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Estado de Minas CRIMES B�RBAROS

Padre sobre pr�dio de BH: 'B�n��o n�o � cura para sofrimento mental'

Moradores cogitam recorrer � ajuda espiritual em pr�dio marcado por assassinatos cru�is. Padre explica que � preciso ter aten��o t�cnica � doen�as psiqui�tricas


08/02/2023 18:03 - atualizado 08/02/2023 18:40

Prédio no Bairro Sto. Antônio, em BH
Assassinatos causaram medo entre os moradores do pr�dio (foto: �gor Passarini/EM/D.A. Press)
O caso de um pr�dio marcado por dois crimes b�rbaros no �ltimo ano no Bairro Santo Ant�nio, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, tem chamado a aten��o de vizinhos e de outros moradores da capital. Na ter�a-feira (7/2), ap�s um corpo esquartejado ser encontrado em um dos apartamentos do edif�cio, uma cond�mina disse ao Estado de Minas que pretendia chamar um padre para benzer o local. O p�roco do bairro explica que as b�n��os s�o bem-vindas, mas devem ser feitas com cuidado para n�o estigmatizar o sofrimento mental.

No domingo (5/2), o corpo de um homem em situa��o de rua esquartejado foi encontrado e um morador de 23 anos confessou o crime ap�s se internar em um hospital psiqui�trico para tratar uma crise de esquizofrenia. Em maio do ano passado, um homem de 67 anos foi preso ap�s matar um vizinho de 28 anos esfaqueado.

Diante dos dois casos de viol�ncia em menos de um ano, uma moradora disse que procuraria um padre para benzer o pr�dio. A reportagem entrou em contato com o p�roco Gladstone Elias de Souza, que trabalha na par�quia do Bairro Santo Ant�nio. O sacerdote tamb�m � psic�logo e destacou a import�ncia de n�o estigmatizar pessoas com sofrimento mental.

“No caso apresentado, temos que ter dois olhares que se completam, embora distintos. Do ponto de vista espiritual, devemos saber que al�m das realidades vis�veis, existem as realidades invis�veis, portanto espirituais. O outro lado da quest�o � sabermos perceber que os casos narrados falam basicamente de pessoas com sofrimento mental e a� temos que evitar todo o tipo de preconceito. Porque, n�o raras vezes, se cai no excesso de considerar que todas as pessoas que sofrem de esquizofrenia s�o perigosas e que a pessoa que tem sofrimento mental seja de algum modo um psicopata em potencial e isso seria um grave erro. N�o � poss�vel considerar esse tema de modo preconceituoso”, contemporiza.

O padre prossegue ressaltando que pedir b�n��os e a presen�a de um sacerdote no ambiente dom�stico � uma pr�tica comum entre os cat�licos e que faz bem aos fi�is que desejam prote��o e paz espiritual. Contudo, � necess�rio que a pr�tica n�o seja vista como uma cura para doen�as psiqui�tricas.

“Aben�oar � sempre oportuno, por�m devemos evitar o exagero de atribuir ao dem�nio quest�es que s�o muito nossas, humanas, inclusive o sofrimento mental. Pessoas com problemas psiqui�tricos e psicol�gicos graves precisam de tratamento. Evitemos preconceitos que poderiam jog�-las na marginalidade”, avalia.

Gladstone Elias de Souza afirma que n�o foi chamado para benzer o pr�dio em quest�o, mas afirma que fi�is que desejam pedir b�n��os ao ambiente dom�stico devem procurar a secretaria da par�quia mais pr�xima e agendar uma visita. “O ritual b�sico � a  ora��o a Deus pedindo prote��o �s pessoas que l� moram, trabalham ou visitam isso � acompanhado do evangelho e o pedido de intercess�o de anjos e santos.”

Exorcismo


� reportagem, o padre ressaltou que, se chamado para aben�oar o pr�dio, n�o se trataria de um ritual de exorcismo. Ele confirma a cren�a em um mal no plano espiritual pela Igreja Cat�lica, mas reitera a necessidade de evitar excessos ao tratar de casos delicados como os ocorridos no Bairro Santo Ant�nio.

“Existe sim na Igreja Cat�lica o chamado exorcismo, por�m n�o se aplica � situa��o apresentada. A b�n��o pedida trata-se de rogar a prote��o de Deus. N�o h� nenhum sinal de que possa existir naquilo, por mais terr�vel que tenha sido, o caso de um dem�nio. � melhor saber que existem sim realidades espirituais, por�m devemos evitar considerar que tudo seja obra do dem�nio. Isso seria um excesso perigoso. A igreja acredita na exist�ncia do mal, por�m deve-se evitar ficar encontrando dem�nios por toda a parte”, destaca.


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