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Estado de Minas BATALHA

Ap�s pol�mica, UFOP concede t�tulo de mestrado � estudante

Ambar Soldevila Cordoba havia relatado nas redes sociais que "perdeu o mestrado porque virou m�e"; nesta quarta-feira (8/6) ela comemorou a conquista


08/06/2022 20:28 - atualizado 08/06/2022 21:20

Imagem da mãe Ambar Soldevila Cordoba com filho
Ambar Soldevila Cordoba denunciou a universidade ap�s ter o t�tulo de mestrado negado (foto: Reprodu��o/ Instagram)
A bi�loga Ambar Soldevila Cordoba comemorou nas redes sociais nesta quarta-feira (8/6) que a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) voltou atr�s e concedeu a ela o t�tulo de mestra. A estudante de p�s-gradua��o em Ecologia teve o mestrado negado depois de apresentar a disserta��o por n�o ter conseguido entregar as corre��es no texto dentro do prazo estabelecido, j� que deu � luz ao filho Caetano, 19 dias ap�s a apresenta��o do trabalho final.

"Sou mestra!! Consegui o meu t�tulo depois dessa batalha!! Fico muito feliz que o colegiado teve uma decis�o diferente dessa vez. Gratid�o a todos que ficaram na torcida e compartilharam minha hist�ria", escreveu na publica��o.

Al�m disso, Ambar tamb�m ressaltou que a luta deve continuar para que esta situa��o n�o ocorra com outras m�es. "Ainda temos uma triste realidade, n�o temos legisla��es que garantem direitos para mulheres que ser�o m�es ap�s a defesa. As m�es acad�micas ainda dependem do bom senso para conseguirem seus direitos", ressaltou.
 
"Essa foi a primeira batalha, ainda temos que mudar as legisla��es dentro das universidades. Acredito que em breve teremos resultados positivos, existem muitas mulheres m�es se movimentando dentro da universidade, e falando sobre maternidade e parentalidade. O coletivo Andorinhas junto com Geomamas escreveu uma nota muito bem elaborada, e acredito que colheremos bons frutos com essa mobiliza��o", acrescentou.

Por fim, ela contou que iria comemorar a conquista: "Muitas me escreveram dizendo que minha voz n�o era s� minha, era de muitas m�es, isso me emociona muito. Espero muito que outras mulheres possam ter seus direitos de maternar garantidos e que isso n�o seja um estorvo em suas vidas, porque de dificuldade j� bastam todos os desafios do puerp�rio. Agora vou comemorar com minha fam�lia e ser feliz por essa grande conquista na minha vida."


Entenda o caso


O que era para ser a finaliza��o de um ciclo feliz ap�s dois anos e uma gravidez, tornou-se uma frustra��o para a bi�loga Ambar Soldevila Cordoba. A estudante de p�s-gradua��o em Ecologia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) teve o t�tulo de mestre negado, mesmo ap�s apresentar a sua disserta��o sobre a flora de sempre-vivas na Serra do Cara�a. O motivo foi n�o ter conseguido entregar as corre��es no texto dentro do prazo estabelecido, j� que deu � luz ao filho Caetano, 19 dias ap�s a apresenta��o do trabalho final.
 
A bi�loga conta que engravidou no �ltimo ano do mestrado e que apresentou sua disserta��o com 36 semanas de gesta��o, j� que a ela foi negado o pedido de licen�a maternidade, em decorr�ncia de que o filho nasceria fora do per�odo de reg�ncia da bolsa da Coordena��o de Aperfei�oamento de Pessoal de N�vel Superior (Capes). Isso porque o �rg�o determina que as bolsistas de mestrado gr�vidas t�m direito a quatro meses de licen�a-maternidade, contados ap�s o nascimento da crian�a. 
 
Sendo assim, ela solicitou ao Programa de P�s-gradua��o (PPG) em Ecologia de Biomas a prorroga��o do prazo de entrega da disserta��o, tendo em vista o extremo estresse e as dificuldades do puerp�rio, que tamb�m eram financeiras, uma vez que ela perdeu a bolsa de R$1.500,00 que recebia do mestrado. "A resposta foi muito clara: eu n�o tinha direito � licen�a maternidade, e deveria trabalhar com o tempo que tinha", relembra.
 
Como consta no manual do aluno dispon�vel na p�gina do PPG, o prazo � improrrog�vel para a entrega da vers�o definitiva da disserta��o e submiss�o do artigo. Ou seja, caso essa determina��o n�o seja cumprida, o estudante n�o tem direito ao t�tulo de mestre, por mais que ele tenha feito todo o curso. Ambar tamb�m � propriet�ria, junto com o marido, de uma pizzaria em Lavras Novas, que sofreu com o impacto da pandemia. Ent�o, em decorr�ncia das dificuldades da maternidade e financeiras, n�o conseguiu terceirizar os cuidados com o filho e com a rotina dom�stica. 
 
Assim, foi impossibilitada de entregar as corre��es a tempo, tendo o seu caso encaminhado ao Colegiado do PPG. Contudo, como o caso n�o se enquadra nas resolu��es da universidade, ele foi encaminhado ao setor jur�dico, que determinou que a resolu��o seria do pr�prio Colegiado.
 
Enquanto as decis�es estavam em curso, a bi�loga conseguiu entregar a vers�o definitiva da disserta��o e submeter o artigo, tudo antes da reuni�o na qual o Colegiado julgaria sobre o seu t�tulo. Ainda assim, ela teve o direito ao t�tulo de mestre negado.
 
No in�cio da semana, Ambar fez uma publica��o em seu perfil no Instagram, relatando toda a sua hist�ria, no intuito de sensibilizar pessoas para pressionarem a UFOP para a obten��o do t�tulo. Rapidamente, o relato ganhou repercuss�o, inclusive sendo apoiado por personalidades como a deputada federal �urea Carolina (Psol/MG), a m�dica e cantora J�lia Rocha, a escritora Tha�s Vilarinho, a doutora Ligia Moreiras, a doula Polly do Amaral e a comunicadora Giovanna Nader. 
 
Com essa repercuss�o, ela espera conseguir, de volta, o seu t�tulo, t�o importante para o seu curr�culo profissional. Para a bi�loga, "as oportunidades de emprego s�o ainda maiores quando se tem t�tulos de mestrado e de doutorado, ainda mais sendo m�e".
 
"Eu vou lutar, recorrer da decis�o e fazer tudo o que for poss�vel por esse t�tulo de mestre. Pois ele � meu, por direito!", destaca.
 


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