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Estado de Minas EDUCA��O

Universidades federais sofrem novo golpe com corte de verba

Institui��es de ensino estimam que corte de 14,5% no or�amento afetar� diretamente o apoio a alunos mais vulner�veis, a��es de ensino, pesquisa e extens�o


31/05/2022 04:00 - atualizado 31/05/2022 06:28

Laboratório da UFMG
Centro Nacional de Vacinas da UFMG: corte no or�amento afetar� o desenvolvimento de pesquisas (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press - 7/1/22)

Elas estiveram (e ainda est�o) na linha de frente da COVID-19 no pa�s, respons�veis pelas pesquisas visando ao combate e controle da pandemia. Por causa das universidades p�blicas, o papel da ci�ncia nunca esteve t�o claro para os brasileiros. Mas, apesar de tal protagonismo, elas sofreram mais um duro golpe, na contram�o do merecido reconhecimento: um corte de 14,5% no or�amento. Desta vez, a redu��o bate forte num ponto sens�vel, pegando em cheio os recursos para assist�ncia estudantil e comprometendo o apoio a alunos mais vulner�veis. Institui��es federais de ensino superior se re�nem em car�ter extraordin�rio na segunda-feira para definir provid�ncias a serem tomadas e tentar reverter quadro considerado dram�tico.

De acordo com a Associa��o Nacional dos Dirigentes das Institui��es Federais de Ensino Superior (Andifes), na pr�tica, o corte inviabiliza a perman�ncia dos estudantes socioeconomicamente vulner�veis, o pr�prio funcionamento das institui��es federais de ensino e a possibilidade de fechar as contas no azul este ano. As institui��es de ensino superior e os institutos federais v�m sofrendo sucessivos cortes e bloqueios or�ament�rios desde 2014. Para este ano, foram aprovados R$ 5 bilh�es para investimentos, manuten��o e bolsas estudantis, mas, segundo a Andifes, o montante deveria ser de pelo menos R$ 7,2 bilh�es para que as universidades mantivessem seu poder de compra. Os recursos para 2022 foram menores do que o montante reservado no primeiro ano do governo Bolsonaro, em 2019, de R$ 6 bilh�es.
 
A Andifes contestou, por meio de nota, a justificativa dada pelo governo – a necessidade de reajustar os sal�rios do funcionalismo p�blico federal em 5%. A associa��o alega que a defasagem salarial � bem maior do que os 5% e sua recomposi��o n�o depende de mais cortes na educa��o, ci�ncia e tecnologia. “� injusto com o futuro do pa�s mais este corte no or�amento do Minist�rio da Educa��o e tamb�m no do Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��es, que sofreu um corte de cerca de R$ 3 bilh�es, inclusive de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico (FNDCT), que s�o carimbadas por lei para o financiamento da pesquisa cient�fica e tecnol�gica no Brasil. N�o existe l�gica, portanto, por que o corte de or�amento das universidades, institutos e do financiamento da ci�ncia e da tecnologia brasileiras � que deva arcar desproporcionalmente com esse �nus”, afirma o texto.
Campus da UFMG
A manuten��o das instala��es e o apoio a alunos vulner�veis tamb�m sofrer�o impacto com a redu��o da verba (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

UFMG prev� 'forte impacto' em v�rios setores

Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a reitora Sandra Goulart Almeida e o vice, Alessandro Fernandes Moreira, afirmam que o or�amento previsto para 2022 j� era inadequado, sendo 7,43% menor que o de 2020 e semelhante ao executado em 2008. Na maior federal do estado, o contingenciamento anunciado, aplicado sobre as verbas de uso discricion�rio (usadas em despesas de �gua, telefone, eletricidade, manuten��o e pagamento de terceirizados), corresponde a uma redu��o de R$ 32 milh�es. “Se mantido, comprometer� o funcionamento e a manuten��o da universidade, com forte impacto nas a��es de ensino, pesquisa e extens�o, al�m da assist�ncia estudantil, inviabilizando o apoio aos estudantes mais necessitados”, afirmam em nota dirigida � comunidade.
 
“Os sucessivos cortes procedidos pelo governo federal ao longo dos anos v�o na contram�o de um projeto de pa�s que investe nas universidades como agentes de desenvolvimento social e aliadas de primeira hora no enfrentamento de calamidades, cat�strofes, emerg�ncias sociais e na permanente busca por melhoria das condi��es de vida de nossa popula��o”, acrescentam os dirigentes da UFMG.
 
