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Estado de Minas CPI DO SERTANEJO

Contratos de pequenas prefeituras de MG com sertanejos superam R$ 7 milh�es

Levantamentos feitos pelo Estado de Minas apontam gastos milion�rios em Minas Gerais


31/05/2022 19:22 - atualizado 01/06/2022 07:49

Cantor sertanejo Gusttavo Lima se apresentando
Cach�s milion�rios pagos a Gusttavo Lima est�o na mira do Minist�rio P�blico de Contas do RJ e do Tribunal de Contas do Estado em Minas (foto: Instagram/Reprodu��o)
Apelidada de “CPI do Sertanejo” nas redes sociais, as revela��es sobre cach�s milion�rios pagos por prefeituras de cidades pequenas a cantores do g�nero seguem vindo � tona, provocando cancelamento de shows, desabafos de cantores e at� mesmo posicionamento do presidente da rep�blica. Levantamentos realizados e divulgados pelo Estado de Minas at� esta ter�a-feira (31) mostram que, s� neste ano, mais de R$ 7 milh�es dos cofres p�blicos de cidades do interior mineiro j� t�m como destino o bolso de artistas.

Dados consultados no Portal da Transpar�ncia de dez cidades mineiras mostram que as cifras acordadas com artistas de m�sica sertaneja para eventos em 2022 chegam � marca de R$ 7.046.000. Nenhum dos munic�pios tem mais de 100 mil habitantes. Somados, eles re�nem pouco menos de 370 mil moradores, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).

Os valores pagos para cada show variam, ainda que o artista seja o mesmo. Gusttavo Lima, um dos nomes mais debatidos neste assunto, cobrou R$ 1,2 milh�o para tocar em Concei��o do Mato Dentro e metade desse cach� para participar de um festival em Patroc�nio, por exemplo.

Al�m do R$ 1,8 milh�o previsto em contrato para Gusttavo Lima, outros nomes tamb�m entraram com destaque para o er�rio de cidades mineiras. Wesley Safad�o assinou contrato de R$ 560 mil para um show em Buritizeiro; Luan Santana cobrou R$ 270 mil para se apresentar em Santa Rita do Sapuca�; e Fernando e Sorocaba chegaram a marca dos R$ 170 mil para cantar em Jacutinga.

Veja os valores previstos em contrato:
  • Concei��o do Mato Dentro: R$ 2,3  milh�es
  • Curvelo: R$ 1, 448 milh�o
  • Buritizeiro: R$  917 mil
  • Patroc�nio: R$ 850 mil 
  • Itapecerica: R$ 566 mil
  • Camacho: R$ 295 mil
  • Santa Rita do Sapuca�: R$ 270 mil
  • Jacutinga: R$ 170 mil
  • Cambu�: R$ 165 mil 
  • Monte Si�o: R$  65 mil

Pol�mica ampliada

Os altos valores pagos por prefeituras de todo o Brasil a artistas sertanejos ganhou repercuss�o inicial ap�s cr�ticas de Z� Neto, dupla com Cristiano, feitas � cantora Anitta. Na ocasi�o, ele disse que n�o precisava de dinheiro p�blico, se referindo � lei Rouanet. A pol�tica de incentivo � cultura � alvo de ataques da base eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) e entrou tamb�m na mira do sertanejo, g�nero que tem v�rios representantes afeitos � imagem do presidente.

No entanto, al�m da contradi��o no discurso do artista sobre financiamento p�blico, outros elementos foram tornando o cen�rio mais complexo. Em Concei��o do Mato Dentro, Centro-Oeste mineiro, os cach�s milion�rios seriam pagos com verba da Compensa��o Financeira pela Explora��o de Recursos Minerais (Cfem), dinheiro que deveria ser destinado a melhorias na infraestrutura, qualidade ambiental, sa�de e educa��o do munic�pio.


Embora tenha alegado n�o estar infringindo nenhuma regra or�ament�ria, a prefeitura da cidade cancelou as apresenta��es de Gusttavo Lima e da dupla Bruno e Marrone, as mais caras da lista de atra��es da 32ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matozinhos. A suspens�o dos shows, no entanto, n�o s�o garantia de que os artistas n�o recebam o combinado, j� que os contratos preveem pagamento adiantado e t�m cl�usulas de prote��o contra quebra do acordo.

Os contratos assinados pela administra��o de Concei��o do Mato Dentro est�o agora na mira do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que quer analisar os termos do acordo firmado com as duas atra��es que tiveram a apresenta��o cancelada. Segundo o �rg�o, o gasto com os shows representa quase um quarto do que foi investido pela prefeitura com o Fundo de Manuten��o e Desenvolvimento da Educa��o B�sica (Fundeb) no ano passado.

Resposta dos artistas

Com cach�s milion�rios pagos com dinheiro p�blico tamb�m em outros estados e na mira do Minist�rio P�blico de Contas, Gusttavo Lima se manifestou em suas redes sociais dizendo estar sendo perseguido e que considerou “jogar a toalha” pela repercuss�o dos pagamentos vindos de administra��es municipais.

O cantor sertanejo tamb�m disse que n�o deixar� de cobrar seu cach� porque o dinheiro vem de prefeituras. Segundo ele, o pagamento � uma forma de valoriza��o da arte e de pagar as despesas da equipe que o acompanha.

Piv� da “CPI”, Z� Neto participou da transmiss�o de desabafo do cantor mineiro via se��o de coment�rios e tentou chamar a responsabilidade pelo que o colega classifica como persegui��o. “Cara, quem tem que dar satisfa��o sou eu, irm�o. T� (sic) atravessando uma fase ruim, sou seu irm�o, n�o precisa se explicar, joga para mim, irm�o. N�o tem nada a ver com voc�”, escreveu.

A manifesta��o de Gusttavo Lima foi repercutida tamb�m na fam�lia presidencial. O senador Fl�vio Bolsonaro (PL) comentou palavras de apoio na postagem do sertanejo e o pr�prio Presidente da Rep�blica defendeu os cantores que recebem cach�s gordos em cidades Brasil afora. “N�s priorizamos o artista mais de in�cio de carreira, o artista que � sertanejo e que � mais humilde”, disse Jair Bolsonaro em entrevista ao apresentador Ratinho nesta ter�a (31).


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