
Internado h� 30 dias no hospital Santa Casa de Miseric�rdia da cidade, Trajano deu entrada na unidade para ser submetido a uma angioplastia.
“Durante a realiza��o de exames pr�-operat�rios, a infec��o por COVID-19 foi confirmada. Na UTI, ele foi intubado e n�o resistiu ap�s uma parada card�aca”, contou Oswaldo Braga, que foi companheiro de Trajano por 30 anos, em entrevista ao Estado de Minas.
“O Marco estava muito animado para se vacinar, mas infelizmente n�o deu tempo. Ele foi mais uma v�tima de um governo irrespons�vel na compra de vacinas”, criticou.
“Ele era um l�der! Brigou muito pelo direito de ser quem ele �! Ele se emocionava com a dor dos outros e, ao mesmo tempo, brigava por essas pessoas”, relatou Oswaldo, destacando que o MGM, criado por ele e Marco nos anos 2000, surgiu diante da necessidade que ambos tinham de criar uma rede de assist�ncia � popula��o LBGTQIA+.

No mesmo ano em que nasceu o Movimento Gay de Minas, a Lei Municipal 9.791 foi sancionada em Juiz de Fora. Popularmente conhecida como Lei Rosa, a nova legisla��o foi um marco no munic�pio em rela��o ao combate �s pr�ticas discriminat�rias por orienta��o sexual.
“Ele foi um dos grandes articuladores dessa iniciativa. O Marco ajudou a redigir o texto da lei”, destacou Oswaldo, refor�ando a luta constante de seu companheiro a favor do exerc�cio pleno da cidadania.
“Era pelo direito de beijar"
Nesse sentido, conforme revela Oswaldo, Marco assumia nas manifesta��es p�blicas de amor e afeto muito mais do que as trocas de olhares e os toques entre duas pessoas apaixonadas. O ato de demonstrar – a c�u aberto – o amor que ele sentia era, sobretudo, um discurso a favor da liberdade.
“Era pelo direito de beijar. N�s nos beijamos em p�blico milhares de vezes”, afirma o ex-companheiro de Marco, deixando claro que os beijos eram tamb�m um ato de resist�ncia contra o preconceito.
E v�rias dessas demonstra��es de amor para quem quisesse ver ficaram registradas nas fotografias em cima dos trios el�tricos que cortavam a Avenida Bar�o do Rio Branco, no Centro de Juiz de Fora, durante a tradicional Parada Gay. “A de 2006 foi hist�rica, pois contou com cerca de 200 mil pessoas”, relembra.

Marco Trajano participou ativamente da organiza��o das edi��es do Rainbow Fest – evento do MGM que, por muitos anos, contou com palestras, semin�rios, exposi��es, cinema e muitas outras manifesta��es culturais. A atividade sempre antecedeu a realiza��o da Parada Gay.
Manifesta��es de pesar
O Movimento de Colabora��o LGBTQIA+ do Partido Democr�tico Trabalhista (PDT) – no qual Marco Trajano atuava como coordenador nacional – emitiu um comunicado nas redes sociais.
“Juiz de Fora perde seu brilho, sua garra e sua persist�ncia na constru��o do Rainbow Fest. � frente do Movimento Gay de Minas, Marco construiu uma brava resist�ncia e coloriu n�o s� Minas Gerais, mas o Brasil, o pa�s que aprendeu a te amar”, diz o PDT em nota.
O partido relembra ainda o momento no qual o ativista iniciou os trabalhos em prol da comunidade LGBTQIA+. “Um amigo incompar�vel e um guerreiro (...). N�o pensou duas vezes quando recebeu o convite para nos auxiliar na constru��o do PDT Diversidade. Por isso lhe entregamos esta homenagem”.
A Funda��o Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), mantida pela Prefeitura de Juiz de Fora, tamb�m publicou uma nota nas redes sociais lamentando a morte do ativista.
“A Funalfa lamenta o falecimento de Marco Trajano, servidor p�blico de carreira da PJF e ativista dos direitos LGBTQIA+. Aos familiares e amigos, nossos sentimentos. A Marco, querido amigo, gratid�o pela grande contribui��o com a cultura e defesa de direitos em Juiz de Fora. Descanse em paz, Marco!”
O sepultamento de Marco Trajano aconteceu na tarde deste domingo (18/7), no Cemit�rio Municipal. Seguindo os protocolos sanit�rios em decorr�ncia da pandemia de COVID-19, a cerim�nia foi realizada de forma restrita, sendo permitida a presen�a de oito pessoas.
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