(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas F� E ESPERAN�A

O terceiro renascimento de M�rian: 'Esta P�scoa � vida nova'

Ap�s ser desenganada por m�dicos devido a trombose cerebral, superar problema pulmonar e ficar internada por COVID-19, mineira celebra P�scoa em fam�lia


17/04/2022 08:00 - atualizado 17/04/2022 08:18

Mírian Lima Gonzaga segura imagem sacra
'No ano passado, nessa �poca, estava internada. Esta P�scoa � vida nova' - M�rian Lima Gonzaga (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)

Domingo da ressurrei��o, P�scoa de renascimento, dia muito especial para celebrar, em fam�lia, um tempo novo de alegrias, confian�a e f�. Nesta data t�o importante para os crist�os, e considerada a mais importante para a Igreja Cat�lica, s�o muitos os relatos de mineiros e mineiras que se fortalecem a cada dia sem tombar nas batalhas pela vida. Mesmo diante de barreiras �s vezes intranspon�veis, v�o subindo degrau a degrau para conquistar a vit�ria maior: a sa�de aliada � esperan�a, ainda mais em tempos de tantas dificuldades para a humanidade.

A dona de casa M�rian Lima Carvalho Gonzaga � um exemplo da persist�ncia e de nunca desistir em qualquer situa��o. Hoje, ao lado do marido Lucas Gonzaga, dos quatro filhos e quatro netos, ela celebra o que considera o seu terceiro renascimento. "No ano passado, nessa �poca, estava internada. Esta P�scoa � vida nova", fala com alegria a moradora de Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.


H� 22 anos, M�rian foi v�tima de uma trombose cerebral total, num quadro cl�nico t�o grave que foi "desenganada pelos m�dicos", conforme destaca. N�o bastasse o sofrimento, foi acometida dois meses depois por uma tromboembolia pulmonar – e poderia ter morrido se n�o diagnosticada a tempo.

Leia tamb�m: Ap�s 2 anos, Prociss�o do Encontro re�ne fi�is em Montes Claros

"Sou portadora de l�pus, doen�a autoimune que afeta muito o sistema imunol�gico. Minha vantagem est� na disciplina, pois nunca deixo de ir ao m�dico, fa�o exames peri�dicos, tomo os medicamentos religiosamente."

Um m�s e dois dias internada

Embora tomando todos os cuidados, a moradora de Santa Luzia, casada h� 42 anos e formada em letras, ainda tinha um inimigo invis�vel disposto a vencer o combate. Em mar�o do ano passado, ela passou pelo calv�rio da COVID-19, ficando "um m�s e dois dias" internada num hospital de Belo Horizonte. Ficou entubada durante sete dias, passou longo tempo em recupera��o, em casa, e ainda guarda marcas no bra�o direito, resultantes dos medicamentos injet�veis.

Mírian e o marido com os filhos
A dona de casa M�rian Lima e o marido reuniram filhos e netos para celebrar a P�scoa e as novas chances de vida (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)


"Na frieza do ambiente hospitalar, tive muito medo de perder a vida. Ali no CTI, houve dia em que pensei estar perdendo a batalha para o coronav�rus, come�aram a faltar as for�as, mas Deus � quem sabe o momento de dar a vida e de tir�-la. Ent�o confiei", conta M�rian num momento em que as l�grimas tornam ainda mais verdes os seus olhos e mostra que o nome de batismo, Maria em hebraico, parece reunir as fortalezas de todas as mulheres do mundo. "A gente recebe a ajuda das m�os dos m�dicos para a cura do corpo e outras ainda maiores para a alma."

"Ainda n�o estou 100%"

Em segundos, um sorriso ilumina o seu rosto. "Ainda n�o estou 100%, fiquei com algumas sequelas, por�m acho que o pior j� passou. Ando por todo canto, perdi o medo de permanecer numa cadeira de rodas. Tomei as tr�s vacinas contra a COVID-19 e n�o vejo a hora de tomar a quarta dose."

"N�o tenho d�vida de que foi milagre. Os m�dicos chegaram a me avisar que n�o haveria jeito, precisava preparar a fam�lia"

Lucas Gonzaga, marido de M�rian Lima



A f� na vida � assunto recorrente, e o casal mostra as imagens de santos num m�vel da sala transformado em altar. "Sou de fam�lia cat�lica, meu marido e eu estamos sempre presentes no Santu�rio de Santa Luzia, em nossa cidade. Recebi muitas ora��es, at� em igrejas evang�licas, o que me deixa muito feliz. Penso ter recebido uma b�n��o divina", acredita M�rian, cuja m�e, Raphaela, est� com 91 anos e mora na mesma cidade.

Lucas Gonzaga e a mulher Mírian, em Santa Luzia
Lucas e M�rian t�m motivos de sobra para celebrar data, f� e esperan�a (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)


“N�o tenho d�vida de que foi milagre. Os m�dicos chegaram a me avisar que n�o haveria jeito, precisava preparar a fam�lia. Gra�as da Deus, vem dando tudo certo”, diz Lucas, empres�rio, sobre a vit�ria da mulher em tr�s momentos. Para M�rian, as fases de dificuldades trouxeram muita reflex�o: ‘Para sermos felizes, precisamos de muito pouco. Todo mundo busca o conforto, mas, se temos, por que n�o dividir, acabar com a ambi��o, procurar ajudar a quem precisa?”

