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Estado de Minas POL�MICA

PBH pro�be funcionamento de bares em frente � UFMG

Bares em frente ao c�mpus Pampulha da UFMG ter�o o funcionamento restrito nesta e na pr�xima quintas-feiras. Superlota��o causa transtornos


16/03/2023 16:00 - atualizado 16/03/2023 17:17

Bar da avenida Antônio Carlos, onde um deles é da cor vermelha e outro azul. Alguns estudantes estão sentados à mesa dos bares
Bares em frente a UFMG ficar�o fechados pelo menos nas pr�ximas duas semanas (foto: Marcos Vieira /EM/D. A Press)
Os bares frequentados por estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em frente ao c�mpus da avenida Ant�nio Carlos, na regi�o da Pampulha, ter�o que fechar as portas nesta quinta-feira (16/3) e na pr�xima (23/3), por determina��o da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que alega problemas de superlota��o.
 
Hoje, os bares deveriam abrigar uma recep��o aos calouros neste in�cio de semestre, confraterniza��o que, com o passar dos anos, se tornou tradicional entre os estudantes. A medida incomodou a comunidade universit�ria, que j� � proibida de fazer festas dentro do c�mpus, por determina��o da pr�pria reitoria.

A decis�o da PBH ocorreu ap�s os estudantes ocuparem o passeio e parte da avenida no j� conhecido “Primeiro Cabral” do semestre, na �ltima quinta-feira (9/3). 

Com a palavra os donos dos bares

Silvana Ferreira, dona do bar conhecido entre os estudantes como ‘Cabral’, comenta que houve uma reuni�o na segunda-feira (13/3) com a PBH e outros �rgaos, onde a �nica solu��o encontrada foi de fechar os bares nas pr�ximas duas semanas.

“A medida da Prefeitura vai me afetar muito, porque � o �nico dia da semana que vende bastante, que � quinta-feira. Os outros dias s�o mais tranquilos, sendo que as venda de quinta � a melhor venda, e o bar � a �nica renda que sustenta minha fam�lia, fico at� preocupada com essa situa��o”, exp�e. 

Ela acredita que poderia ter deixado abrir os bares �s 19h, como foi no ano passado. 

Higor Alessandro, dono de outro bar frequentado pelos universit�rios, diz que a decis�o da Prefeitura j� esta lhe afetando. Ele diz que faz outros bicos para paga as d�vidas, mas que o bar � a principal fonte de renda que mant�m o equil�brio das conta e o �nico dia que d� bom movimento n�o pode abrir.
 
"A decis�o foi para que os alunos percebam que toda vez que invadirem a rua, pode ser perigoso pra eles � ruim para os bares. A fiscal da Prefeitura at� iria chegar em um acordo com a gente pra abrir o bar �s 19h, depois do hor�rio de tr�nsito, mas se caso desse lota��o e os alunos invadissem a rua, ter�amos que fechar", disse.

"Mas a Pol�cia Militar quis apoiar a primeira ideia que eles tiveram entre eles de ser mais radical, e manter as portas fechadas", completa Higor. 
 

Relatos dos alunos

Gabriel Castro, estudante da UFMG h� tr�s anos, diz que � uma vergonha a Prefeitura n�o conseguir abrigar um evento de m�dio porte mesmo BH sendo uma metr�pole.
 
"Em teoria, � para diminuir o risco de acidente por causa de estudantes b�bados na avenida, mas acho que o problema poderia ser contornado de maneira mais amistosa com um planejamento urbano, talvez fazendo um desvio na avenida que permitisse um livre transporte", comenta.
 
"Seria mais caro, obviamente, mas tamb�m acho que seria uma medida mais humana, porque simplesmente fechar um bar no dia em que ele mais lota � um atestado da incompet�ncia do planejamento urbano da cidade. A imagem que passa � de incompet�ncia e que tudo � feito na base do ajeito, sem planejamento", acrescenta.

Mateus Guimar�es, estudante de Ci�ncias Socioambientais da UFMG, n�o v� uma solu��o que seja ben�fica para todos os lados, mas acredita que os estudantes n�o v�o parar com os encontros mesmo com a proibi��o.

“O Bar do Cabral � um marco 'hist�rico' no dia a dia da UFMG, sendo um ponto de recep��o e festa de milhares de estudantes ao longo da �ltima d�cada. Os universit�rios seguir�o fazendo a festa, principalmente com a chegada de novos calouros.”

