
Estavam presentes na vistoria a diretora de Patrim�nio Cultural e Arquivo P�blico da Funda��o Municipal de Cultura, Fran�oise Jean de Oliveira Souza, o vereador Gabriel Avezedo (sem partido), representante da C�mara no Conselho Deliberativo do Patrim�nio de Belo Horizonte, representantes do Minist�rio P�blico de Minas Gerais e moradores do edif�cio.
Eles percorreram v�rios andares do pr�dio, para visualizar as caracter�sticas do projeto original feito pelo arquiteto Oscar Niemeyer, em 1952. O edif�cio passou a receber moradores em 1971.
A comiss�o entrou em alguns apartamentos, vistoriou corredores, a parte de cima e de baixo do edif�cio, al�m das �reas comuns. Tudo foi fotografado para ser registrado no processo administrativo para tombamento do pr�dio, que foi aberto em 2007 e est� na fase de instru��o.
A prote��o provis�ria veda qualquer altera��o, reparo, pintura ou restaura��o e a coloca��o de an�ncios ou cartazes na fachada. Toda e qualquer interven��o deve ser submetida � aprecia��o e autoriza��o pr�via do Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural de Belo Horizonte (CDPC-BH).
Primeiro contato da equipe e pr�ximas etapas
A diretora de Patrim�nio Cultural e Arquivo P�blico da Funda��o Municipal de Cultura, Fran�oise Jean de Oliveira Souza, explica que esta foi apenas a primeira visita da equipe respons�vel pelo projeto.
"Como o condom�nio � muito grande precisaremos fazer v�rias visitas. Essa primeira � mais para a equipe envolvida no projeto, os arquitetos e historiadores da Diretoria de Patrim�nio ficarem um pouco mais familiarizados com o agenciamento do edif�cio."
Segundo ela, o objetivo dessa vistoria inicial � entender o projeto.
“� um projeto muito complexo, que prev� resid�ncia, hotel, restaurante, boate. Esse primeiro contato � para o reconhecimento dessa organiza��o interna do condom�nio, dos apartamentos, dos diversos padr�es e modelos de apartamento.”
“� medida que formos construindo esse hist�rico e essa caracteriza��o, vamos voltar aqui para identificar os problemas. O que vai ser revertido, o que precisar permanecer, as �reas mais emergenciais, o que vai precisar de recupera��o, de restaura��o”, completa.
A diretora conta que o grupo n�o visitou as �reas que considera mais problem�ticas, mas ficou surpresa com a conserva��o do local.
“A �rea de circula��o dos apartamentos est� bem conservada, me surpreendi. Achei que estaria pior para um edif�cio com a idade que tem. Identificamos alguns pontos que vamos precisar conversar depois com o condom�nio, fazer algumas negocia��es. Mas, de maneira geral, por enquanto, achei bem satisfat�rio.”

O pr�ximo passo no processo de tombamento, de acordo com ela, s�o os projetos. “Vamos pegar os projetos originais, fazer uma descri��o e comparar o que havia originalmente e o que existe hoje e que sofreu altera��o. Depois, vamos escrever um hist�rico da edifica��o e, em um pr�ximo momento, vamos discutir as diretrizes de prote��o.”
Nessa diretrizes � determinado o que precisa ser recuperado, o que foi alterado por quest�es de viabilidade de uso.
“Vamos permitir que permane�a, que n�o precisa ser revertido tal como no projeto original. � um momento em que vamos precisar ter um di�logo maior com os moradores e com o condom�nio, para construir esse conjunto de diretrizes que vai nortear a partir do tombamento, todas as interven��es que ser�o feitas no condom�nio.”
Ap�s essa etapa, todas as informa��es ser�o consolidadas em um dossi� que ser� apresentado para o Conselho do Patrim�nio de Belo Horizonte. A previs�o da comiss�o � encaminhar a documenta��o para an�lise do conselho j� em dezembro.
“E virar o ano com o condom�nio tombado. Estamos fazendo uma for�a tarefa para concluir”, afirma a diretora.
�rea de lazer
No projeto original, deveriam funcionar no edif�cio um museu de arte moderna - um espa�o elevado, segundo moradores, com entrada independente pela Rua dos Timbiras - reparti��es p�blicas, hotel, cinema, restaurante, com�rcio e servi�os.
No lugar em que deveria funcionar o museu, foi instalada a Secretaria de Seguran�a P�blica e, atualmente, o espa�o pertence � Pol�cia Civil. Os moradores, no entanto, sugerem que, na �rea, seja criado um mirante urbano JK.
O vereador Gabriel Azevedo afirma que pretende procurar o respons�vel pelo espa�o para um di�logo a respeito dessa demanda.
“Eu vou me reunir, depois, com o chefe da Pol�cia Civil, porque parte do pr�dio � de propriedade do �rg�o (espa�o onde deveria ser o museu, pelo projeto original). Vou conversar com eles para doa��o daqueles espa�o para o pr�dio como um todo, para ele ser usado para o seu devido fim, e come�armos a requalificar o pr�dio como um todo.”
Azevedo acredita que o tombamento vai acontecer sem muitas dificuldades.
“O pr�dio est� bem preservado, tirando a �rea p�blica que n�o chegou a ser feita na parte de baixo, a ideia das resid�ncias, dos duplex, t� tudo bem encaminhado. Acho que vamos avan�ar com isso e, em dezembro, vamos ter esse patrim�nio important�ssimo para a cidade.”

O vereador lembra que o edif�cio � uma das primeiras obras do modernismo, com a finalidade habitacional, que a cidade passou a ter a partir da d�cada de 50.
“Esse � um cap�tulo muito importante n�o s� de Belo Horizonte e de Minas, mas do Brasil. Ele � irm�o de um edif�cio em S�o Paulo, o Copan, que hoje tem muito uso residencial, comercial, � um �cone de S�o Paulo. Ambos t�m que ser tratados com muito carinho pela sociedade brasileira.”
Outro ponto ressaltado por ele, � a isen��o do pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), caso o tombamento seja concretizado.
“Tem muita vantagem para os moradores, que deixam de pagar IPTU, que � justo porque a� esse recurso passa a ser utilizado para manuten��o e requalifica��o de toda a �rea."
Moradores participaram da visita
A s�ndica do edif�cio, Maria Lima das Gra�as, n�o estava presente na vistoria e tamb�m n�o havia nenhum representante da administra��o. Apesar disso, eles apoiam o tombamento e destacaram um funcion�rio do pr�dio para acompanhar a vistoria.
“Foi uma visita preliminar para quem n�o conhecia o pr�dio poder conhecer. Para quem j� conhecia o pr�dio e alguma coisa mudou, ver o que foi alterado, para ver como est� agora. S� para todo mundo estar na mesma p�gina quando for falar de alguma �rea. Para fazer registro fotogr�fico de alguma �rea que n�o tem foto. Para todo mundo ver tanto o potencial do pr�dio quanto o estado em que ele est� agora ”, explicou um morador do edif�cio que faz parte da comiss�o.
Como existe uma disputa judicial entre a s�ndica e alguns moradores contr�rios a sua administra��o
, ele preferiu n�o ter seu nome divulgado para evitar pol�micas desnecess�rias neste momento.
Ele ainda ressaltou que um funcion�rio da administra��o acompanhou toda a vistoria.
“Ele ficou o tempo inteiro, abriu pra gente as �reas que s�o restritas. A administra��o mandou um funcion�rio, que ficou � nossa disposi��o a tarde inteira. Foi uma visita muito amig�vel entre todos os envolvidos no processo e um �timo primeiro passo”, concluiu.
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Eduardo Oliveira