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Estado de Minas SUL DE MINAS

Depois de 68 dias na UTI, paciente agora luta contra as sequelas da COVID

Daniel da Silva, de 43 anos, n�o tinha comorbidades. Sofreu uma isquemia no per�odo de quase 90 dias em que esteve internado e ainda n�o consegue andar e falar


14/07/2021 14:35 - atualizado 14/07/2021 15:18

Daniel começou a apresentar melhoras; o papel da sua esposa e duas filhas tem sido fundamental nesse processo (foto: Terra do Mandu)
Daniel come�ou a apresentar melhoras; o papel da sua esposa e duas filhas tem sido fundamental nesse processo (foto: Terra do Mandu)
Al�m de superar a COVID-19, muitos pacientes t�m outra luta �rdua depois da alta hospitalar: contra as sequelas deixadas pela doen�a. Foi o que aconteceu com o operador de m�quinas Daniel da Silva, de 43 anos, que foi infectado pela doen�a em mar�o desse ano e permaneceu quase 70 dias internado na UTI.

Ele tinha uma vida ativa, alimenta��o saud�vel, mas quando procurou o pronto atendimento, em Borda da Mata, no Sul de Minas, precisou ficar no oxig�nio e, posteriormente, ser transferido para Pouso Alegre. 

“Quando conseguimos uma vaga aqui em Pouso Alegre, ele j� chegou com parada, saturando muito, e teve que ser intubado na porta. Foram 68 dias na UTI, tr�s paradas cardiorrespirat�rias, transfus�es de sangue, todas as complica��es de uma UTI. Na segunda parada que ele teve, os m�dicos desenganaram o Daniel. Falaram que ele estava entrando em fal�ncia m�ltipla de �rg�os. Foi um momento muito dif�cil, mas eu tinha muita for�a, muita f� que ele ia sair ”, conta a esposa de Daniel, C�lia Regina de Souza.


Depois de ficar 68 dias na UTI e 18 dias no quarto, Daniel voltou para casa. Mas durante o per�odo em que esteve internado, ele teve uma isquemia, que causou um comprometimento neurol�gico e deixou algumas sequelas. Daniel pesava 83kg, hoje est� com 51kg. Ele ainda n�o consegue andar, nem falar.

“Por conta das paradas, ele sofreu isquemia hip�xica, que � a falta de oxig�nio no c�rebro. Os m�dicos falam pra mim que tem que esperar. Ele vai ter sequelas, mas n�o se sabe ainda o que vai ficar de sequelas, porque ele tem que se recuperar do p�s-COVID para poder evoluir e ver o que vai precisar ser trabalhado”, explica a esposa.

Daniel Silva e a família antes de ser infectado pelo coronavírus(foto: Arquivo pessoal)
Daniel Silva e a fam�lia antes de ser infectado pelo coronav�rus (foto: Arquivo pessoal)


C�lia e suas duas filhas – uma de 6 anos e outra de 10 – precisaram se mudar de Borda da Mata para Pouso Alegre, j� que Daniel ficou muito tempo hospitalizado no munic�pio. Hoje, a fam�lia mora na casa de um tio de C�lia, que faleceu h� cerca de dois meses. Ela tamb�m tem outros parentes em Pouso Alegre.

Tratamento p�s-COVID

Daniel da Silva est� com traqueostomia e ainda precisa usar oxig�nio durante o dia e, �s vezes, � noite. Mas ele j� come�ou a apresentar melhoras, e o papel da sua esposa e duas filhas tem sido fundamental nesse processo. Daniel j� consegue interagir com as crian�as, tenta tocar viol�o e at� mesmo falar.

“As crian�as s�o fundamentais. A Allane (10 anos) � muito carinhosa. Toda hora fica na cama com ele: “Papai te amo, papai vamos ter for�a”. A Valentina (6 anos) alisa ele. Trocam carinhos o dia inteiro. Elas pegam bolinha e falam pra ele pegar, fica animando ele. Essa ideia do viol�o foi dela, que pegou e colocou na m�o dele”, conta C�lia Regina.

Allane, de 10 anos, não se cansa de fazer carinho no pai, Daniel(foto: Terra do Mandu)
Allane, de 10 anos, n�o se cansa de fazer carinho no pai, Daniel (foto: Terra do Mandu)


A t�cnica de enfermagem Josiane Donizete dos Santos acompanha o Daniel desde o per�odo em que ele estava internado no hospital, e segue auxiliando a fam�lia: “L� [hospital] ele teve v�rios epis�dios. Melhorava, quando via tinha paradas, regredia, n�?! E depois foi indo e, gra�as a Deus, ele conseguiu se recuperar. � gratificante ver a evolu��o dele com a fam�lia. � muito importante o contato com as filhas, com a esposa”, afirma Josiane Donizete.


Quest�o financeira � outro desafio

O principal desafio nesse momento tem sido comprar os medicamentos e materiais para curativos. O Daniel est� afastado do trabalho at� 2023, mas o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ainda n�o liberou o aux�lio-doen�a para esposa. Al�m disso, C�lia teve que deixar o emprego para cuidar do marido.

“Foi feita a per�cia na UTI, e afastaram ele at� 2023. Agora eu tenho que entrar como procuradora dele, porque o Daniel depende de mim pra tudo. E at� agora nada. Eu entro no Meu INSS e d� pendente a situa��o, sendo que eu j� levei todos os documentos, tudo que eles solicitaram eu j� enviei, e d� que est� em an�lise. Eu dependo de ajuda, n�?! Como eu n�o tenho um dinheiro fixo, as pessoas t�m me ajudado. Meu tio, minha irm�, minha sogra. Fome, gra�as a Deus, aqui em casa a gente nunca passou. Mas a quest�o hospitalar que o Daniel depende – medicamentos, fraldas, gazes – tudo � caro. Pra mim � muito caro, porque n�o tenho da onde tirar”, diz a esposa.

Al�m da ajuda de amigos e familiares, a empresa em que o Daniel trabalha h� quatro anos tamb�m tem dado suporte � fam�lia nesse momento delicado.

“Eles foram fundamentais. Deixaram o quarto pronto para receber o Daniel, me ajudaram em primeira m�o com as fraldas, porque eu n�o tinha pra sair do hospital. Me ajudaram muito”, agradece C�lia Regina.

Conscientiza��o sobre a COVID-19

C�lia Regina alerta sobre a gravidade da doen�a. Ela explica que o esposo n�o tinha doen�as pr�-existentes, se alimentava bem e, mesmo assim, teve complica��es da COVID-19.

“O Daniel n�o tinha comorbidades, era bem ativo, tinha uma alimenta��o regrada, era vegetariano. Essa doen�a n�o escolhe, e deixou meu marido do jeito que ele est�. Ent�o n�o brinca. � muito s�rio, � muito grave”, destaca a esposa.

Inclusive C�lia criou um perfil no Instagram (@daniel_celinha.recuperacao) para conscientizar as pessoas sobre a doen�a e tamb�m para apoiar quem enfrenta a mesma situa��o, mostrando como est� a recupera��o do Daniel.

 “Foi pra conscientizar sobre a COVID, o p�s-COVID grave e tudo o que ele causa na vida da gente, e pra estar ajudando [outras pessoas]. Porque eu sei que as UTIs est�o cheias, ent�o tem muita mulher e marido na mesma situa��o do que eu passei. E pra dar for�a, pra voc� ter f�. A gente p�e Deus na frente, ora, ergue a cabe�a e vamos. Porque vai dar certo, eu tenho f� nisso”, destaca C�lia Regina.

* Gabriella Starneck - Especial para o EM

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