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Estado de Minas PREJU�ZOS

Inc�ndios 'queimam' R$ 107,8 milh�es em seis anos s� em Minas

Estado ocupa a 3� posi��o em preju�zos provocados pelas chamas, que passaram de R$ 1 bi no Brasil desde 2016. Auge das perdas foi em 2019


23/11/2021 06:00 - atualizado 23/11/2021 07:57

Incêncio
Inc�ndio na mata da Baleia, em Belo Horizonte, um dos focos registrados neste ano em Minas, onde cada ponto de queima custa, em m�dia, R$ 1.729,28 (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press - 27/9/21)

Minas Gerais avan�a na temporada de chuvas ainda calculando perdas  causadas pelo fogo. O estado � o terceiro do pa�s que mais sofre preju�zos com os inc�ndios florestais. S� os danos diretos chegaram a R$ 107.853.950, entre 2016 e 2021, enquanto o Brasil registrou destrui��o pelas chamas estimada em R$ 1.157.390.779. Apesar de ter o sexto maior n�mero de focos de inc�ndio registrados no per�odo, o custo de cada ponto de queima no estado � tamb�m o quinto mais alto do Brasil, chegando a R$ 1.729,28, ou seja, 65% mais alto que a m�dia nacional, que � de R$ 1.048. Essa conta � o saldo negativo deixado ano ap�s ano pelas ocorr�ncias em per�odos de estiagem, que v�o de abril a setembro.

Os dados s�o de um estudo da Confedera��o Nacional dos Munic�pios (CNM) a partir de informa��es do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com os relatos de preju�zos de munic�pios � Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), que � quem confirma decretos de situa��o de emerg�ncia ou calamidade e tamb�m dos minist�rios do Desenvolvimento Regional, Meio Ambiente e da Ci�ncia e Tecnologia.
 
O ano de maior preju�zo devido aos inc�ndios florestais foi 2019, quando 11.653 focos de queima custaram a Minas Gerais R$ 107.350.000, quase a totalidade registrada na Sedec desde 2016. De forma geral, o pior ano do Brasil foi 2020, quando foram registrados 222.753 focos, mas o preju�zo associado mais alto ocorreu tamb�m em 2019, chegando a R$ 738,3 milh�es. O estado do Mato Grosso do Sul � o que mais preju�zos sofreu no per�odo observado, chegando a R$ 533,1 milh�es, ou 46% do total do Brasil. Em segundo fica o Mato Grosso, com R$ 304,2 milh�es. Minas Gerais, em terceiro, responde por 9,3% dos custos nacionais, seguido por S�o Paulo, com R$ 82 milh�es (7%).
 
Os dados da Sedec e do Minist�rio do Desenvolvimento Regional apontam que as atividades e setores que mais sofreram no Brasil foram a pecu�ria, com perdas da ordem de R$ 658.097.836, seguida por agricultura (R$ 144.038.050), custos de instala��es p�blicas danificadas e destru�das, num total de R$ 103.626.000, ind�stria, com R$ 50.218.320, habita��es danificadas ou destru�das, com R$ 17.583.012, servi�os, que responderam por R$ 9.818.800, obras de infraestrutura p�blica, com R$ 6.763.405, com�rcio, num total de R$ 6.382.701, assist�ncia m�dica emergencial, R$ 3.870.660 e abastecimento de �gua, com R$ 2.308.938 (confira os demais setores no quadro).
 
Quadro
Quanto custaram as queimadas no Brasil (clique para ampliar) (foto: Arte EM)
No levantamento realizado pela entidade, verificou-se que em 2019, os preju�zos causados por queimadas, inc�ndios florestais e em edifica��es ultrapassaram os R$ 738,3 milh�es, correspondendo a 63,7% do total de R$ 1,1 bilh�o de 2016 a 2021. O ano de 2021 ficou em segundo lugar, com mais de R$ 190 milh�es de preju�zos em todo o Brasil, correspondendo a 16,4% do total. Com a terceira posi��o ficou 2020, que foi um ano com muitos problemas gerados pelos inc�ndios e queimadas nas regi�es Norte e Centro-Oeste. O Pantanal foi devastado pelas queimadas naquele ano, contribuindo para o preju�zo de quase R$ 76 milh�es em todo Brasil, correspondendo a 6,5% do total.
 
O estudo, segundo a CNM, ajuda a entender como as queimadas afetam os munic�pios. Um dos conceito importantes para isso “� o de focos de queima, tamb�m chamados de focos de calor, focos de inc�ndio ou focos de queimada. Todos se referem � detec��o de locais com queima de vegeta��o por meio de imagens digitais de sensores em sat�lites. O Programa Queimadas do Inpe utiliza a express�o 'foco de queima', pois se considera que a grande maioria das detec��es de fogo se referem � vegeta��o, exceto por eventos espor�dicos de inc�ndios residenciais, industriais etc”, informa. Em decorr�ncia dos desastres causados por queimadas e inc�ndios no per�odo compreendido entre 2016 a 2021, ocorreram 2.111 decreta��es de situa��o de emerg�ncia registradas na Sedec.
 
