
O an�ncio da chegada antecipada do frio e os n�meros controlados da pandemia de COVID-19 s�o not�cias que soam como m�sica aos ouvidos de quem trabalha com o turismo de inverno em Minas Gerais. Algumas semanas a mais na temporada de quem busca destinos tradicionais em baixas temperaturas e a demanda represada pelos dois anos sob risco acentuado de cont�gio com a COVID-19 t�m o efeito contr�rio nos term�metros do mercado, que ficam aquecidos, especialmente na Regi�o Sul do estado.
Para o presidente da Associa��o Brasileira de Ag�ncias de Viagens em Minas Gerais (Abav-MG), Peter Mangabeira, o frio � um elemento muito importante para o turismo do interior do estado. Ele explica que a chegada das baixas temperaturas pode significar uma segunda onda na retomada do setor desde a pandemia. “Come�amos essa retomada com o turismo corporativo, de eventos. Agora come�a a retomada do turismo cultural e o frio � bastante relevante para Minas, principalmente no interior. Come�a a haver uma procura muito grande para destinos no Sul, como Gon�alves, Monte Verde e Po�os de Caldas, mas tamb�m para locais pr�ximos a BH, como Ouro Preto, Brumadinho, que tem o Inhotim, Macacos e at� Tiradentes”, avalia.
Segundo Mangabeira, a expectativa � que cidades em um raio de at� 300 quil�metros de Belo Horizonte tenham um aumento de at� 15% no n�mero de turistas durante o inverno em compara��o com 2019, antes da pandemia. O presidente da Abav-MG tamb�m chama a aten��o para um fluxo recente de turistas das regi�es Norte e Nordeste do Brasil, que procuram cidades mineiras para aproveitar um frio n�o t�o rigoroso quando comparado com destinos no Sul do pa�s.
O fluxo de turistas das regi�es setentrionais do Brasil tamb�m foi percebido pela presidente da Ag�ncia de Desenvolvimento de Monte Verde e Regi�o (Move), Rebecca Wagner. � frente de um dos destinos mais procurados durante o inverno mineiro, ela conta que o local, distrito do munic�pio de Camanducaia, ainda recebe mais turistas paulistas, mas se anima com a entrada do circuito no mapa dos viajantes de Norte e Nordeste.
“Acredito que uns 60% dos turistas ainda venham da Regi�o Metropolitana de S�o Paulo, capital, mas temos um crescimento de pessoas vindas do Nordeste e do Norte, que j� s�o uns 10%. Como tamb�m tenho um restaurante na cidade, percebo pelo contato com os clientes. Nas �ltimas semanas, devemos ter atendido mais de 20 casais vindos de Salvador-BA”, comenta.
QUANTO ANTES, MELHOR
Rebecca Wagner conta que a procura por Monte Verde � inversamente proporcional � temperatura: basta come�ar a esfriar para que os hot�is se encham. Como, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a semana promete temperaturas negativas e geadas na regi�o, a expectativa n�o poderia ser melhor. “Desde que a gente recebeu a not�cia da frente fria, o turismo esquentou. J� tivemos o �ltimo fim de semana com quase 90% de lota��o nos hot�is. Nesta semana j� h� uma expectativa muito boa e a gente j� sente o reflexo, estamos agora com uns 5°C”, disse.
Tamb�m no Sul do estado, S�o Louren�o espera receber grande p�blico com a chegada do frio. O secret�rio de Turismo e Cultura da cidade, Alexandre Melo, acredita que as baixas temperaturas precoces ajudam no sucesso do plano da prefeitura para a temporada. “J� neste fim de semana teremos um evento de ciclismo que vai trazer bastante gente para a cidade. Al�m disso, o clima frio, mas sem chuva, ajuda a divulgar atividades da cidade, como o Parque das �guas, a maria-fuma�a e os passeios de bal�o”, afirma o secret�rio. De acordo com o Inmet, at� o fim da semana os term�metros podem chegar a 6°C na regi�o.
Na pequena Maria da F�, conhecida por ser uma das cidades mais frias do estado, o tempo tamb�m � sin�nimo de esperan�as no turismo. A administra��o do munic�pio enxerga um ano positivo para o turismo. “O cen�rio se apresenta mais favor�vel pela demanda reprimida pela pandemia e pela chegada do frio mais cedo. A previs�o � de que, a partir deste m�s, o fluxo aumente consideravelmente”, analisa o secret�rio de Cultura e Turismo, Jos� Maur�cio Ribeiro.