
“Caro assassino de gatos, a lei do retorno n�o falha.” A grande faixa que vai de um lado a outro da rua Ant�nio Dias, no Bairro Santo Ant�nio, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, se destaca entre as �rvores e pr�dios.
Para quem anda pela rua com maior aten��o, tamb�m � poss�vel ver um cartaz preso num poste: “N�o adianta ir na igreja e matar gato envenenado”.
Os protestos, de acordo com moradores que passavam pela tranquila rua, foram colocados no �ltimo dia 25 de dezembro, no Natal, e se devem a recentes mortes de gatos por envenenamento. Nos �ltimos tempos, foram cinco.
Um vigia da rua afirmou que a faixa e o cartaz foram colocadas por uma mulher que mora nas proximidades e que costuma alimentar os gatos, ap�s as mortes. Ele n�o soube identific�-la, mas afirmou que ela passa pelas ruas do bairro diariamente, no in�cio da noite, e deixa ra��o para os animais.
A informa��o foi confirmada por outras pessoas que transitavam pelo local, apesar de outras afirmarem que a faixa “simplesmente apareceu” e que n�o sabem de onde ela veio.

Preocupa��o com gato de estima��o
Juliana Nunes, cabeleireira e moradora da rua Ant�nio Dias contou que j� se deparou com um gato v�tima de maus-tratos no local. “Encontrei um em um dia que eu cheguei bem tarde em casa. Ele estava muito machucado, muito machucado. Morto ainda n�o vi.”
Ela afirmou que a rua tem muitos gatos e ressaltou que a faixa pode ser importante para chamar a aten��o das pessoas. “A conscientiza��o das pessoas tem que tomar outro vi�s. Se a pessoa n�o pode fazer nada para ajudar, para prejudicar tamb�m n�o deve.”
Dona de um gato, Juliana demonstrou preocupa��o com a situa��o, apesar de seu animal de estima��o n�o ir para as ruas. “Ele n�o foge. Se colocassem (veneno) seria na minha �rea externa e ele vai ali. Ent�o eu fico preocupada com isso”.

Inc�modo com a faixa
Uma outra moradora, que pediu para n�o ser identificada, afirmou ter achado inconveniente a coloca��o da faixa. Segundo ela, o local onde foi instalada a mensagem, bem pr�ximo de sua resid�ncia, pode causar uma falsa impress�o de que quem mora nas casas ou � o autor do protesto ou � quem maltrata os gatos.
“Aqui por perto os vizinhos gostam de gatos, eles colocam comidinhas, os vigias tamb�m colocam alimenta��o para eles. Ent�o eu me assustei quando vi (faixa). Eu achei desgrad�vel porque passa uma impress�o errada. Mas vi que eles colocaram aqui porque quiseram usar os galhos da �rvore em frente para esticar a faixa”.
Para a moradora, conversar diretamente com quem envenenou os animais seria uma solu��o melhor que colocar uma faixa. Segundo ela, isso pode causar uma generaliza��o, fazendo parecer com que pessoas que n�o tem nada a ver com o caso estejam envolvidas.
Sobre os envenenamentos, ela se mostrou indignada. “� um absurdo. A gente tem que transmitir o amor aos animais”.
Moradores da rua disseram n�o saber se houve registro de Boletim de Ocorr�ncia neste caso.
O que fazer em casos de maus-tratos aos animais
Procurada pelo Estado de Minas, a Companhia de Pol�cia Militar de Meio Ambiente em BH orientou que, em caso de maus-tratos aos animais, se procure o Disque Den�ncia, pelo n�mero 181, com o m�ximo de informa��es poss�vel. O anonimato � garantido.
M�nica Nunes, do Grupo Amor em Patas (GAEP), afirmou que nesse tipo de situa��o � importante registrar o Boletim de Ocorr�ncia e procurar �rg�os de prote��o aos animais para orienta��o. Al�m disso, ela destacou que tamb�m � necess�rio procurar ve�culos de imprensa para divulgar os casos de maus-tratos e, assim, inibir os agressores.
Lei Federal 9.605/98 – dos Crimes Ambientais
O Art. 32º da Lei Federal 9.605/98, dos Crimes Ambientais, define que � crime “Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, dom�sticos ou domesticados, nativos ou ex�ticos. A pena � de deten��o, de tr�s meses a um ano, e multa.
- 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experi�ncia dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins did�ticos ou cient�ficos, quando existirem recursos alternativos.
- 2º A pena � aumentada de um sexto a um ter�o, se ocorre morte do animal.