
O “autor intelectual” e outras quatro pessoas envolvidas no crime foram indiciadas por homic�dio triplamente qualificado, por motivo torpe, utilizando meio cruel mediante trai��o e emboscada. O assassinato ocorreu em 13 de dezembro, dia do desaparecimento do advogado, cujo corpo foi encontrado no dia 19 de dezembro, concretado no quintal de uma casa.
O crime alcan�ou grande repercuss�o e o inqu�rito do caso foi conclu�do ter�a-feira (17/1). Segundo a Pol�cia Civil, a motiva��o do assassinato est� relacionada com a agiotagem que era praticada pelo advogado.
A delegada Franciele Drumond, que presidiu o inqu�rito, explicou que o amigo �ntimo de Alexandre Barra intermediava empr�stimos feitos pelo advogado com juros abusivos. Ele pegava dinheiro emprestado com a v�tima com juros de 10% a 20% ao m�s e repassava para outros devedores com taxas acima de 40%.
Segundo a delegada, o autor intelectual do homic�dio, identificado apenas pela inicial F., de 35 anos, convenceu os outros quatro envolvidos a participarem do crime, considerando que eles deviam empr�stimos ao advogado.
Para isso, usou o argumento de que, com a morte de Alexandre Barra, eles teriam redu��o dos valores das d�vidas e dos juros.
De acordo com Franciele Drumond, um envolvido devia cerca de R$ 200 mil de empr�stimos captados junto ao advogado (montante principal e corre��o). Outros dois participantes do crime deviam R$ 40 mil e R$ 35 mil, respectivamente. Com a morte de Alexandre, explicou a delegada, o amigo dele e intermediador dos empr�stimos poderia ficar com todo dinheiro.
O advogado Alexandre Mauro Barra Oliveira desapareceu em Montes Claros no dia 13 de dezembro de 2022. Dois dias depois, o carro dele, uma caminhonete Toro, foi encontrado abandonado na garagem de um motel em Contagem, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.
Na noite de 19 de dezembro, o corpo da v�tima foi localizado no quintal de uma casa no Bairro Independ�ncia, em Montes Claros. O corpo tinha sido concretado.
Como foi o crime
De acordo com a delegada Franciele Drumond, Alexandre Barra foi atra�do pelo seu amigo F. at� uma casa no Bairro Carmelo. Chegando � resid�ncia, o advogado foi rendido, junto com seu amigo, por outros tr�s homens.
“A rendi��o era uma simula��o, porque depois que colocaram um pano na cabe�a da v�tima, o amigo ajudou tamb�m na execu��o do crime”, afirma a policial. Ela explica que o advogado foi enforcado no mesmo local, no segundo pavimento da casa.
Em seguida, o corpo foi arrastado por uma escada, colocado no porta-malas de um carro e levado ao quintal da casa no Bairro Independ�ncia (perto do Bairro Carmelo), onde foi concretado.
'Ato falho' ajudou desvendar homic�dio
A respons�vel pelo inqu�rito disse que, logo ap�s o sumi�o do advogado, o amigo �ntimo dele compareceu � delegacia para “denunciar” o desaparecimento, em companhia da m�e e da namorada de Alexandre Barra.
“Inclusive, ele as consolou falando que iria ajudar na localiza��o do advogado”, revelou Franciele Drumond.
No entanto, um ato falho do “amigo” e “interessado em ajudar a fam�lia” acabou chamando a aten��o da pol�cia e mudou o rumo da investiga��o. Ainda quando o caso estava sendo investigado, o amigo de Alexandre Barra foi ouvido na delegacia.
“Ele estava sendo ouvido como testemunha. Mas, quando perguntado o que estava fazendo na delegacia, ele informou que estava ali para depor a respeito do homic�dio do Alexandre. Isso foi um alerta para a pol�cia porque a gente nem tinha conhecimento de que ele (o advogado) tinha sido morto”, afirmou a delegada Franciele Drumond.