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Estado de Minas CHACINA DE UNA�

Vi�va de fiscal sobre Ant�rio M�nica: 'Todo mundo tem medo dele'

Vi�vas de dois fiscais mortos na chacina prestaram depoimento no segundo dia de julgamento da Chacina de Una� e pediram justi�a para o crime


25/05/2022 15:55 - atualizado 26/05/2022 12:11

Foto de cruzes ao chão, em protesto pela condenação de Mânica
"Todo mundo l� tem medo dele. Quem n�o tem depende dele economicamente. Ele � um homem rico, poderoso. As pessoas sabem, mas n�o falam." (foto: Jair Amaral/EM/D.A press)
Ap�s um intervalo para o almo�o, o segundo dia de julgamento do fazendeiro Ant�rio M�nica foi retomado com o depoimento de Helba Soares da Silva, vi�va do fiscal Nelson Soares da Silva. Ela afirmou que sempre soube que Ant�rio � o mandante do crime. 
 
 
“A gente soube que era ele.” A vi�va, por�m, lamentou a dificuldade em se chegar ao nome dele como mandante do crime. Segundo ela, as pessoas t�m medo do ex-prefeito de Una�. 

“Todo mundo l� tem medo dele. Quem n�o tem depende dele economicamente. Ele � um homem rico, poderoso. As pessoas sabem, mas n�o falam.”

De acordo com ela, o marido relatou ter sofrido amea�a de Norberto M�nica, irm�o de Ant�rio. Helba contou que ouviu de uma ex-empregada de Ant�rio que no dia do crime ele estava agitado, mas depois de receber a not�cia das mortes se tranquilizou. 

“Ele n�o gosta de ser contrariado”

A vi�va relatou que, em 2004, seu cunhado estava em um bar, no centro da cidade e viu um amigo apoiando a candidatura de Ant�rio � Prefeitura de Una�. Quando questionou a atitude do conhecido alegando estar apoiando um assassino, ele teria ouvido: 

“N�o mandamos matar quatro homens n�o, foram quatro cachorros.” A frase teria sido dita por outro irm�o do r�u, Celso M�nica. 

A vi�va conta que os irm�os M�nica n�o gostavam de ter as fazendas fiscalizadas e chegaram a amea�ar outra fiscal. “Ele n�o gosta de ser contrariado”, diz sobre Ant�rio. 

Helba se emocionou durante o depoimento ao lembrar do que as fam�lias dos fiscais tiveram que enfrentar ap�s o crime. 
 
A vi�va lamentou ainda a demora pelo desfecho do caso, ap�s mais de 18 anos do crime. “Uma ferida que nunca fecha. � muito dif�cil ver como a justi�a funciona. Vamos ficando triste, sem esperan�a. Cadeia � para preto e pobre.” 

Esperan�a de desfecho para o crime 

A vi�va de Erat�stenes de Almeida Gon�alves, outro fiscal morto na chacina, foi ouvida na sequ�ncia. Marinez Lina de Laia relembrou a morte do marido e disse que ele faria 61 anos nesta quinta-feira (26/5). 

“H� 18 anos n�o temos a presen�a dele para comemorar esse anivers�rio. Amanh� n�o teremos ele, mas espero um desfecho desse crime tr�gico e macabro.” 

Ela afirmou que sabia que o marido sofreu amea�as ap�s fiscaliza��o nas fazendas da fam�lia M�nica. 

“No caix�o do meu esposo jurei que ia lutar at� o fim. Mandei meu esposo para trabalhar e recebi ele em um caix�o, todo marcado. Vou lutar at� o fim. Espero que amanh� seja marcado como um dia em que a justi�a foi feita”, disse ela emocionada.  

As duas s�o as �ltimas testemunhas arroladas pela acusa��o. Agora ser�o ouvidas as seis testemunhas de defesa.

A Chacina de Una�

Em 28 de janeiro de 2004, Erat�stenes de Almeida Gon�alves, Jo�o Batista Soares Lage e Nelson Jos� da Silva foram assassinados a tiros em uma emboscada quando investigavam condi��es an�logas � escravid�o na zona rural de Una�, incluindo as propriedades da fam�lia M�nica. O motorista Ailton Pereira de Oliveira, que acompanhava o grupo, tamb�m foi morto.

Al�m de Ant�rio M�nica, o irm�o dele, Norberto, foi condenado como outro mandante da chacina. Ele, por�m, est� em liberdade. Outros condenados pelos crimes foram Hugo Alves Pimenta, Jos� Alberto de Castro, Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rog�rio Alan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda, que cumprem pena na pris�o.


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