
O barramento operado pela Vale em Vargem Grande � o sexto da empresa a ser descaracterizado desde 2019. Apesar de n�o apresentar n�vel de emerg�ncia indicativo de instabilidade, a constru��o precisou ser desmantelada por ter sido alteada pelo m�todo a montante, o mesmo utilizado nas estruturas rompidas de Mariana (Barragem do Fund�o) e Brumadinho (Barragem B1, da Mina C�rrego do Feij�o).
O sistema de alteamento a montante foi banido pela nova legisla��o miner�ria por ser considerado inseguro, mesmo com as garantias de estabilidade.
De acordo com a Vale, com a descaracteriza��o, a estrutura perdeu a fun��o de armazenamento de rejeitos e �gua, sendo reintegrada ao ambiente local e n�o possuindo mais caracter�sticas de barragem de minera��o.
"A conclus�o das obras de descaracteriza��o ainda ser� avaliada pelos �rg�os competentes. A descaracteriza��o das barragens a montante � um compromisso assumido pela Vale para aumentar a seguran�a das comunidades e das opera��es", informa a empresa.

Um canal central de drenagem foi implantado para o escoamento das �guas em per�odos chuvosos. A �rea que antes retinha rejeitos agora est� revegetada.
A Vale destaca que esse trabalho gerou cerca de 540 empregos diretos, a maioria proveniente da regi�o de Nova Lima. As obras ainda ser�o avaliadas pelos �rg�os competentes, como o Minist�rio P�blico, a Secretraria de estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad) e Ag�ncia Nacional de Minera��o (ANM).
A descaracteriza��o das barragens a montante � uma obriga��o legal de todas as mineradoras. Desde 2019, a Vale conseguiu descaracterizar e reintegrar os reservat�rios 8B, na mina de �guas Claras, em Nova Lima, seguida por tr�s estruturas no Par�. A descaracteriza��o do dique Rio do Peixe, em Itabira, tamb�m est� conclu�da e a barragem Fernandinho � a mais recente.
Por si s�, os rejeitos contidos na Barragem de Fernandinho n�o representavam amea�a ao Rio das Velhas, o principal manancial de abastecimento da Grande BH. Contudo, o barramento vizinho, de Vargem Grande, chegou a entrar em n�vel 2 do programa de seguran�a, por apresentar problemas n�o sanados por interven��es, em fevereiro de 2019, semanas depois do rompimento da Barragem B1 da Mina C�rrego do Feij�o, em Brumadinho.
Em caso de rompimento, os rejeitos de Vargem Grande poderiam ocasionar a ruptura da vizinha Fernandinho, interrompendo segmentos da rodovia BR-356, a principal liga��o entre Ouro Preto e Belo Horizonte. No caminho da lama, seria engolida a Lagoa das Codornas e o Rio do Peixe, em um trajeto de 23 quil�metros que findaria no Rio das Velhas.

�reas evacuadas
Na �ltima segunda-feira (05/07), como adiantou o Estado de Minas, a Vale anunciou ter iniciado o processo de descaracteriza��o da Barragem Sul Superior, operada em Bar�o de Cocais, no complexo de Gongo Soco. Desde o dia 8 de fevereiro de 2019, quando a barragem foi considerada com n�vel 3 de emerg�ncia, ou seja, com risco iminente de rompimento, 200 pessoas foram evacuadas da chamada Zona de Autossalvamento (ZAS) desse barramento e se encontram vivendo em moradias providenciadas pela mineradora.
O barramento situado no munic�pio da Regi�o Central de Minas Gerais, a 96 quil�metros de Belo Horizonte, tem 85 metros de altura e ret�m 6 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de min�rio de ferro (2/3 do que despejou a barragem rompida em Brumadinho).
No mesmo dia do an�ncio da descaracteriza��o em Bar�o de Cocais, a mineradora afirmou que o mesmo processo avan�ou em Nova Lima, com a remo��o de rejeitos de min�rio de ferro sendo feita na Barragem B3/B4 do complexo miner�rio de Mar Azul. A estrutura tamb�m se encontra em n�vel 3, com risco iminente de ruptura, e obrigou, desde 16 de fevereiro de 2019, que 118 fam�lias deixassem o povoado tur�stico de Macacos.
Em caso de rompimento, os 2,7 milh�es de metros c�bicos (m3) - cerca de um ter�o do volume que se desprendeu da Barragem B1, em Brumadinho - de rejeitos da B3/B4 levariam pouco mais de 15 minutos para chegar a Macacos.