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Estado de Minas VACINA DA UFMG

COVID: UFMG d� in�cio aos testes cl�nicos de vacina 100% brasileira

Primeiro imunizante desenvolvido com tecnologia e insumos totalmente nacionais deve ser comercializado em 2024


25/11/2022 11:49 - atualizado 25/11/2022 19:25

voluntário sendo vacinado
Jo�o Vitor Rodrigues, de 24 anos, foi o primeiro volunt�rio a receber a vacina SpiN-Tec MCTI UFMG (foto: UFMG/ Divulga��o )
A primeira vacina brasileira contra COVID-19 come�ou a ser testada em humanos nesta sexta-feira (25/11). A expectativa � que o imunizante, desenvolvido pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas), da UFMG, esteja dispon�vel para o p�blico a partir do primeiro semestre de 2024.

At� l�, os testes cl�nicos seguem em tr�s etapas. As duas primeiras fases, que ocorrem em Belo Horizonte, envolvem 432 volunt�rios. O cadastro foi aberto no dia 17 de novembro. Em menos de dez dias, mais de mil pessoas se inscreveram para participar.

O primeiro a tomar a vacina SpiN-Tec foi o estudante Jo�o Victor Rodrigues Pessoa Carvalho, de 24 anos, mestrando em microbiologia da UFMG. Ele se voluntariou assim que ficou sabendo do projeto. Para ele, esse era o seu dever como cidad�o.

"Ainda estou tentando entender o que aconteceu, o tamanho disso tudo, � um marco para ci�ncia brasileira, � muito importante", declarou em coletiva de imprensa na manh� desta sexta-feira (25/11).

Os testes iniciais devem ser conclu�dos no meio do ano que vem. Terminadas as primeiras fases, o grupo que desenvolve a SpiN-Tec enviar� os relat�rios do estudo para a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), que dar� aval para a terceira e �ltima etapa, que devem envolver mais de 4 mil volunt�rios de v�rias partes do Brasil.


Somente ap�s esse processo � que o imunizante chegar� ao mercado e � popula��o. "A fase 3 deve ir at� primeiro semestre de 2024 e, a� sim, n�s vamos trabalhar simultaneamente com a Funed e os setores privados para ela entrar no mercado j� em 2024", aponta o coordenador do projeto e do CTVacinas da UFMG, Ricardo Gazzinelli.

O recrutamento de volunt�rios est� aberto no site da UFMG. Os interessados devem ter entre 18 e 45 anos, ter recebido as duas doses iniciais de CoronaVac ou AstraZeneca e uma ou duas doses de refor�o com Pfizer (h� pelo menos 9 meses) ou AstraZeneca (h� pelo menos 6 meses).

evento na UFMG
(foto: Ed�sio Ferreira/ EM/ D.A Press)

Novas variantes

 

Os pesquisadores envolvidos no projeto apostam que a vacina ser� mais efetiva contra as novas variantes da doen�a. "Hoje temos variantes que escapam � resposta imune das vacinas atuais. Esse � o grande desafio. Como fazer uma vacina multivalente, capaz de controlar essas diferentes variantes", destaca Gazzinelli.

Ao contr�rio das vacinas dispon�veis hoje no mercado, a SpiN-Tec n�o usa somente as prote�nas do v�rus SARS-CoV-2. "Nossa estrat�gia foi um pouco diferente. Inclu�mos na vacina uma prote�na que � conservada, ou seja, ela n�o varia de variante para variante. A nossa expectativa � que, com isso, a SpiN-Tec seja capaz de reconhecer as diferentes variantes", explicou.

Os exames pr�-cl�nicos j� comprovaram que o imunizante � eficaz contra as variantes da COVID-19. "As vacinas atuais usam um peda�o do v�rus original e um peda�o do v�rus da variante. Mas a� quando aparece uma nova variante n�o se sabe como a vacina vai se comportar", compara Gazzinelli.

Ele enfatiza, por�m, a necessidade de aguardar o resultado dos testes. "Eu sempre gosto de enfatizar que a ci�ncia � um passo a passo. J� � um grande feito, mas n�s temos que aguardar", aponta o pesquisador.


Primeira vacina 100% brasileira


A SpiN-Tec � a primeira vacina desenvolvida com tecnologia e insumos totalmente nacionais. O projeto recebeu quase R$ 500 milh�es de aportes p�blicos, sendo R$310 milh�es do Minist�rio de Ci�ncia e Tecnologia e Inova��o (MCTI) e cerca de R$30 milh�es da Prefeitura de Belo Horizonte.

O investimento � o ponta p� inicial para o Brasil dominar a cadeira de produ��o de imunizantes. "� um legado muito significativo que extrapola a UFMG. S� foi poss�vel chegarmos a esse marco hist�rico com o engajamento de todos os envolvidos", disse o ministro do MCTI, Paulo Alvim, enaltecendo os esfor�os da comunidade cient�fico-acad�mica.

Pesquisa come�ou em 2020


Os primeiros estudos da SpiN-Tec come�aram em novembro de 2020. Nos testes pr�-cl�nicos, feitos em animais, a vacina n�o gerou efeitos colaterais adversos e demonstrou capacidade de produ��o de anticorpos.

A testagem em humanos foi autorizada pela Anvisa em outubro e tem o objetivo de obter evid�ncias quanto � efic�cia e � seguran�a do imunizante, al�m de descobrir eventuais rea��es adversas.

Benef�cios nacionais

Segundo o infectologista Jos� David Urbaez Brito, da Sociedade Brasileira de Infectologia no Distrito Federal, a novidade tecnol�gica da vacina garante um passo a mais para o pa�s. “A vacina tem dois componentes, a prote�na S e N. A Coronavac, por exemplo, usa o v�rus completo inativado, mas devido � isso, pode ter menos prote��o. J� a Pfizer, AstraZeneca e Moderna, funcionam com a S, uma chave que entra na c�lula. No caso da UFMG, as duas s�o usadas e isso caminha conforme o desenvolvimento de outras vacinas do mundo, contra o Sars-Cov-2”, explica.

 

Ele destaca que a independ�ncia de empresas privadas � um benef�cio. “Quando a tecnologia � de uma universidade, o pa�s vai produzir com a expectativa de sa�de p�blica, n�o do ponto de vista de mercado, como � para as farmac�uticas. N�o h� depend�ncia tecnol�gica”.

 

Urbaez finaliza afirmando que, indiferente da vacina, todas s�o seguras. “� a principal arma no combate de uma doen�a como a COVID-19. Temos que aplaudir a produ��o nacional, que apesar de tudo, conseguiram resultados. Assim, vemos a for�a de um corpo cient�fico nacional e como este compra as quest�es de sa�de p�blica”. 


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