
Hoje, oito fam�lias permanecem no terreno, j� em casas de alvenaria.
O MOB-MG atua no apoio tanto das fam�lias que permanecem l�, quanto das que sa�ram, com doa��o de alimentos e cuidados com a horta que foi feita na ocupa��o.
De acordo com Fernanda, as telhas doadas pertenciam a uma escola estadual – que, segundo ela, preferiu n�o ser identificada. Eram 20 mil pe�as que foram trocadas durante uma reforma.
De acordo com Fernanda, as telhas doadas pertenciam a uma escola estadual – que, segundo ela, preferiu n�o ser identificada. Eram 20 mil pe�as que foram trocadas durante uma reforma.
As telhas foram transportadas para um terreno na Rua Bimbarra, no Bairro Calafate, a cinco minutos da ocupa��o. O objetivo era vend�-las para que o valor fosse revertido �s fam�lias. Estavam no local havia tr�s meses e, h� um m�s, foram anunciadas em um site de compra e venda.
“As telhas seriam vendidas, a princ�pio. Achamos um comprador para quase todas. O dinheiro seria para cestas b�sicas e a horta”, explicou Fernanda.
“As telhas seriam vendidas, a princ�pio. Achamos um comprador para quase todas. O dinheiro seria para cestas b�sicas e a horta”, explicou Fernanda.
Na ter�a-feira, o material foi recolhido. “(Os moradores) ligaram assustados, falando ‘gente, tem pol�cia aqui’. Era por volta das 8h. Chegaram sem dar muita explica��o. Eram 20 mil telhas, eles deixaram 1,5 mil”, detalhou.
No mesmo dia, foi divulgada uma nota sobre o caso, assinada pelo MOB-MG, pela Comiss�o Pastoral da Terra (CPT) e pelo Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA).
Em nome dos moradores da ocupa��o, os integrantes dos grupos exigiam a devolu��o imediata das telhas e retrata��o por parte dos agentes p�blicos.
Em nome dos moradores da ocupa��o, os integrantes dos grupos exigiam a devolu��o imediata das telhas e retrata��o por parte dos agentes p�blicos.
Procurada na quarta-feira (16/6), a Prefeitura de Belo Horizonte informou ao Estado de Minas que os fiscais haviam prestado apenas apoio operacional � a��o da Pol�cia Militar.
A PM respondeu a reportagem com uma nota enviada �s 21h25 dessa quarta-feira (16/6). A corpora��o afirma que compareceu ao local ap�s den�ncias de moradores da regi�o, que reclamavam que, al�m das telhas, havia outros materiais dispostos de forma irregular.
Para a pol�cia, eles seriam usados como barricadas.
Leia a nota:
Para a pol�cia, eles seriam usados como barricadas.
Leia a nota:
“A Pol�cia Militar de Minas Gerais, por interm�dio do Comando de Policiamento da Capital, em nota, esclarece que desconhece a a��o mencionada na comunidade Vila Fazendinha.
A Pol�cia Militar foi acionada por moradores da comunidade Bimbarra, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte, na data de ontem, para verificar as circunst�ncias sobre a disposi��o irregular de materiais em via p�blica, tais como paletes quebrados, telhas, madeiras, e que estariam impedindo a passagem de pedestres e residentes da localidade, gerando receio e insatisfa��o social.
A Pol�cia Militar foi acionada por moradores da comunidade Bimbarra, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte, na data de ontem, para verificar as circunst�ncias sobre a disposi��o irregular de materiais em via p�blica, tais como paletes quebrados, telhas, madeiras, e que estariam impedindo a passagem de pedestres e residentes da localidade, gerando receio e insatisfa��o social.
Ap�s a avalia��o pela Pol�cia Militar, constatou-se que esses materiais eram usados como verdadeiras barricadas no sentido de impedir o acesso policial e do pr�prio Estado no atendimento das ocorr�ncias em prol daquela comunidade, nas suas mais diversas necessidades.
Assim, a pedido dos pr�prios moradores, foi realizada uma opera��o conjunta com a fiscaliza��o da prefeitura municipal para a remo��o dos citados objetos, que encontravam-se em via p�blica. Inclusive, as condi��es em que estavam eram prop�cias � prolifera��o de v�rias pragas urbanas.
Por fim, cumpre dizer, que nenhum material foi removido de propriedade particular.”

A Pol�cia Militar tamb�m enviou ao EM fotos de fiscais carregando um caminh�o na Rua Bimbarra com peda�os de m�veis e galhos. As telhas n�o est�o vis�veis.
O movimento nega que as telhas estivessem na rua e que elas seriam usadas para obstruir a via.
“A gente desconhece qualquer uso dessas telhas para barricadas, nunca existiu isso, at� porque n�o tinha nenhuma a��o pol�tica no momento”, disse Fernanda Vieira, refor�ando que as telhas estavam em um lote fora do passeio, como mostra uma foto enviada pela organiza��o, das pe�as que restaram.

Segundo ela, a pol�cia e os fiscais disseram aos moradores da ocupa��o que voltariam para busc�-las tamb�m.
Fernanda tamb�m diz que, se a situa��o estava irregular, eles deviam ter sido procurados para mudar os materiais de lugar antes do recolhimento.
“Eu gostaria que fosse enfatizado que a doa��o das telhas com o valor j� estava organizada para a compra das cestas b�sicas. Estamos ajudando essas fam�lias, principalmente na pandemia. A gente dava um jeito de tirar as telhas de l� e mudar para outro lugar. Estavam bem cuidadas. A gente precisa dessas telhas de volta”, pediu a integrante do MOB-MG.
Reuni�o na Defensoria P�blica
Ainda segundo Fernanda Vieira, eles acionaram a Defensoria P�blica de Minas Gerais, onde devem participar de uma reuni�o na semana que vem.
A vereadora Bella Gon�alves (PSOL) tamb�m encaminhou um requerimento ao presidente da Comiss�o de Direitos Humanos sobre o caso.
A vereadora Bella Gon�alves (PSOL) tamb�m encaminhou um requerimento ao presidente da Comiss�o de Direitos Humanos sobre o caso.
“N�s tomamos conhecimento de que a prefeitura, atrav�s da subsecretaria de fiscaliza��o, e com apoio de for�a policial, retirou e levou embora 20 mil telhas da Vila Fazendinha, sem qualquer explica��o", disse a vereadora.
"A gente entrou com pedido na Comiss�o de Direitos Humanos com uma explica��o em rela��o a isso, porque as telhas s�o dos moradores e eles estavam utilizando isso para melhoria de suas casas. S�o fam�lias de baixa renda e nada justifica uma atua��o t�o arbitr�ria da fiscaliza��o", explica a vereadora.
Segundo Bella, a ocupa��o est� sofrendo repres�lias desde o in�cio do ano, quando parte da comunidade foi despejada.
"A Vila Fazendinha vem sofrendo uma s�rie de repres�lias por parte dos �rg�os policiais e, tamb�m, de fiscaliza��o desde o in�cio do ano, quando houve um despejo em parte da comunidade. N�s vamos fazer esses pedidos e essa interven��o de den�ncia, atrav�s da Comiss�o de Direitos Humanos", finaliza Bella Gon�alves.
"A Vila Fazendinha vem sofrendo uma s�rie de repres�lias por parte dos �rg�os policiais e, tamb�m, de fiscaliza��o desde o in�cio do ano, quando houve um despejo em parte da comunidade. N�s vamos fazer esses pedidos e essa interven��o de den�ncia, atrav�s da Comiss�o de Direitos Humanos", finaliza Bella Gon�alves.
*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Kelen Cristina