V�deo: Tamandu�-mirim ganha cadeira de rodas

Uma jovem tamandu�-mirim, que chegou no Hospital Veterin�rio da Uniube (HVU), em Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, com suspeita de atropelamento, ganhou uma cadeira de rodas.

A cadeira foi produzida pelo m�dico-veterin�rio Gustavo Delfino Xavier, professor do curso de p�s-gradua��o em Terapias Integrativas ao Uso de C�lulas-Tronco no Tratamento de Doen�as em Animais, da Uniube.

A tamandu�, apelidada de Tamires e Tat�, foi enviada para Uberaba em agosto deste ano pelo Instituto de Pesquisa da Vida Silvestre no Cerrado (IPEVIS), situado em Catal�o (GO).

Segundo informa��es divulgadas pelo aluno do 8° per�odo e respons�vel pelo setor de animais silvestres do HVU, Henrique Imada, quando o animal chegou do IPEVIS foi detectada uma altera��o na sua coluna e no seu cotovelo, o que resultou em uma paralisia dos membros e cauda. Desta forma, a tamandu�-mirim n�o poder� ser devolvida para a natureza.

"Quando chegou, ainda bem debilitada, a Tat� passou por avalia��o cl�nica, fez exames de radiografia, e foi detectado que o problema dela na verdade era uma altera��o na coluna e uma fratura no cotovelo", contou Imada.

Ele disse que o animal est� se recuperando com a ajuda de acupuntura e fisioterapia. “Ela ainda tem um longo caminho pela frente. A tamandu� passar� por mais exames, como de raio-X, mielografia (para avalia��o da medula espinhal); al�m de novo procedimento cir�rgico no �mero (osso do bra�o). Um adendo para o quadro dela seria a possibilidade de estudar o caso de aplica��o de c�lulas-tronco em um tamandu�-mirim, al�m de fisioterapias para complementar o tratamento e aumentar as chances de recupera��o e, quem sabe, ela voltar a andar, sem a ajuda de aparelhos", declarou, com esperan�a.

Segundo o m�dico-veterin�rio Gustavo Delfino Xavier, que j� havia feito 20 cadeiras de rodas para c�es, o pedido da cadeira para a tamandu� partiu da professora de Anestesiologia do HVU, a m�dica veterin�ria Ananda Neves Teodoro e do gerente cl�nico do HVU, o m�dico veterin�rio Cl�udio Yudi. “Por j� ter confeccionado outras cadeiras, inclusive para um c�o meu que era paral�tico, eles me pediram apoio. Essa � a primeira vez que fa�o para um tamandu�-mirim. Foi um prazer. Como eu j� tenho conhecimento a partir das cadeiras feitas para c�es, bastou adaptar a anatomia do paciente e estruturar a cadeira de rodas”, destacou.

 

De acordo com a professora de anestesiologia do HVU, Ananda Neves Teodoro, a tamandu�-mirim, devido � paralisia, ela tinha reten��o urin�ria causada pela paralisia dos nervos e acabou desenvolvendo uma cistite, um processo grave de hemoparasitose e tamb�m um processo grave de verminose.

“O que culminou na queda da imunidade dela e causou um processo grave de anemia. Ent�o, tivemos que retirar o sangue dela �s pressas, fazendo uma xenotransfus�o (dar sangue de uma esp�cie para outra esp�cie); neste caso retirando o sangue de um tamandu� bandeira e passando para um tamandu�-mirim; isso nunca foi relatado em literatura e ela sobreviveu. Nesse dia, ela ficou hipotensa e hipoglic�mica, e tivemos que monitorar ela em esquema de UTI, em plant�o durante a noite toda”, destacou.