“Esses bloqueios or�ament�rios afetam toda a cadeia na qual se desenvolvem as �reas da ci�ncia, da educa��o e da tecnologia em nosso pa�s, comprometendo tamb�m, de forma incisiva, entidades essenciais para a produ��o de conhecimento, como Coordena��o de Aperfei�oamento de Pessoal de N�vel Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico (CNPq). Cortes dessa natureza configuram-se como um modo de cerceamento do direito constitucional da sociedade brasileira ao acesso � educa��o p�blica e de qualidade, base para o exerc�cio pleno da cidadania e para a viv�ncia democr�tica.

LINHA DO TEMPO


  • » Fim de 2014
  • Governo federal promove primeiros cortes na educa��o. Nos �ltimos meses daquele ano, s� a UFMG perdeu R$ 30 milh�es dos recursos previstos

  • » Janeiro de 2015
  • Decreto do governo federal reduziu em 33% os recursos mensais de �rg�os subordinados � Uni�o. As institui��es de ensino superior em Minas Gerais amargaram, nos tr�s primeiros meses de 2015, d�ficit de pelo menos R$ 40 milh�es. Com dinheiro a menos no caixa, que deveria ter mais de R$ 120 milh�es, o jeito foi apertar o cinto e rever o or�amento, lan�ando m�o de expedientes que foram da redu��o de bolsas de assist�ncia estudantil � demiss�o de funcion�rios terceirizados

  • » Agosto de 2016
  • Um ano e meio depois, o MEC previa redu��o de 45% nas verbas de investimento (cerca de R$ 350 milh�es) nas 63 universidades p�blicas do pa�s para 2017. Nos recursos destinados ao custeio, a diminui��o foi da ordem de 18% na compara��o com o que havia sido previsto para 2016. Na Universidade Federal do Tri�ngulo Mineiro (UFTM), em Uberaba, desde o in�cio ano houve redu��o de 50% dos funcion�rios terceirizados, de passagens e di�rias, economia de �gua e energia e uma rodada de negocia��o de alugu�is, para fechar 2015 e 2016

  • » Agosto de 2017
  • �s voltas com cortes de verbas pelo quarto ano consecutivo, v�rias universidades mineiras foram surpreendidas em pleno processo de expans�o e temiam parar de funcionar at� o fim daquele ano. Caso da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), criada estrategicamente para atender alunos da regi�o mais carente de Minas, que tinha R$ 60 milh�es em obras paralisadas

  • » Maio de 2019
  • MEC anuncia corte de 30% �s institui��es da rede federal de ensino. Bloqueio imposto pela Uni�o �quelas situadas no estado passava de R$ 328 milh�es. Para preservar as atividades de ensino, pesquisa e extens�o, o Centro Federal de Educa��o Tecnol�gica de Minas Gerais (Cefet-MG) optou por v�rios ajustes internos, como demiss�o de pessoal de seguran�a e limpeza. Praticamente no meio do ano, novos cortes inviabilizaram o pagamento de servi�os b�sicos, como despesas com �gua, energia el�trica e atividades terceirizadas

  • » 2020
  • 40% dos recursos da Lei de Or�amento Anual (LOA) foram alocados como programa��es condicionadas e desbloqueados ao longo do ano; os outros 60% foram liberados para empenho pelo MEC

  • » Maio de 2021
  • Universidades federais sediadas em Minas Gerais tinham pelo menos R$ 73 milh�es a menos em caixa. Amargando perda de quase 40% de seus recursos em rela��o a 2020, a UFMG temia chegar ao fim do ano endividada e com o caixa no vermelho, efeitos de um corte e bloqueio de verbas da ordem de R$ 103 milh�es. Na �poca, estavam em perigo contratos de terceirizados, pagamento de bolsas e at� mesmo o plano de retorno �s atividades presenciais

  • » Maio de 2022
  • Governo anuncia corte de 14,5% no or�amento das institui��es federais de ensino, inviabilizando a perman�ncia dos estudantes socioeconomicamente vulner�veis, o funcionamento dos c�mpus e a possibilidade de fechar as contas no fim do ano


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