre pessoas de 40 a 49 anos na compara��o com a m�dia para a faixa et�ria registrada entre mar�o de 2020 e igual m�s de 2021, aponta levantamento feito pelos cart�rios de Registro Civil do Brasil.

Estat�stica que n�o surpreende, j� que o pa�s enfrenta atraso na campanha de vacina��o e, com as flexibiliza��es do isolamento social, parte dos adultos voltaram para o trabalho presencial e outros ainda insistem em desrespeitar as medidas preventivas contra a propaga��o do novo coronav�rus.

Os dados, divulgados pela Associa��o Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), mostram que abril registrou aumento de mais de 50% no n�mero de �bitos de pessoas mais jovens, na faixa et�ria entre 30 e 59 anos e, um pouco menor, na faixa dos 60 aos 69 anos.

Entre 30 e 69 anos, foram 41.225 mortes no m�s de mar�o, e outras 44.516 no m�s de abril. O m�s foi o segundo no ranking de mortes no Brasil deste o in�cio da pandemia, ficando atr�s somente de mar�o.

 Brisa com o irmão Raphael, vítima da COVID-19 aos 32 anos:
Brisa com o irm�o Raphael, v�tima da COVID-19 aos 32 anos: "Era um menino brilhante, muito sonhador, muito alegre, muito querido", conta ela (foto: ARQUIVO PESSOAL)

 
A faixa et�ria que registrou o maior percentual de aumento em rela��o � m�dia desde o in�cio da pandemia foi a da popula��o entre 40 e 49 anos, um crescimento de 57% no n�mero de �bitos em abril na compara��o com o per�odo que vai de mar�o de 2020 a mar�o de 2021.

Na sequ�ncia, a faixa et�ria que vai dos 30 aos 39 anos viu o aumento do n�mero de �bitos crescer 56%. Outra faixa et�ria que registrou crescimento foi a de pessoas entre 50 e 59 anos, com �bitos aumentando 54% em rela��o � m�dia desde o come�o da pandemia, e passando de 12.070 em mar�o para 13.409 em abril.
 
Ainda em crescimento, mas em patamares inferiores, as mortes por COVID-19 entre a popula��o entre 60 e 69 anos registrou aumento de 22% em rela��o � m�dia dessa faixa de idade no per�odo, e um aumento de �bitos menor em rela��o �s demais idades, passando de 18.755 em mar�o para 19.876 em abril.

Nas demais faixas et�rias – j� vacinadas, segundo as diretrizes do Programa Nacional de Imuniza��o (PNI), o n�mero de �bitos caiu em rela��o � m�dia desde o in�cio da pandemia. O recuo foi de 8% na faixa entre 70 e 79 anos, 52% entre 80 e 89 anos, e 65% na popula��o entre 90 e 99 anos.


RANKING ESTADUAL


Todos os estados brasileiros registraram aumento de �bitos de pessoas com idades entre 40 e 49 anos na compara��o com a m�dia dessa faixa desde o in�cio da pandemia. � frente do ranking est� o Rio Grande do Norte, onde o n�mero de mortes de pessoas nesse segmento da popula��o cresceu 154%, seguido por Santa Catarina (118%) e Sergipe (101%).

Nas listas de estados com maiores crescimentos, Minas Gerais s� aparece no ranking da faixa et�ria entre 30 e 39 anos, em oitavo lugar, com alta de 67%. Entre 50 e 59 anos, os maiores aumentos foram nos estados do Rio Grande do Norte (152%), Par� (105%), Rio Grande do Sul (80%) e Acre (73%).


FALTAM DOSES


O epidemiologista Geraldo Cury explica que, apesar da efetividade dos imunizantes, o Brasil tem uma situa��o particular em rela��o � campanha contra a COVID-19.

“O que a gente observa � que a vacina consegue reduzir mortes e casos graves da doen�a, isso sabemos com toda certeza. O grande problema do Brasil � que as vacinas n�o foram contratadas e n�o temos doses suficientes”, adverte.
 
O especialista ressaltou que, como os mais idosos foram priorizados, � normal que a mortalidade entre eles seja mais baixa daqui pra frente. Por outro lado, os mais jovens t�m como �nica solu��o, enquanto aguardam a vez na fila, continuar com o uso de m�scara, evitar aglomera��o, praticar o distanciamento e fazer a higiene das m�os.

“Se esse grupo n�o fizer isso, vai continuar morrendo e muito. Ao lado de n�o terem ainda tomarem a vacina tem o comportamento social desastroso que est�o tendo. A exposi��o excessiva, a aglomera��o, a falta de m�scara, gera risco maior porque a pessoa pode pegar maior carga viral nessas situa��es”, alertou.

DOR QUE N�O PASSA


Quem perde uma pessoa para a doen�a sabe a dor que se espalha na falta da vacina. A cantora Brisa Tauana Ribeiro de Almeida, de 31 anos, fazia dupla com o irm�o, Raphael Wauster Almeida, de 32, v�tima do coronav�rus. “Era um menino brilhante, muito sonhador, muito alegre, muito querido, cheio de planos, tinha acabado de se noivar. Eu perdi meu irm�o, parceiro de trabalho. A vacina � a sensa��o de que temos a chance de n�o perder mais ningu�m”, afirma.
 
Ela tamb�m perdeu uma tia, Marli Francisca, de 58, e ainda chora pelas mortes de vizinhos e outros amigos. Com a esperan�a depositada na vacina��o, Tauana conta que hoje ser� dia de vacinar a m�e. “A gente perdeu pessoas jovens, minha m�e tamb�m perdeu um sobrinho de 36 anos. A gente convive com o medo de perder mais algu�m. Quando a gente encara de frente a dor de enfrentar a COVID, tudo que a gente quer � a vacina”, conclui.


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