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Estado de Minas Mobilidade

Motoristas de aplicativos cobram mais estrutura em Confins

Condutores de app relatam falta de estrutura para atender no aeroporto internacional na v�spera do carnaval


17/02/2023 04:00 - atualizado 17/02/2023 09:58
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Carros vinculados a apps aguardam em terreno próximo ao terminal a descida e desembarque
Carros vinculados a apps aguardam em terreno pr�ximo ao terminal a descida e desembarque de passageiros (foto: Fotos: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


Com milhares de turistas come�ando a desembarcar em Belo Horizonte para curtir a folia na rua ou aproveitar as festas no interior do estado, motoristas de aplicativo podem faturar com a chegada de 210 mil passageiros no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Mas a expectativa de mais movimento exp�e uma reivindica��o antiga da categoria: mais infraestrutura e conforto para os profissionais que trabalham no local.

“Aqui j� foi muito pior, precisou fazer inclusive protesto, mas agora est� melhorando. S� que ainda poderiam colocar uma cobertura. N�s ficamos o tempo todo expostos no sol e na chuva, sem conforto. Quando t� calor, nem a gente, nem o cliente d� conta de entrar e ficar no carro”, avalia o motorista Wescley Teles.

Desde 2019, o aeroporto oferece aos motoristas de aplicativo um p�tio para estacionamento, por uma taxa de R$ 5 a cada tr�s horas de perman�ncia. Hoje, o local conta com banheiros, bancos para descanso, tomadas para recarga de celulares e bebedouros. Ainda assim, falta uma �rea coberta para proteger os carros, que ficam horas debaixo do sol e da chuva. A BH Airport, concession�ria que administra o aeroporto de Confins, n�o se posicionou sobre a cobran�a dos motoristas por uma �rea coberta. Antes da pandemia, por�m, a empresa tinha parceria com a Uber para oferecer acesso gratuito ao estacionamento.

Pouco menos de 300 metros do local para os aplicativos fica a estrutura oferecida aos taxistas. O ponto de t�xi tem cobertura para os carros, lanchonete, lava-jato e at� sinuca para as horas vagas. A BH Airport afirma, ainda, que o uso da estrutura � aberto tamb�m aos motoristas de aplicativo. Muitos, por�m, se sentem desconfort�veis em usar o espa�o. A concession�ria diz que j� tem projeto para implanta��o de uma lanchonete no local.

Parado na Rodovia LMG 800, o motorista Leonardo Magnum, de 42 anos, diz que a taxa cobrada no estacionamento, apesar de pequena, acaba pesando no bolso pelo tempo de espera para conseguir corridas na fila virtual dos aplicativos. “S� rodo aqui em Confins. N�o gosto de ficar direto l� no aeroporto, porque cobra, e a gente fica debaixo de sol e de chuva do mesmo jeito. S�o s� tr�s horas, se vencer tem que pagar de novo, sem uma estrutura decente, como � para os taxistas”, afirma.

Restri��o em Confins


A briga para conseguir trabalhar na regi�o vai muito al�m da estrutura no aeroporto. No ano passado, a Prefeitura de Confins restringiu a atua��o de motoristas de aplicativos no munic�pio. A partir da Lei 874/18, os profissionais passam a necessitar de um credenciamento para operar na cidade. O munic�pio tamb�m pro�be que ‘pontos’ de perman�ncia sejam criados na cidade, sob a desculpa de que a cidade � de pequeno porte, com pouco mais de 6 mil habitantes, e n�o teria estrutura para abrigar uma frota t�o grande de ve�culos.

A reclama��o fez com que a Uber restringisse as chamadas vindas do terminal a uma �rea de lote vago, debaixo do sol, sem qualquer estrutura para os motoristas parceiros, conforme mostrou a reportagem do Estado de Minas � �poca. O sindicato v� com preocupa��o essas medidas adotadas pela prefeitura do munic�pio. “Conseguimos reverter essa situa��o, mas � tudo muito desgastante e um confronto desnecess�rio”, afirma Simone Almeida, presidente do Sindicato dos Condutores de Ve�culos que Utilizam Aplicativos do Estado de Minas Gerais (Sicovapp).

A categoria busca a implanta��o de uma lei federal para regulamentar a atividade e evitar esses problemas com os munic�pios. “Essas leis municipais caem por terra com uma lei federal. Essa � a nossa luta. N�o tem condi��es de sairmos de Belo Horizonte e cair em outra lei em Confins, outra em Contagem e por a� vai. � uma coisa totalmente louca. N�s temos tentado di�logo com a prefeitura do munic�pio, mas sem sucesso”, argumenta.

Rafael Gustavo, motorista de APP
Rafael Gustavo prefere aguardar em �rea pr�xima a Confins e quer fazer renda extra nos quatro dias de folia


Expectativa de mais corridas


O maior fluxo de pessoas e turistas em Belo Horizonte gera expectativa de faturamento superior neste carnaval, mas o movimento n�o ainda n�o � o esperado para alguns motoristas. “N�o est� ruim, mas tamb�m n�o � aquilo que est�vamos esperando. O movimento est� muito devagar. Mesmo sendo pr�-carnaval, nessa �poca j� deveria estar bombando”, comenta Wescley Teles, de 43 anos. H� quatro anos trabalhando como motorista de aplicativo, ele compara a demanda de 2023 aos anos pr�-pandemia. “Comparado com o �ltimo carnaval, que foi em 2020, a vinda de turistas est� muito aqu�m do esperado, do que a gente estava acostumado nas festas anteriores. Fizeram toda uma propaganda, mas n�o temos visto esse retorno”, disse.

No aeroporto de Confins, com a proximidade da festa de Momo, o sistema de fila virtual de espera por corridas no entorno do terminal est� mais r�pido, segundo os motoristas. O intervalo de chamadas, que normalmente gira em torno de 5 horas, caiu para duas. Isso fez com que muitos motoristas preferissem parar o carro nos arredores do aeroporto em vez de pagar para estacionar no terminal.

“Eu fico mais do lado de fora, porque a fila t� correndo muito r�pido, ent�o n�o tem por que pagar estacionamento. Como agora est� com mais movimento, muito por causa do carnaval, n�o compensa gastar esse dinheiro para ficar pouco tempo”, comenta Rafael Gustavo de Lima, de 28, que trabalha como motorista de aplicativo h� quatro anos. Ele est� na expectativa de conseguir uma renda extra rodando no carnaval. “Muitos motoristas n�o v�o trabalhar, vou aproveitar esse recesso para fazer um dinheiro a mais”, disse.

Os quatro dias de folia devem reunir mais de 5 milh�es de pessoas nas ruas de BH, com previs�o de movimentar mais de R$ 623 milh�es, segundo informa��es da Prefeitura de Belo Horizonte. O motorista Claudemir da Silva, de 34, come�ou a trabalhar com aplicativos de transporte h� seis meses e est� ansioso pelo carnaval. “� o primeiro carnaval que vou rodar. Pelo que est�o falando, vai ser muito bom, vai dar para fazer uma graninha extra”, disse. Prevendo a chegada de turistas na cidade, ele pretende manter as corridas direcionadas para a regi�o de Confins nos pr�ximos dois dias. “Vamos ver se vai ter muita gente. Quem tiver disposi��o para trabalhar, acho que vai conseguir lucrar”, comenta.  


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