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Estado de Minas Viol�ncia no tr�nsito

BR-040: problemas da estrutura das pistas � imprud�ncia

Os relatos de quem se arrisca diariamente no segmento mineiro da rodovia mais letal do pa�s, segundo a Pol�cia Rodovi�ria Federal


26/06/2022 04:00 - atualizado 26/06/2022 07:42

Adriano, que teve veículo danificado
Adriano, que teve ve�culo danificado, critica postura de carreteiros (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


Os perigos que levaram muitas fam�lias a chorar as v�timas do segmento mineiro da BR-040, a mais letal do pa�s segundo a PRF, com um morto a cada 12 acidentes, s�o tamb�m parte das hist�rias acumuladas pelo operador de guincho Adauri Barbosa, de 50 anos, 33 deles socorrendo v�timas de desastres e panes na rodovia entre BH e o Rio. “O que tinha de ser feito era um tra�ado novo. A duplica��o que fizeram nos anos 1990 e 2000 engoliu os canteiros e acostamentos para fazer mais uma pista. Uma falsa duplica��o, que n�o resolveu os problemas”, critica o motorista baseado em Congonhas, na Regi�o Central.

Para ele, os segmentos mais perigosos no trecho em que trabalha s�o as fortes descidas com curvas longas e fechadas, como a Curva da Celinha (em Itabirito) e a do Pires (Bairro de Congonhas). “Ali, j� ocorreram desastres com muitos mortos envolvendo diversos caminh�es e carros. As carretas pesadas v�o freando, mas o freio esquenta muito e quando os outros carros reduzem, v�o sendo arrastados e o caminhoneiro n�o d� mais conta de virar. Vai tombando com carga e levando tudo o que tem na frente”, conta.

CR�TICAS TROCADAS

O carro do operador de produ��o Adriano dos Reis Amaral, de 34, n�o resistiu a uma das armadilhas da BR-040 em mais uma de suas viagens de BH, onde mora, para o s�tio, em Entre Rios de Minas. “J� estava com problemas e agora quebrou o leque. Meu irm�o veio me ajudar a trocar. Tem lugar que ainda tem muitos buracos, apesar de tamparem muitos”, disse. Para ele, o mais perigoso � a alta velocidade das carretas e ve�culos de mineradoras. “Carreteiro n�o respeita os limites e est� sempre com pressa. Quer colar na traseira de carro 1.0 e n�o est� nem a�: se ficar na frente, passa por cima. Vejo muita imprud�ncia, o risco de muita gente entrando e saindo de via vicinal, e em Congonhas ainda tem um trecho que se afunila de repente, e quem n�o conhece pode se acidentar”, alerta o operador.

Caminhoneiro Thiago fala da imprudência
Caminhoneiro Thiago fala da imprud�ncia de motoristas de carro (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


J� o caminhoneiro de Barbacena Thiago Martins, de 36, v� mais imprud�ncia dos condutores de ve�culos leves durante suas viagens entre Belo Horizonte e Juiz de Fora, trecho em que transporta cimento e argamassa. “Depois dos radares, as pessoas aceleram demais. A� n�o conseguem fazer as curvas. Quando chove � ainda pior; se serenar, eu at� espero para viajar. Os carros pequenos s�o os piores. Um amigo fraturou a clav�cula e o bra�o agora, quando um desses motoristas n�o conseguiu fazer a curva, reduziu na frente dele e ele teve de tirar a carreta e tombar para n�o matar a fam�lia”, conta. “As pessoas deveriam ter mais consci�ncia e respeitar os limites. Se andassem dentro da lei, n�o teriam problemas”, afirma.

O pre�o de correr risco

Operador de guincho Adauri
Operador de guincho Adauri v� perigo para todos nas pistas (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


Pelo direito de percorrer o trecho de 850 quil�metros da BR-040 entre Sim�o Pereira e Paracatu e se arriscar nas armadilhas do percurso mais letal das rodovias brasileiras, o motorista desembolsa R$ 64,80 apenas em ped�gio – praticamente R$ 130 se fizer o percurso em ida e volta. Concession�ria que administra o trecho de 771 quil�metros entre Jo�o Pinheiro e Juiz de Fora, com nove pra�as de cobran�a no percurso e tarifa de R$ 5,80 para ve�culos comuns em cada uma delas, a Via-040 deixa claro que, devido ao processo de devolu��o do segmento, n�o far� mais obras de duplica��o, mantendo os 189 quil�metros duplos existentes (24,5% da estrada).

A concession�ria sustenta que houve redu��o dos acidentes e mortes desde que iniciou sua administra��o, com queda de �bitos de 178 antes de sua gest�o, em 2013, para 117, em 2021 (o Anu�rio Estat�stico da PRF considera 145). De acordo com a empresa, v�m sendo realizadas melhorias no pavimento, na sinaliza��o horizontal e vertical, nos sistemas de drenagem, implanta��o de defensas met�licas e barreiras de concreto, al�m da amplia��o da capacidade do sistema vi�rio, como implanta��o de passarelas e duplica��o de trechos, “que proporcionam condi��es mais seguras para os usu�rios”.

Radar mostra carretas pesadas ultrapassando em 50% o limite de velocidade em trecho próximo a Nova Lima
Radar mostra carretas pesadas ultrapassando em 50% o limite de velocidade em trecho pr�ximo a Nova Lima (foto: Fotos: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


Segundo a concession�ria, “mais de 1.800 quil�metros de pavimento foram recuperados, feitos 46.000 metros de sistemas de drenagem, instaladas ou substitu�das 29.500 placas, mais de 330 taludes recuperados”, entre outras interven��es.

J� a Concer, que administra o trecho entre juiz de Fora e o Rio de Janeiro e cobra tarifa mais cara – R$ 12,60 – afirma que os 180 quil�metros  sob sua responsabilidade s�o duplicados, incluindo os 54 quil�metros do trecho mineiro, que abrange Juiz de Fora, Matias Barbosa e Sim�o Pereira.  Acrescenta que a rodovia � devidamente sinalizada e conta com monitoramento remoto e presencial por meio de inspetores, 24 horas por dia. “A Ger�ncia de Opera��o da concession�ria endossa a avalia��o da Pol�cia Rodovi�ria Federal e de outros organismos, de que a imprud�ncia, a imper�cia e a neglig�ncia respondem por n�mero expressivo das ocorr�ncias de tr�nsito registradas em rodovias federais”, conclui.


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