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Estado de Minas MINAS GERAIS

M�dico � condenado a 51 anos de pris�o por estuprar nove mulheres

Investiga��es come�aram em 2016, quando duas pacientes denunciaram o m�dico por abusos sexuais. Defesa sustenta inoc�ncia e alega que a pris�o foi arbitr�ria


11/08/2022 16:36 - atualizado 11/08/2022 16:36

foto mostra delegados em entrevista coletiva em Montes Claros
Delegada Karine Maia (ao centro) anunciou a condena��o de m�dico em Montes Claros (foto: Luiz Ribeiro/DA Press)
Um m�dico dermatologista foi preso na noite dessa quarta-feira (10/8), em Montes Claros, no Norte de Minas, depois de ter sido condenado pela Justi�a, em primeira inst�ncia, a 51 anos de reclus�o pela acusa��o de estuprar nove pacientes.  

 

As investiga��es foram iniciadas pela Pol�cia Civil em 2016, quando duas pacientes denunciaram o m�dico por abusos sexuais. A defesa dele sustenta inoc�ncia e alega que a pris�o foi arbitr�ria.

 

Por ter sido uma decis�o da Justi�a em primeira inst�ncia, o dermatologista L. W. F. teria direito de recorrer em liberdade. Por�m, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (11/8), a delegada Karine Maia, da Delegacia Especializada de Atendimento �  Mulher (DEAM) de Montes Claros, afirmou que a pris�o preventiva foi decretada pelo juiz em atendimento a pedido do Minist�rio P�blico Estadual (MPMG) por “quest�es processuais”, alegando n�o saber quais.

 

Por sua vez, o advogado Nestor Rodrigues, que defende o m�dico, alegou que o seu cliente � inocente, que, segundo ele, foi v�tima de persegui��o por parte das autoridades envolvidas na investiga��o, contra as quais anunciou que vai recorrer em “inst�ncias superiores e ajuizar a��o em �rg�os de corregedoria”.

 

A delegada Karine Maia afirmou, no entanto, que a investiga��o seguiu procedimentos corretos e n�o quis comentar as acusa��es do advogado. Rodrigues tamb�m anunciou que vai entrar com recurso no Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) para tentar o relaxamento da pris�o preventiva do m�dico.

 

Em junho de 2016, o dermatologista foi denunciado por duas pacientes, que s�o primas, de 21 e 23 anos. As duas supostas v�timas alegaram que foram abusadas pelo m�dico depois de terem sido sedadas no consult�rio dele, onde compareceram para fazer tratamento est�tico. Outras mulheres tamb�m foram ouvidas e, segundo a delegada Karine Maia, refor�aram as den�ncias de abusos. 

 

Na ocasi�o, o especialista denunciado chegou a ser preso temporiamente, mas foi solto e passou a responder o processo em liberdade. Ao ser solto, ele voltou a atender em seu consult�rio, j� que o seu registro no Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) foi mantido.

 

As investiga��es continuaram, com o processo judicial em segredo de Justi�a. Na noite de quarta-feira, ap�s a senten�a condenat�ria, o m�dico foi preso em seu consult�rio, no Centro de Montes Claros, e levado para o Pres�dio Regional da cidade.

 

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, ao lado dos delegados  Jurandir Rodrigues (chefe do 11º Departamento de Policia Civil) e Herilvelton Ruas (regional), a delegada Karine Maia afirmou que a Justi�a da Primeira Inst�ncia confirmou na �ntegra o indiciamento feito pela Policia Civil, a partir do inqu�rito.

 

Ela afirmou que, com base nas investiga��es, o m�dico foi indiciado pela acusa��o de estupro de vulner�vel de seis pacientes (pelo fato de as supostas v�timas terem sido sedadas) e pelo estrupo de tr�s v�timas mediante fraude – “neste caso, por recorrer a uma situa��o  m�dica, com objetivo de cometer atos libidinosos”, sem o uso de sedativos.

 

Karine Maia afirmou que, al�m das v�timas prestarem depoimentos na delegacia, foram juntadas no inqu�rito provas contra o m�dico como fotos de partes �ntimas das mulheres encontradas no computador do consult�rio dele e exames de corpo de delito nas v�timas feitos no Instituo M�dico Legal (IML).

 

Segundo ela, as investiga��es conclu�ram que o m�dico teve “conjun��o carnal”, incluindo sexo anal, com as seis pacientes enquanto elas estavam sedadas e tr�s v�timas eram virgens antes dos abusos.

 

A delegada disse que o dermatologista usou pretextos para abusar sexualmente das mulheres em seu consult�rio, onde atuava sozinho.

 

“Em um dos casos, ele alegou para a v�tima que os exames laboratoriais dela estavam alterados e precisava olhar o clit�ris para ver se estava aumentado. Ela ficou um pouco resistente, mas falou: ‘ent�o t�’. Ele colocou a menina em posi��o ginecol�gica, sem luvas e ficou analisando, manipulando o clit�ris dela, ´para ver se estava crescido' porque era importante para o atendimento dele”, relatou Karine Maia.

 

DEFESA APONTA 'FRAUDE PROCESSUAL' E 'PERSEGUI��O'

 

Nestor Rodrigues, defensor do m�dico dermatologista, aponta que houve “fraude processual” e “persegui��o” ao seu cliente, que, segundo ele, � inocente.

 

O advogado sustenta que o m�dico n�o abusou de suas clientes. “Ele adotou procedimentos comuns, que s�o os mesmos usados por todos os profissionais nos tratamentos relacionados � est�tica, como cirurgia pl�stica e procedimentos dermatol�gicos. Tanto � assim, que o CRM-MG reconheceu isso e absorveu o meu cliente por unanimidade”, alega.

 

Nestor Rodrigues tamb�m alegou que as fotos de partes �ntimas das pacientes encontradas no computador do m�dico “s�o comuns em procedimentos m�dicos e s�o para avaliar o tratamento, seja de progress�o ou regress�o”.

 

“A defesa recebe com absoluta surpresa e indigna��o, a condena��o consubstanciada em recursos estranhos ao processo, uma pena extremamente injusta”, afirmou o advogado.

 

Ele rebate a informa��o de que laudos de per�cias do IML tenham sido usados como provas contra o m�dico. “A  palavra da suposta v�tima t�o somente n�o embasa uma condena��o. Condena��o � (precisa de) prova concreta”, assegurou o advogado.

 

O defensor considerou ainda que a senten�a proferida contra o m�dico � “absurda” e que vai recorrer �s inst�ncias superiores para anular a decis�o do juiz de primeira inst�ncia e colocar seu cliente em liberdade. 

 

 


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