O Hospital da Baleia, em Belo Horizonte, ficar� com R$ 9,5 milh�es. As fatias que cabem a cada entidade beneficiada ser�o entregues em tr�s parcelas. O dinheiro chegar� � casa de sa�de em boa hora, ajudando a ampliar os atendimentos de hemodi�lise. A ideia � iniciar obras de melhorias na infraestrutura do centro de nefrologia, al�m da aquisi��o de equipamentos e m�veis.
Tereza Paes, diretora-presidente da institui��o, cr� que a inje��o pode ajudar a diminuir a fila de espera dos pacientes que precisam filtrar o sangue. "Vamos passar de 70 cadeiras de hemodi�lise, em tr�s turnos, para 105 cadeiras. Isso vai representar 100 mil sess�es por ano. � um n�mero muito expressivo, que vai poder ajudar muita gente. O paciente com problema renal cr�nico, ou faz hemodi�lise, ou vai para o transplante", disse ela.
Para o Hospital M�rio Penna, tamb�m na capital mineira, ir�o R$ 5 milh�es. Refer�ncia em acolhimento de pessoas com c�ncer, o local faz cerca de 1 mil atendimentos ao dia. Com o surto de COVID-19, a unidade passou a atender casos suspeitos da infec��o.
"Durante a pandemia, tivemos que paralisar parte do atendimento oncol�gico, que ser� retomado agora", esperan�a Marco Ant�nio Leite, presidente da casa de sa�de.
Assist�ncia social e acolhimento
A Rede Cuidar, que sustenta os programas ligados ao Sistema �nico de Assist�ncia Social (SUAS), foi contemplada com R$ 25 milh�es. Em tempos de subfinanciamento, a verba extraordin�ria � sin�nimo de f�lego.
"Os gestores municipais est�o isolados pela aus�ncia dos governos federal e estadual, que s�o correspons�veis pela pol�tica de assist�ncia social", lamentou o vice-presidente do Colegiado Estadual de Gestores Municipais de Assist�ncia Social, Jos� Crus.
Para auxiliar as pessoas sem moradia, v�o ser encaminhados R$ 5 milh�es ao Comit� Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Pol�tica Estadual para a Popula��o em Situa��o de Rua (Comit� PopRua), ligado ao poder Executivo estadual. O grupo vai definir a destina��o do dinheiro em conjunto com o governo, mas a defesa � por pol�ticas p�blicas que auxiliem os acolhidos na retomada da dignidade.
O pensamento, segundo Cristina Bove, da coordena��o da Pastoral do Povo de Rua, � articular programas que, al�m de ajudar a emancipar os que n�o t�m lar, proporcionem alguma humanidade aos desamparados.
"A grande aus�ncia � de recursos para pol�ticas de habita��o e incentivos ao trabalho e renda. S�o dois eixos priorit�rios. H� outro, que � a higieniza��o das cidades: em todas elas, temos visto a retirada compuls�ria de pessoas (das ruas). A gente entende que, em vez disso, tem que ser dadas oportunidades. Inclusive, possibilidades de higieniza��o e �gua pot�vel. Isso traz dignidade", pediu.
Cristina lembrou que os impactos econ�micos da pandemia levaram muitos cidad�os ao desalento. "� incont�vel o n�mero de pessoas que t�m ido para as ruas por causa da retra��o do trabalho formal e do desemprego. Isso tira a capacidade de pagar o aluguel. Em todas as cidades, h� crescimento da popula��o de rua, vivendo em situa��o de extrema vulnerabilidade".
Para catadores, dinheiro � esperan�a de regulariza��o
Outros R$ 10 milh�es ser�o empenhados nos pagamentos do Bolsa Reciclagem, verba que incentiva as associa��es e cooperativas de catadores. O aux�lio � fundamental para os trabalhadores que separam materiais como vidro, papel, pl�stico e metal.
Luiz Henrique Silva, da Coordena��o do Movimento Nacional dos Catadores, projeta a regulariza��o dos repasses. De acordo com ele, a verba do acordo com a Vale vai zerar as d�vidas do poder p�blico com boa parte das associa��es do setor.
"A maioria das cooperativas de catadores teve que ser fechada devido ao risco (de contamina��o). A situa��o, que j� era cr�tica, ficou ca�tica. Os �ndices (da COVID-19) v�m melhorando nos munic�pios e, gradativamente, vamos voltando ao trabalho, mas a situa��o ainda est� muito dif�cil", salientou.
Na UFMG, estudos de vacina em foco
Neste m�s, a UFMG pediu � Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) autoriza��o para in�cio dos testes da Spintec. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) j� repassou R$ 30 milh�es para as fases iniciais. O dinheiro vindo do acordo com a Vale pode ajudar na terceira etapa. Segundo a reitora da universidade, Sandra Goulart, ainda n�o h� prazo para resposta da ag�ncia reguladora.
"Nossa equipe est� conversando com a Anvisa e providenciando as informa��es. � algo que leva tempo, mesmo, pela responsabilidade que a Anvisa, uma institui��o muito s�ria e respons�vel, tem. A gente aguarda, mas enquanto isso, vamos preparando todos os estudos e o que precisa ser feito. N�o estamos parados, mas trabalhando em outras frentes", explicou.
Dos R$ 37,68 bilh�es pagos pela mineradora, a Assembleia precisou analisar a destina��o de R$ 11,06 bilh�es. Trata-se de parcela que entrou diretamente nos cofres p�blicos e, por isso, necessitava de aval legislativo. O restante da indeniza��o vai ser aplicado em a��es de repara��o �s comunidades atingidas.