Dia festa em fam�lia

Na tarde deste s�bado, Lucas e M�rian se juntaram aos filhos Luiz Ant�nio, Alexandre Augusto, Lucas Filho e L�llian para celebrar o anivers�rio da neta Maria Eduarda, de 18. Presentes, os outros netos Pedro Henrique, de 16, e os g�meos Luiz Eduardo e Helena, de 3, o genro Felipe e as noras Fabr�cia, Fl�via e Juliene.

“A alegria da fam�lia reunida nos deixa ainda melhores. O que mais desejo para todo o mundo, em tempo t�o dif�ceis para a humanidade, � uma p�scoa de paz. Com tranquilidade e persist�ncia, encontramos as sa�das at� mesmo onde parece faltar a luz”, diz a luziense. Para o primog�nito Luiz Ant�nio, de 41, Deus pode fazer mais de um milagre para uma pessoa. “Minha m�e � persistente, e, nossa fam�lia, muito deu muito apoio”. Fazendo cursinho para estudar medicina, a neta Maria Eduarda vai direto ao ponto. “Minha av� � um exemplo de for�a e f�.”

Uma data com muitas tradi��es

O dia de hoje significa para os crist�os a vit�ria da vida sobre a morte, marcada pela ressurrei��o de Cristo. “Nesses tempos de guerra, medo e incertezas, mais do que nunca celebrar a p�scoa � celebrar a vida, a esperan�a e a certeza de um novo tempo”, diz o frei Evaldo Xavier Gomes, da Igreja Nossa Senhora do Carmo, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte.

Segundo os estudiosos, a p�scoa vem de uma tradi��o muito antiga, anterior a Jesus. Quando ela surgiu, n�o havia um calend�rio como os de hoje, o gregoriano (crist�o), baseado no movimento da Terra. Os judeus usavam um tipo de calend�rio com base nas esta��es do ano, conhecido como lunar. Por essa raz�o, trata-se de uma festa m�vel, sendo a data vari�vel ano ap�s ano, de acordo com os ciclos lunares.

Uma menina segura uma vela enquanto participa da missa de Páscoa realizada na catedral Madre Teresa em Pristina em 16 de abril de 2022
Missa de P�scoa na catedral Madre Teresa na cidade de Pristina, em Kosovo, neste s�bado (16/4) (foto: Armend Nimani/AFP)


Assim, a data da P�scoa foi definida, para os judeus, no m�s conhecido como “nisan” ou tempo da primavera e da lua cheia. Nessa �poca, a cevada estava madura – ent�o era hora de fazer p�o com a cevada antiga para que, quando a nova fosse colhida, o sabor fosse real�ado.

Na primavera, as cevadas mais belas ficavam no alto dos montes, por isso o pastor precisava levar as ovelhas at� l�, aproveitando a volta para trazer alguns feixes. Durante a dura viagem, pedia ajuda a Deus para proteger suas ovelhas, e, em forma de agradecimento, sacrificava uma delas para o Senhor. Eis a� a primeira p�scoa, quando o pastor precisa fazer a “pesach” (passagem) da plan�cie para o monte e, como agradecimento pela ajuda de Deus na “passagem”, sacrifica um cordeiro.

"Povo escolhido"

Os ensinamentos religiosos jogam luz sobre a celebra��o. E, neste mundo atual, com licen�a do trocadilho, P�scoa poderia ser escrita universalmente com “z” no lugar de “s”. Mas vamos � hist�ria. A segunda p�scoa tem a ver com o “povo escolhido”. Conforme o livro do �xodo (12,1-18), s� ser� salvo quem tiver aspergido o sangue do cordeiro na porta de casa e viver em paz com o vizinho.

Conforme a passagem b�blica, era preciso dividir o cordeiro com o vizinho. Em resumo, voc� s� se senta � mesa com a pessoa com a qual voc� estiver em paz. Assim, era preciso sair de casa e ir para o deserto em busca da terra prometida. Essa � a segunda p�scoa: sair do Egito para ir ao deserto. � a “pesach” de um lugar seguro para um lugar desconhecido e perigoso.

A terceira P�scoa e definitiva � aquela trazido por Cristo, o “cordeiro de Deus”. Essa � a “pesach”, a passagem das trevas para a luz, do pecado para o amor supremo, da morte na cruz para a ressurrei��o. O sentido, para os crist�os, � subir a montanha e descer com comida nova; rumar para o deserto e chegar � terra prometida; e ir at� o alto do Calv�rio, morrer e vencer a morte pela ressurrei��o.

Coelho e ovos de P�scoa

H� muitas tradi��es ligadas � P�scoa, e, neste dia de confraterniza��o, estar�o � mesa os ovos de chocolate, a colomba pascal e os coelhos. A crian�a adora e faz a festa.

Vale saber que, no in�cio, os famosos ovos da p�scoa eram de verdade, sendo substitu�dos com o tempo pelos de madeira, prata, ouro e finalmente de chocolate. A cultura de pint�-los e do�-los nasceu no s�culo 18 – antes, a Igreja costumava do�-los aos fi�is, que os chamavam de “ovos bentos”.

Uma das explica��es para o coelhinho da p�scoa se deve ao alto poder de reprodu��o do animal, o que representa a fertilidade. J� a columba pascal, p�o com frutas cristalizadas em formato de pomba, representa a chegada do Esp�rito Santo. Mas, na verdade, nada vale mais do que os votos de Feliz P�scoa!


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)