
Os m�dicos disseram � m�e que encontraram v�mito e p� de caf� no pulm�o do estudante. O hospital acionou a Pol�cia Civil e registrou boletim de ocorr�ncia ap�s identificarem resqu�cios de lubrificante no seu �nus.
O jovem, natural de S�o Lu�s, no Maranh�o, entrou no curso de Engenharia Mec�nica da Universidade Federal de Ouro Preto em 2021, durante a pandemia. Em fevereiro de 2022, com o retorno das aulas presenciais, ele se mudou para a cidade mineira e se instalou na Rep�blica Sinagoga, uma das Rep�blicas Federais que s�o propriedade da universidade autogestionadas pelos estudantes.
Ele teve que trancar o curso pelas sequelas f�sicas e psicol�gicas do abuso, e voltou para S�o Lu�s. Segundo a m�e, ele est� muito abatido e foi diagnosticado com Transtorno de Estresse Agudo. O jovem est� com queda de cabelo, perdeu parcialmente o movimento do p� esquerdo e desenvolveu problemas card�acos.
Justi�a
A m�e do estudante disse que vai entrar na justi�a contra os membros da rep�blica respons�veis pelo trote e contra a universidade, que � respons�vel pela casa. Segundo ela, os m�dicos disseram que casos como o que aconteceu com seu filho s�o recorrentes nas rep�blicas da regi�o.
Ela conta que foi at� Ouro Preto quando soube do que tinha acontecido, mas s� entendeu a gravidade da situa��o ap�s os relatos dos m�dicos. Foi quando ela questionou os outros moradores da rep�blica e eles admitiram que tinham submetido o jovem ao “trote”.
Inicialmente, a fam�lia e os moradores da casa fizeram um acordo para que o caso n�o fosse relatado � universidade, onde o trote � proibido. Os estudantes prometeram arcar com os gastos do tratamento, e pagaram as passagens do pai e da m�e do jovem agredido, al�m da quantia de R$ 900.
Mas logo a postura dos estudantes mudou, e eles pararam de ajudar financeiramente a fam�lia. Em seguida, eles enviaram uma carta � m�e acusando o jovem de uso de drogas e de ter assediado tr�s mulheres. A m�e contesta essa vers�o, e aponta que o exame toxicol�gico realizado no hospital deu negativo. “Se meu filho fez isso, assediou essas meninas, eu quero que elas provem”, comentou.
A Pol�cia Civil de Minas Gerais foi questionada sobre a investiga��o, mas n�o respondeu at� o fechamento da mat�ria.
UFOP
A Rep�blica Sinagoga, onde ocorreu o “trote”, � uma das rep�blicas federais que integra o sistema de moradias da UFOP. Em Ouro Preto, s�o 59 rep�blicas desse tipo, espalhadas pelo centro hist�rico da cidade.
A universidade respondeu, em nota, que tomou conhecimento da situa��o e que ser�o tomadas as medidas administrativas cab�veis. Leia na �ntegra:
“Na quarta-feira (19), a Universidade recebeu um e-mail do estudante, que imediatamente foi encaminhado para acolhimento pela equipe t�cnica de moradia e acompanhamento por assistente social. J� solicitamos a ele que encaminhe documentos para que possa ser aberto um processo administrativo disciplinar discente para possibilitar a aplica��o das normas da UFOP, que pro�bem o trote, de acordo com a Resolu��o Cuni nº 1.870. Segundo o mesmo documento, a pr�tica de trote implicar� aplica��o de penalidades de advert�ncia, suspens�o ou desligamento. Quest�es relativas a penaliza��es que a Universidade pode receber devem ser respondidas pela Advocacia-Geral da Uni�o (AGU).”
Os membros da Rep�blica Sinagoga n�o foram localizados, e a p�gina do Instagram da casa foi exclu�da.