“O impacto que tem no tr�nsito da Ant�nio Carlos � absurdo, podendo gerar acidentes e atropelamentos. Eu ano passado j� vi uma moto desviando de gente na beira da cal�ada, no meio fio ali, as pessoas estavam um pouco na pista, mas menos de um metro para dentro da avenida”, termina.

Formada em geografia na universidade, Karol Lima compartilha da mesma opini�o. “N�o � poss�vel que durante todo esse tempo os setores de tr�nsito e de cultura de BH n�o consigam pensar em alternativas.”

“Antes de formar j� tinha um movimento assim, inclusive veio a ideia de algum lugar, que eu n�o me lembro, de colocarem a rua de tr�s do Cabral como algo cultural e festivo pra galera ir e sair do meio da avenida, mas n�o sei como caminhou e se andou para frente”, relata.

Ela entende a a��o da Prefeitura, mas relembra que h� proibi��o de festa dentro da faculdade. “Ali � meio perigoso. Muita gente atravessando na avenida de forma perigosa, no meio de caminh�es, carros, �nibus e do move. Mas tem o outro lado tamb�m: os comerciantes que deixam de faturar e os estudantes que ficam sem espa�o pra encontrar, j� que dentro da universidade � proibido”, encerra.

Nota da prefeitura

A Prefeitura de Belo Horizonte informa que foi decidido em comum acordo, durante reuni�o entre a equipe de fiscaliza��o da PBH, Pol�cia Militar, Guarda Municipal, BHtrans e representantes de bares, o fechamento dos bares da regi�o para evitar a realiza��o de uma calourada, com o intuito de evitar maiores transtornos e poss�veis acidentes com a ocupa��o da avenida Ant�nio Carlos.  

Vereadora cobra di�logo da PBH

A vereadora Iza Louren�a (Psol) se manifestou sobre o imbr�glio envolvendo a prefeitura e os bares nos arredores da UFMG. Na quarta-feira (15/3), a parlamentar foi �s redes para informar que encaminhou um of�cio � PBH para dialogar sobre a abertura do Cabral e a seguran�a de seus frequentadores.

 

“Nos �ltimos anos, com a criminaliza��o de festas dentro da universidade, os bares tomaram outra propor��o. Acabam ficando muito cheios, gerando um problema de seguran�a para quem frequenta e motoristas que passam pelo local, uma vez que as pessoas come�am a ocupar a avenida. A sa�da n�o � a proibi��o do funcionamento dos bares! Isso prejudica trabalhadores que dependem desses momentos para sobreviver e penaliza a juventude que quer um momento de lazer. A prefeitura precisa abrir di�logo sobre o tema e ajudar em uma resolu��o”, escreveu a parlamentar.

 

A vereadora seguiu relatando que foi coordenadora geral do Diret�rio Central dos Estudantes (DCE) da UFMG e foi alvo de um processo administrativo por organizar uma Virada Cultural no c�mpus da universidade. “Precisamos pensar: por que o espa�o da universidade n�o pode ser ocupado com cultura e aberto � cidade? O espa�o universit�rio tamb�m deve se preocupar sobre isso”, questionou.


Posicionamento DCE UFMG

A coordenadora do Diret�rio Central dos Estudantes (DCE) da UFMG, Luiza Datas, explica que a medida da Prefeitura � uma consequ�ncia direta das a��es da Reitoria da UFMG que pro�be a realiza��o de eventos feitos por estudantes dentro da faculdade, n�o se abrindo a conversas.

“Como solu��o, os estudantes acabam fazendo eventos por autoria pr�pria, sem regulamenta��o e organiza��o, e os bares na Ant�nio Carlos s�o um desses lugares em que os estudantes acabam se reunindo, j� que s�o proibidos de fazer algo dentro da faculdade”, disse. 

Para ela, a faculdade n�o � s� um ambiente de estudos e pesquisas, mas � tamb�m um espa�o de lazer e cultura, e a solu��o seria um debate com a Reitoria para a ocupa��o correta dos espa�os dentro da UFMG.

“A inten��o � buscar um di�logo com a Reitoria para fazer eventos mais organizados, mas a Reitoria n�o abre discuss�es sobre a ocupa��o dos espa�os do campus”, complementa.

Reitoria da UFMG

A reportagem procurou a Reitoria da UFMG para se posicionar em rela��o a libera��o dos eventos de autoria dos estudantes dentro da faculdade, mas at� o momento n�o obteve retorno. 


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