
Uma t�cnica em enfermagem, funcion�ria do Hospital de Cl�nicas da Universidade Federal do Tri�ngulo Mineiro (HC-UFTM), publicou em suas redes sociais, no in�cio da noite de ontem (20/10) um emocionante relato sobre o desgastante trabalho da profiss�o e tamb�m um desabafo a respeito de como o hospital lida com os profissionais da �rea da sa�de que pedem afastamento por problemas psiqui�tricos e psicol�gicos.
Ela come�a o texto da seguinte forma: “T� vendo o sorriso na foto? Esse sorriso deixou de existir. A medida que ele foi se apagando eu fui adoecendo”, lamentou a profissional, que come�ou a trabalhar no HC- UFTM em 2008 e atuou durante seis anos no ber��rio de cuidados intensivos.
“Quando passei no concurso da Empresa Brasileira de Servi�os Hospitalares assumi meu trabalho na UTI neo/ped; a� era s� intensiv�o mesmo. Me adaptei rapidamente porque ainda era setor materno infantil, p�blico que eu amo trabalhar.”
Em seguida, a t�cnica de enfermagem desabafou: “Mas ningu�m me falou que eu n�o teria desgaste f�sico, mas que teria um desgaste emocional com danos. Ningu�m me falou e ningu�m v� e cuida disso. Tenho colegas que surtaram, outras que se afastaram do trabalho com atestado psiqui�trico. Eu quase cheguei nessa fase. Gra�as � terapia, que eu busquei h� um tempo, pois n�o temos esse suporte l� no HC, me salvei e tomei uma importante decis�o: EXONERA��O. N�o se engane com o servi�o p�blico, ele te oferece uma estabilidade financeira que n�o compensa a falta de qualidade de vida”.
Por outro lado, a profissional tamb�m agradeceu ao hospital: “Ainda assim sou grata, considero o HC minha segunda casa e uma grandiosa escola. A fam�lia que formei l� dentro s� tenho a agradecer, amizades preciosas. Aos pacientes que cuidei, aos familiares que confiaram a mim seus filhos, GRATID�O. Foram intensos 15 anos, que agora me despe�o com miss�o cumprida”.
Resposta do HC-UFTM
O Estado de Minas solicitou ao HC-UFTM um posicionamento sobre o relato de afastamento de profissionais por raz�es psicol�gicas e de que forma a dire��o da unidade de sa�de lida com esse tipo de problema. Por volta das 17h45, a institui��o encaminhou a seguinte nota � reportagem.
O Hospital de Cl�nicas da UFTM informa que o afastamento de colaboradores por motivo de doen�a, incluindo psicol�gicas e psiqui�tricas, ocorre da seguinte maneira:
O trabalhador apresenta atestado m�dico � Unidade de Sa�de Ocupacional do HC dentro do prazo de 24 horas ap�s a emiss�o do documento. Em caso de licen�as superiores a tr�s dias corridos ou intercalados, o colaborador passa pelo atendimento do m�dico do trabalho para averiguar sua condi��o de sa�de, al�m de receber acolhimento com profissional de Servi�o Social e Psicologia. O trabalhador � orientado quanto � rede de atendimento psicossocial do munic�pio, podendo receber sess�es de terapia breves com profissional de Psicologia da Unidade de Sa�de Ocupacional do HC, case manifeste interesse.
No caso dos colaboradores contratados pela Consolida��o das Leis do Trabalho (CLT), afastamentos de at� 15 dias s�o custeados pela empresa (Ebserh). Ap�s isso, s�o custeados pelo INSS (licen�a sa�de). Isso faz parte da legisla��o e independe de vontade ou n�o da empresa. Os afastamentos acima de 15 dias pela mesma patologia ou por aquelas consideradas correlatas dentro do per�odo de 60 dias pelo m�dico do trabalho s�o encaminhados para a avalia��o da per�cia m�dica do INSS para que o colaborador tenha sua incapacidade reconhecida e possa gozar do benef�cio por incapacidade tempor�ria, que ser� custeado por aquele �rg�o.
Caso o colaborador n�o tenha reconhecida a incapacidade laboral, � orientado a apresentar recurso para que tenha o per�odo a partir do 16.º dia at� a data do retorno ao trabalho custeado pelo INSS.
Quando o colaborador n�o possui todos os requisitos exigidos pelo INSS para pleitear o benef�cio por incapacidade tempor�ria, n�o haver� pagamento tanto pelo INSS quanto pela empresa, por�m no assentamento individual do colaborador n�o haver� falta no per�odo por estar respaldado em atestado m�dico.
Em casos de afastamentos psiqui�tricos, ou quest�es psicol�gicas, a Unidade de Sa�de Ocupacional do HC conta com psic�loga que pode fazer acolhimento, atendimento e ainda encaminhar para outras linhas de cuidado. Da mesma maneira, a Psicologia na �rea de Gest�o de Pessoas pode ser demandada para acolhimento, atendimento inicial e encaminhamento. H� parceria com a UFTM, do curso de Psicologia, para atendimento dos funcion�rios tamb�m.
No caso de um funcion�rio Regime Jur�dico �nico, regido pela Lei 8.112/1990, o caminho � diferente, pois ele possui o departamento espec�fico para acompanhamento na universidade, tamb�m com equipe multiprofissional para acompanhar o servidor.
� importante ressaltar que a Ebserh � regida pela CLT e deve seguir os tr�mites impostos por ela. Por fim, em caso de solicita��o de desligamento da Empresa, sempre � orientado ao funcion�rio no ato de solicitar o desligamento que passe antes pela psicologia da Gest�o de Pessoas para que seja investigado se h� algo que possa ser feito, uma vez que a institui��o preza que uma eventual decis�o nesse sentido n�o ocorra por impulso.