Outros preju�zos trazidos pelas queimadas podem n�o ser totalmente relat�veis. A CNM indica que h�, por exemplo, diversas consequ�ncias ambientais. Como “aumento da libera��o de di�xido de carbono, uma das principais causas do aquecimento global. A destrui��o da vegeta��o e dos habitats naturais. Eros�o e perda de produtividade do solo. Perda da absor��o do solo, aumentando os �ndices de inunda��es. Polui��o de nascentes, �guas subterr�neas e rios por meio das cinzas”.
 
O fogo que na maioria das vezes � criminoso e ocorre por a��o do homem tamb�m impacta na flora, fauna e qualidade de vida humana, segundo a entidade. “Pode causar extin��o de esp�cies end�micas, mortandade de animais, problemas respirat�rios para popula��o local, redu��o da biodiversidade, altera��es dr�sticas das caracter�sticas ambientais, reduzindo as possibilidades de desenvolvimento equilibrado da fauna silvestre e da flora, facilita��o dos processos erosivos, redu��o da prote��o dos olhos d’�gua e nascentes, perdas humanas e traumatismos provocados pelo fogo ou por contus�es, desabrigados e desalojados e a redu��o das oportunidades de trabalho relacionadas ao manejo florestal”.

Sem contar os danos materiais, como a "destrui��o das �rvores em fase de crescimento ou  de utiliza��o comercial, reduzindo a produ��o de madeira, celulose, ess�ncias florestais e outros insumos e redu��o da fertilidade do solo, como consequ�ncia da destrui��o da mat�ria org�nica obrigando a um maior consumo de fertilizantes”. 

Preven��o � a receita para reduzir dano


A Confedera��o Nacional dos Munic�pios (CNM) recomenda uma s�rie de a��es e investimentos para reduzir esses preju�zos trazidos pelos inc�ndios florestais. Entre eles est�o a constru��o e manuten��o de aceiros (faixa de terra livre de vegeta��o) em torno da mata, casa, cercas e postes, ao longo de estradas e rodovias. A realiza��o de campanhas educativas com a popula��o para conscientizar sobre os riscos das queimadas, assim como desincentivar a realiza��o de queimadas para limpeza de lavouras ou renova��o de pastagem. � importante orientar a popula��o a n�o acender fogueiras na vegeta��o e pr�ximo a �reas de �reas protegidas. N�o jogar pontas de cigarro no ambiente, em trilhas e na beira de estradas. N�o queimar lixo dom�stico ou industrial pr�ximo a �reas protegidas e incentivar a popula��o a denunciar quem faz queimadas.
 
O sistema de monitoramento via sat�lite que detecta os focos de calor quase em tempo real � considerado pela CNM como uma ferramenta valiosa na preven��o e combate aos inc�ndios. “Com esses dados, j� � poss�vel realizar per�cia em v�rias regi�es onde ocorreram inc�ndios, inclusive no Pantanal. O Inpe � um dos �rg�os governamentais que realiza tal monitoramento. Outra quest�o importante � o fortalecimento dos �rg�os ambientais federais, estaduais e municipais, com o aumento da fiscaliza��o e controle ambiental. Existem diversos tipos de atendimentos da equipe fiscalizadora que podem ir desde orienta��es t�cnicas at� advert�ncia, termos de advert�ncia e autos de infra��o”, informa.

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) informou que n�o disp�e dos custos espec�ficos de enfrentamento de inc�ndios florestais, porque uma mesma unidade que serve a este trabalho pode atender a v�rios outros chamados que compartilham dos mesmos recursos. A corpora��o destaca que “tem adotado como princ�pio a diretriz de trabalhar com os inc�ndios durante todo o ano".

Combate


"� sens�vel que entre maio e novembro temos um aumento expressivo nos acionamentos para combater os inc�ndios, e esta � uma a��o que demanda muito esfor�o da corpora��o e dos demais �rg�os ambientais. Por�m, o nosso planejamento de atividades engloba tamb�m as pr�ticas de preven��o, mitiga��o e prepara��o nos demais meses do ciclo anual e estas a��es t�m conduzido a bons resultados no per�odo cr�tico, tanto na mobiliza��o de pessoal qualificado para a resposta aos inc�ndios quanto na integra��o com a comunidade”, informa a corpora��o.

Investimentos


O Instituto Estadual de Florestas (IEF) informou que vem realizando um investimento de cerca de R$ 40 milh�es nas a��es de preven��o e combate aos inc�ndios florestais em 2021. De acordo com o �rg�o, “para minimizar os impactos causados pelas ocorr�ncias de inc�ndios florestais nas unidades de conserva��o” 10 novas Unidades Operacionais (Uop) foram implantadas. “As bases t�m capacidade de atender rapidamente �s ocorr�ncias”, destacou. Somada a essa estrutura, est� a aquisi��o de equipamentos e contrata��o de brigadistas. As brigadas contratadas neste ano, compostas por 115 profissionais, informou ainda o IEF, iniciaram os trabalhos de preven��o aos inc�ndios nas unidades de conserva��o e entorno em abril deste ano. Outros 252 combatentes foram contratados temporariamente. “Para o apoio no combate aos inc�ndios a frota das unidades de conserva��o recebeu mais 111 caminhonetes 4 x 4 e foi feita a contrata��o de oito avi�es Air Tractor", destaca. (MP)


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