
A folia ainda est� incerta em Belo Horizonte e em v�rias cidades mineiras, enquanto outras j� cancelam a festa. Na segunda-feira, o Comit� de Enfrentamento � COVID-19 da capital recomendou que a prefeitura n�o patrocine o carnaval nem o ano-novo, al�m de desaconselhar a popula��o a participar de eventos com grandes aglomera��es. Enquanto isso, blocos de rua, hot�is e outros setores que s�o beneficiados pela festa lamentam a decis�o. Mas os infectologistas refor�am: � preciso cautela.
Outro ponto citado pelo comit� � o atual cen�rio europeu, continente que enfrenta a quarta onda da COVID-19, causada, entre diversos motivos, pela chegada do inverno, cobertura vacinal insuficiente e a preval�ncia da variante delta. A prefeitura disse que vai acatar a orienta��o. “A Secretaria Municipal de Sa�de ressalta que a pandemia n�o acabou e as medidas de prote��o ainda devem ser mantidas”, informou a pasta.
O m�dico infectologista Estev�o Urbano, um dos quatro integrantes do Comit� de Enfrentamento � Pandemia de COVID-19, aponta os perigosos da folia. ‘’O principal motivo � a possibilidade de pessoas contaminadas, n�o testadas, sem vacina��o e n�o identificadas como tal – o que pode acontecer em eventos abertos – irem para a folia e transmitirem (a doen�a) para dezenas pessoas. E isso acontecendo de forma repetida pode causar uma explos�o do n�mero de casos na cidade. Cada capital deveria fazer a sua parte’’, diz.
Mas ainda n�o h� decis�o se as festas ser�o proibidas na cidade. Por enquanto, a expectativa do com�rcio � de receber foli�es em BH, mas ainda h� receio de que o Carnaval seja proibido. O Sindicato de Hot�is, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte e Regi�o Metropolitana (SindiHBares) contabiliza pelo menos 30% de reservas j� confirmadas na hotelaria.
“A gente recebe a not�cia (da recomenda��o do Comit�) com muita tristeza e preocupa��o. V�rias ag�ncias de viagens j� tinham comercializado pacotes de reserva para o carnaval. As tarifas j� estavam sendo divulgadas para os turistas durante os cinco dias previstos”, lamenta Paulo Pedrosa, presidente da entidade, que ainda criticou a falta de investimento na folia. “O coronav�rus � uma preocupa��o que todo mundo tem, mas voc� vai ao Mineir�o com 60 mil pessoas, puxa vida… Carnaval � uma festa popular. Estou ouvindo que centenas de prefeituras n�o v�o investir”, reclamou.
Pedrosa est� confiante em rela��o � presen�a do p�blico em 2022. A previs�o � de cerca de 2 milh�es de pessoas nas ruas entre 26 de fevereiro e 2 de mar�o do ano que vem, mesmo sem apoio da prefeitura. “O Kalil (prefeito) falou que n�o pode proibir o foli�o de ir pra rua, ent�o a prefeitura tem que montar estrutura. Banheiro, policiamento, organiza��o tem que fazer. O foli�o vai pra rua, n�o adianta impedir. O que a gente recomenda � que a pessoa ande com o cart�o de vacina e a m�scara tem que ser obrigat�ria”, opinou.
Nos �ltimos anos, o movimento na capital cresceu e a cidade virou polo tur�stico em fevereiro. O temor fica com a possibilidade de proibi��o da festa que arrasta multid�es. “Temos um dos melhores carnavais do Brasil, sem viol�ncia. Se acontecer de proibir... � uma palavra muito dura. O impacto � violento, vai ser desesperador para a hotelaria”, diz o presidente do SindiHBares. “Tenho esperan�a que vai ter carnaval sim. N�o podemos radicalizar uma festa popular”, conclui.
O que dizem os blocos?
Geo Cardoso, da Liga Belorizontina de Blocos Carnavalescos, sustenta que boa parte dos organizadores de blocos de rua n�o querem carnaval a todo custo. ‘’A palavra final deve ser da autoridade sanit�ria. Mas acredito que a orienta��o do comit� � precipitada para encobrir a falta de planejamento da PBH sobre o carnaval, diferentemente do que fizeram outras cidades com grandes festas’’, disse.
Se em fevereiro os �ndices da pandemia foram desfavor�veis, ele acredita que nenhum grande bloco vai ser irrespons�vel de querer ir para a rua. ‘’Ainda mais sem condi��es favor�veis, sem apoio ou subs�dio e patroc�nios, j� que o prazo ficou curto para prospectar dinheiro diretamente na iniciativa privada.’’

Geo afirma que os impactos j� foram sentidos no carnaval deste ano, quando a Prefeitura de Belo Horizonte, diferentemente de outras cidades com grandes festas no Brasil, n�o lan�ou m�o de nenhum edital financeiro exclusivo de socorro aos trabalhadores do carnaval. ‘’Temos de pensar a festa como o maior evento do ano da cidade, como uma grande economia criativa que j� d� mais de R$ 1 bilh�o de retorno em impostos e movimenta��o financeira, que aquece o mercado, com gera��o de emprego e renda em diversos elos da cadeia: bares e restaurantes, hotelaria, transporte, com�rcio, servi�os, etc’’, disse. “O que se desenha � que tudo que constru�mos com muito esfor�o a v�rias m�os em cerca de 10 anos pode sumir com o abandono dos trabalhadores do carnaval pelo segundo ano consecutivo.
Enquanto isso, parte dos blocos se planeja para os eventos particulares. ‘’A banda do Bloco Havayanas est� se preparando para fazer shows em eventos fechados com controle de acesso e a bateria em breve come�a a fazer oficinas em local controlado tamb�m’’, disse Heleno.
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